48 HORAS ANTES DA LUA CHEIA (ABO)

CAPÍTULO 2

São Francisco, Califórnia

Hotel InterContinental San Francisco - 67° Mostra de Culinária Internacional.

Eu odeio esse cara! Se ele não fosse meu sócio, já o teria deixado aqui e voltado para casa. Aliás, se eu não precisasse tanto dos investimentos dele para o meu restaurante, já teria me livrado dele de uma vez por todas.

Mas, Lee Chin é um mal necessário, por enquanto.

Viajei de Seul à São Francisco para receber o 1° prêmio na 67° MCI, concedido apenas aos melhores chefes de cozinha do mundo. E esse ano, eu ganhei. Eu, Jeon Jungkook, um alfa puro.

Causa estranheza e muita reprovação que um alfa como eu esteja recebendo esse reconhecimento já que a culinária é uma das profissões mais típicas dos ômegas. Então, todos os olhares afiados que estava recebendo naquele momento, especialmente por parte dos concorrentes que perderam, eram uma acusação de usurpação.

Uma ômega me disse pela manhã, durante a cerimônia de premiação, "Já não é suficiente que vocês alfas controlem toda a sociedade, ainda querem tirar dos ômegas o pouco de reconhecimento que lhes resta?"

Essa doeu, sabia?

Eu posso ser um alfa, ter o sangue puro, etc. Mas tudo o que eu quero de verdade é viver daquilo que eu amo, me casar com o meu ômega, ter filhotes, uma família grande e feliz. E paz pelo resto dos meus dias, bem longe de toda essa merda sobre alfas, betas e ômegas. Eu já tive muito disso. Pra mim já deu.

E é por isso que eu planejei pegar meu prêmio e voltar imediatamente para casa, mas o idiota do meu sócio veio apenas pela enorme concentração de ômegas nesse lugar. E graças a ele, eu estava ali, no coquetel de comemoração da premiação, cercado de pessoas que me odiavam e correndo o risco me perder meu próprio casamento. Dali a 48 horas, mais ou menos, estaria me casando com Park Jimin.

Já Lee Chin, era casado a mais de 5 anos com uma ômega linda e ainda assim, estava me obrigando a passar por isso apenas por ser comandado pelo próprio pau.

Lamentável! Nunca vou entender.

E lá vem ele.

- Jeon Jungkook! Esse é o homem do momento! - disse ele me abordando acompanhado por dois ômegas. - Eu estava procurando por você. Esses dois rapazes estavam interessados em conhecer o ganhador do prêmio e eu concordei em apresentá-los.

Eu sabia que ele ia acabar fazendo isso, por essa razão me escondi. Procurei cumprimentar os dois da forma mais indiferente que a educação permite, mas Chin era mesmo um bosta.

- Pensei que poderíamos continuar a festa lá em cima, beber um pouco, conversar e deixar as coisas fluírem. O que me diz?

ESSE CARA!!

- Sinto muito, mas vou ter que recusar. Preciso acordar cedo amanhã para viajar de volta a Seul. Me caso no domingo e preciso estar com meu noivo para os últimos preparativos. Você também deveria ir dormir, Chin. Sairemos cedo.

Os rapazes murcharam! É isso aí, Jungkook!

Mas Chin não desiste. Que lixo!

- Só um instante meninos. - Chin me puxou para um canto - Hey, Jeon! Qual é cara? Vamos nos divertir um pouco. Você só tem 26 anos e está prestes a se vincular. Por que não aproveita esse momento, como uma despedida de solteiro? O que me diz? - os olhos dele chegaram a arder.

- Eu digo "Não, obrigada e boa noite". - caminhei apressado e o deixei falando alguma coisa que não pude ouvir, mas deve ter sido algum tipo de maldição. Não poderia me importar no menos.

Sai do salão de festas do hotel e fui direto para o elevador. Me trancar no meu quarto era essencial. Do jeito que Chin era chato, não me surpreenderia se ele viesse atrás de mim.

Entrei no elevador e apertei o botão para o 10° andar, mas quando as portas estavam fechando, alguém gritou para que eu as impedisse. Imediatamente, pus a mão entre as portas e quando elas tornaram a abrir, me deparei com aquilo que reeditou minha vida inteira.

Ele era algo divino, etéreo. Alguém com uma presença tão forte não poderia ser desse mundo. Sua aura parecia arder em volta dele, como se fosse um manto de chamas. E seu cheiro?! Ah, aquele cheiro! Embora fosse doce, possuía notas apimentadas que fizeram minha língua pinicar. Quando aquele cheiro invadiu minhas narinas, meu corpo explodiu. Por um instante, minha cabeça girou e, por Deus, fiquei duro. Fui traído pelo meu próprio corpo.

Superficialmente, aquele ômega parecia muito suave. Talvez fosse pelo rosto delicado, ou pelo cabelo platinado que combinava com a pele sutilmente bronzeada. Poderia ser também pelas roupas. Ele usava uma camisa social muito larga que o fazia parecer menor do que era, calças de tecido fino caqui e sapatos sociais marrons.

Mas quando ele olhou diretamente nos meu olhos, quase pude ouvir um rugido. Ômegas tende a ser atraídos pelos feromônios dos alfas, mas se sentem intimidados demais para encarar seus olhos diretamente. No entanto, naquele momento, eu é que estava intimidado.

Por um milésimo de segundo eu vi e senti tudo isso. No milésimo seguinte, ele me agradeceu e entrou puxando uma mala. E eu lutava para suprimir meus feromônios para que ele não sentisse o cheiro da minha excitação, enquanto fechava o botão do paletó para esconder o volume vergonhoso nas minhas calças.

Falhei miseravelmente! Maldito pau traidor! Era tão embaraçoso.

- Qual andar? - perguntei com a mão nos botões. E minha voz saiu mais aguda do que deveria.

- Também estou indo para o 10° andar. - respondeu ele. Até sua voz era forte, rouca. Quem era esse cara?

E, puta que pariu! É sério que ele ficaria no mesmo andar que eu?!

De repente, seu cheiro começou a ficar mais forte, mais apimentado fazendo meu pau latejar dentro das calças. Não era possível, era?! Ele também estava excitado?

Quando as portas do elevador se abriram o corredor foi inundado por feromônios alfa e ômega. Eu podia sentir o ar denso em toda parte.

- Quer ajuda com a mala? - perguntei mais porque não queria deixá-lo ir.

- Não, obrigada! Posso cuidar disso sozinho. - respondeu ele, ferindo profundamente meus sentimentos. O vi me dar as costas e caminhar rapidamente até a porta e sumir para dentro de seu quarto.

Caminhei na direção contrária até meu próprio quarto. " Mas que porra acabou de acontecer?" era o que eu me perguntava a todo momento. Entrei, tirei a roupa e fui tomar um banho, e a cada instante, tentava entender aquilo. Isso nunca, nunca, nunca aconteceu comigo.

Eu não era esse tipo de alfa.
Afinal, quem era aquele cara?
Olhei para baixo e vi que meu pau não pretendia aceitar um não como resposta. E por mais vergonhoso que fosse, eu teria que dar um jeito naquilo.

Três intensos orgasmo mais tarde, fui deitar, nem um pouco satisfeito por sinal. Não tive coragem de ligar para Jimin depois daquilo. Deixei apenas uma mensagem e dormi sentindo meu lobo agitado sob minha pele.

O que estava acontecendo afinal?