Capítulo sete;

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   "E agora estou caminhando, sozinho, sentindo muito frio

   Não chegando a lugar nenhum, sinto que estou em modo lento

   Costumava ser um vencedor, tudo era preto e branco

   Agora estou no fundo do poço, uma foto empoeirada

   Estou com medo de ser deixado sozinho"

   Changbin grifou e marcou a última palavra escrita, circulando-a algumas vezes, antes de tirar os fones de ouvido profissionais do estúdio e virar para Chan.

   Ele se espreguiçou e bocejou falsamente na cadeira em que estava, usando a ação como desculpa para se esticar e roubar uma batata frita do lanche do mais velho. O Bang ergueu os olhos do telefone e arqueou uma sobrancelha.

   — Se você queria batata, era só ter me dito. Eu teria pedido um saquinho para você.

   — Nah, de boa — deu de ombros, pegando mais da comida frita. — Eu prefiro roubar de você.

   — Porque você simplesmente não pega uma pra si mesmo?

   — Porque eu não dou conta de comer um pacote inteiro.

   O mais velho revirou os olhos, decidindo dar atenção ao seu sanduíche e deixar as batatas para Changbin. O Seo comeu alegremente e fechou seu caderno, incomodado com quantos sentimentos aquela letra grifada carregava.

   Ele se levantou e cambaleou até o sofá ocupado por Chan, pegando o canto vazio e estendendo as pernas para apoiar nas coxas alheias. O Bang franziu o cenho e observou o mais novo, desabituado à vê-lo buscar por contato físico.

   — Está tudo bem? — Changbin assentiu rapidamente, observando enquanto o loiro largava o celular. — Como foi com Yeji hoje?

   O mais novo apoiou o rosto na mão, erguida no encosto do móvel, e sacudiu a cabeça. Chan não pôde deixar de notar o olhar vazio do amigo.

   — Não quero falar sobre isso — franziu os lábios, chateado.

   Chan sacudiu lentamente a cabeça, meio confuso sobre o que falar em seguida. Ainda que a preocupação com Changbin fosse quase extrema, era bem óbvio que nada sairia da boca dele naquele momento.

   — Certo, quer conversar sobre o que então? — Se virou com um sorriso divertido pintando seus lábios. — Suas aulas de pintura, talvez?

   Changbin levantou os olhos, sentindo as bochechas esquentarem com as lembranças do professor loiro e do formigamento em sua perna. Inconscientemente, ele pousou a mão na coxa.

   — Também não — mordeu a parte interna da bochecha. Ele olhou para as mãos desenhadas do amigo e acomodou-se mais. — Como anda a pesquisa da sua mãe? Ela já descobriu sobre suas tatuagens?

   O loiro lhe direcionou uma careta confusa.

   — Porque esse assunto, do nada? É para sua música?

   Changbin negou, ficando meio encabulado.

   — Nenhum motivo específico, eu só... quero me distrair. Conversar sobre algo que não tenha relação comigo ou Yeji.

   Chan assentiu, pensativo, antes de ficar completamente virado para o Seo.

   — Certo, o que você quer saber?

   — Ela já conseguiu descobrir porque você tem duas tatuagens?

   O Bang negou, observando ambas as mãos adornadas de desenhos.

Slump; changlixWhere stories live. Discover now