"E agora estou caminhando, sozinho, sentindo muito frio
Não chegando a lugar nenhum, sinto que estou em modo lento
Costumava ser um vencedor, tudo era preto e branco
Agora estou no fundo do poço, uma foto empoeirada
Estou com medo de ser deixado sozinho"
Changbin grifou e marcou a última palavra escrita, circulando-a algumas vezes, antes de tirar os fones de ouvido profissionais do estúdio e virar para Chan.
Ele se espreguiçou e bocejou falsamente na cadeira em que estava, usando a ação como desculpa para se esticar e roubar uma batata frita do lanche do mais velho. O Bang ergueu os olhos do telefone e arqueou uma sobrancelha.
— Se você queria batata, era só ter me dito. Eu teria pedido um saquinho para você.
— Nah, de boa — deu de ombros, pegando mais da comida frita. — Eu prefiro roubar de você.
— Porque você simplesmente não pega uma pra si mesmo?
— Porque eu não dou conta de comer um pacote inteiro.
O mais velho revirou os olhos, decidindo dar atenção ao seu sanduíche e deixar as batatas para Changbin. O Seo comeu alegremente e fechou seu caderno, incomodado com quantos sentimentos aquela letra grifada carregava.
Ele se levantou e cambaleou até o sofá ocupado por Chan, pegando o canto vazio e estendendo as pernas para apoiar nas coxas alheias. O Bang franziu o cenho e observou o mais novo, desabituado à vê-lo buscar por contato físico.
— Está tudo bem? — Changbin assentiu rapidamente, observando enquanto o loiro largava o celular. — Como foi com Yeji hoje?
O mais novo apoiou o rosto na mão, erguida no encosto do móvel, e sacudiu a cabeça. Chan não pôde deixar de notar o olhar vazio do amigo.
— Não quero falar sobre isso — franziu os lábios, chateado.
Chan sacudiu lentamente a cabeça, meio confuso sobre o que falar em seguida. Ainda que a preocupação com Changbin fosse quase extrema, era bem óbvio que nada sairia da boca dele naquele momento.
— Certo, quer conversar sobre o que então? — Se virou com um sorriso divertido pintando seus lábios. — Suas aulas de pintura, talvez?
Changbin levantou os olhos, sentindo as bochechas esquentarem com as lembranças do professor loiro e do formigamento em sua perna. Inconscientemente, ele pousou a mão na coxa.
— Também não — mordeu a parte interna da bochecha. Ele olhou para as mãos desenhadas do amigo e acomodou-se mais. — Como anda a pesquisa da sua mãe? Ela já descobriu sobre suas tatuagens?
O loiro lhe direcionou uma careta confusa.
— Porque esse assunto, do nada? É para sua música?
Changbin negou, ficando meio encabulado.
— Nenhum motivo específico, eu só... quero me distrair. Conversar sobre algo que não tenha relação comigo ou Yeji.
Chan assentiu, pensativo, antes de ficar completamente virado para o Seo.
— Certo, o que você quer saber?
— Ela já conseguiu descobrir porque você tem duas tatuagens?
O Bang negou, observando ambas as mãos adornadas de desenhos.
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Slump; changlix
RomanceChangbin amava compor, amava cursar música, porém descobriu que odiava seu professor. Lógico, normalmente qualquer um ficaria feliz - e muito - em receber as palavras "almas gêmeas" como tema para composição, mas Changbin não era qualquer pessoa. Af...