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🏰 ݈݇-  ₎﹟ S/N ON ꒱
um dia antes.

Nós havíamos perdido a guerra, meu pai estava morto, os soldados que não haviam morrido, se preparavam para serem levados como trabalhadores.

O desespero instalado entre as mulheres do palácio era inevitável, princesas, concubinas, servas, minha mãe e claramente... eu.

Dentre todas, sou a mais calma. Bom, calma não é um adjetivo tão bom, afinal, acabamos de perder nosso reino para um rei mais forte que meu pai. Eu sabia que nada de mal aconteceria conosco, o reino vencedor, Conquérant, não tem fama de aniquilar as populações das cidades e países que derrotam, mas como todo e qualquer ser humano normal, eu sentia a responsabilidade, medo e dúvida me assolarem.

— O que faremos agora? Minha rainha! Todas nós morreremos? — uma das servas de minha mãe pergunta aflita, causando gritos de espanto e medo em todas as mulheres reunidas na sala a espera do resultado.

— Nós esperaremos o decorrer e fim da guerra! — minha mãe diz num fio de voz, sentada, assolada com a perda do marido, mas ainda mais importante para ela, a perda de sua coroa.

— Meninas! — as chamei atenção — Fiquem calmas! Sei que a maioria de vocês tem algum homem que amam lá fora agora... e que infelizmente não tem certeza de que estão vivos... eu sinto muito pela perda de algumas... — falo calma, e todas olham para mim com confiança, por algum motivo essas mulheres veem em mim um porto seguro, uma conselheira — Logo algum general de Conquérant entrará por essas portas e nos levará para um reino diferente,  mas não se preocupem! Estaremos seguras! Conquérant tem fama de ser um país pacífico, não fazem mal aos cidadãos vítimas de guerra, tampouco nós, mulheres.

— E se fugissemos? — uma delas sugere.

— Fugir não é e nunca será a solução. Devemos agir pacificamente, com sabedoria, assim sairemos ilesas dessa cidade, e teremos a chance de encontrar nossos maridos e filhos quando chegarmos no novo reino — digo de forma geral —  Algumas de nós teremos a chance de recomeçar,  reconstruir nossas vidas, será difícil, mas estaremos bem!

Minutos depois, o que eu havia previsto aconteceu. Um soldado de honra, digo isso pelas condecorações estampadas em seu traje, adentrou calmamente a sala em que estávamos, causando murmúrios e lamentos de algumas, mas graças aos céus, elas me ouviram, e não agiram compulsivamente.

— Senhoritas. Serão escoltadas até o reino de Conquérant, onde serão devidamente recebidas. Em nome de nosso rei, anuncio que vossa presença será considerada pacífica se agirem pacificamente, nada de rebeliões — o homem loiro diz calma e firmemente.

— Para onde as mulheres de fora da nobreza serão levadas? — pergunto curvando a cabeça, evitando olhar nos olhos azuis do homem.

— Não se preocupe, princesa, os cidadãos daqui serão cidadãos de Conquérant, logo, terão vidas dignas de um cidadão de bem — ela conclui, acenando para que outros homens entrassem e guiassem-nas para fora.

— Rainha, princesa, vocês vem comigo — ele diz nos aguardando ao perceber que apenas minha mãe e eu havíamos permanecido na sala.

[...]

Durante a viagem não tão longa numa carruagem separada da milícia de outros membros do estado maior, não pude evitar sentir toda a realidade cair sobre meu rosto em forma de lágrimas.

Until I Found You - Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora