CAPÍTULO 9

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Olá queridos leitores, é com grande satisfação e alegria que trago a vocês este capítulo. Antes de tudo quero agradecer a todos que aguardaram por isso e espero de todo coração que apreciem, trabalhei duro para entregar o melhor a vocês. Boa leitura!
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Quando abri os olhos, não havia nada diante de mim além da completa escuridão, mas logo meus olhos se acostumaram e pude distinguir o ambiente.

A minha volta enxerguei uma densa floresta com um emaranhado de árvores de vários tamanhos cujas copas se uniam deixando apenas uma pequena janela para o céu por onde entrava a luz da lua cheia.

Me dei conta de estar deitado de costas na terra úmida coberta por folhas e galhos, e ao meu lado havia uma pequena extensão de água. Sentei devagar e me dobrei sobre o espelho d’água, e lá estava meu rosto, o rosto familiar do Jungkook que todos conheciam.

Porém, aquele não era o meu eu de sempre. Aquele Jungkook que vislumbrei na superfície da água tranquila tinha algo feroz em seus olhos redondos e escuros, eu já não via ali o olhar tolo do cara pacífico que não sabia dizer “não” às pessoas e apenas aceitava as coisas como são.

Encarei a mim mesmo por um longo instante e ainda assim não encontrei o Jungkook que não se mexia muito para não agitar a água, que temia mergulhar fundo demais e se afogar, que preferia estar sempre a margem. Aquele na água, fosse quem fosse, era alguém que tinha o olhar muito mais brilhante, sua expressão demonstrava uma resistência que eu não reconhecia em mim.

Que coisa mais confusa!

Aquele cara aparentava estar muito determinado, pois tudo nele me fazia sentir que estava prestes a sair da água, prestes a emergir das sombras para a luz. E eu senti inveja dele, porque ele era tudo o que eu não era. Aquele na água, fosse quem fosse, não tinha medo, não hesitava, nada poderia intimidá-lo, seu rosto e tudo nele parecia brilhar.
Senti medo dele, porque para ser como ele, eu teria que entrar na água e isso agitaria a superfície, haveria barulho, eu acabaria mergulhando e lá no fundo haveria muita dor. Eu não queria isso, então desviei o olhar.

Ao ficar de pé notei que na outra margem havia um lobo lambendo seu filhote que aparentemente, havia acabado de nascer.

Espera só um instante, isso aqui está muito estranho. Eles já estavam ali?

O lobo adulto olhou em minha direção e vi seus olhos dourados cintilarem a luz da lua.

Um ômega, claro! Com um filhote, só poderia ser um ômega, mas por que eu tô vendo o lobo deles? Que porra de lugar esse?

Foi então que eu senti, a brisa úmida da noite trouxe seu cheiro até mim e o reconheci imediatamente. O perfume doce e apimentado entrou em minhas narinas e fez minha língua pinicar. Eu sabia que era ele não apenas por seu cheiro peculiar, mas também por aquele olhar afiado me encarando de volta como se soubesse tudo sobre mim.

Não percebi quando meus pés se moveram, mas eu estava avançando sobre a água, caminhando em direção a ele e ao nosso bebê que se aconchegava tão pequeno e fofo em sua pelagem macia.

Quando eu estava a meio caminho, algo se moveu na escuridão logo atrás dele, parei por um instante para observar e um medo aterrador me possuiu quando vi os três pares de olhos vermelhos. De dentro das árvores, três lobos alfa caminhavam sorrateiramente em direção ao meu ômega e nosso filhote.
Tentei correr até eles, mas meus pés ficaram presos, não pude salva-los. Dois alfas seguraram meu ômega pelo pescoço, morderam um de cada lado e o arrastaram para dentro da escuridão.

Taehyung!

O último alfa carregou meu filhote delicadamente em sua boca enquanto meu pequeno choramingava. Aqueles olhos vermelhos me encararam por um breve momento antes do lobo me dar as costas e desaparecer tranquilamente nas sombras.

48 HORAS ANTES DA LUA CHEIA (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora