CAPÍTULO 7

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Já era por volta das 23h quando desiste de ligar. Todas as chamadas que fiz desde que discutimos ou foram rejeitados, ou caíram na caixa postal. Além disso, ele não respondeu nenhuma mensagem, sequer as visualizou.

As atitudes infantis de Taehyung estavam ficando cada vez mais frequentes e aquele era o pior momento possível para fazer birra. Teríamos que conversar seriamente sobre isso depois.
Havíamos concordado em ter o bebê e agora ele estava agindo como se não tivéssemos discutido isso antes de decidir. A maneira como ele falou me fez parecer um tirano.
E o que foram todas aquelas palavras vulgares? Por Deus! Onde ele está aprendendo a ser assim? 

Levantei da poltrona depois de um longo suspiro e fui até a grande mesa de carvalho apanhar meus pertences antes de sair. Nela haviam muitos documentos importantes sobre os quais eu estava trabalhando a semanas. Fora eles, também se via um notebook, um porta retrato com a foto do meu ômega e uma placa de cobre pregada em uma pesada peça de madeira onde se lia "Kim Namjoon - Senador". 

Peguei a foto de Taehyung nas mãos e pensei o quanto seu sorriso era majestoso. Eu o amava de verdade e me sentia realmente grato por ter alguém tão especial ao meu lado, mas ele precisava entender a importância do trabalho que eu fazia na política e o quanto isso beneficiária todos os ômegas do mundo. 

Se eu fosse capaz de aprovar a lei de proteção a integridade física, moral e psicológica dos ômegas na Coréia, isso influenciaria toda a Ásia e receberíamos apoio dos países da Europa e das Américas que já haviam aprovado leis de mesmo teor. Então, ômegas não precisariam temer por suas vidas como Taehyung naquele momento. 

Ah... Preciso de uma bebida! 

Peguei meu paletó, a bolsa, as chaves do carro e fui em direção a porta. Todo o gabinete estava escuro, ao passar pela mesa vazia do secretário Kang senti pena dele já que o beta estava a semanas fazendo horas extras. Mas ainda assim, eu era sempre o último a sair. 

Esta noite, dispensei o motorista mais cedo. O Sr. Ho também estava trabalhando até tarde esses dias. Uma vez que eu fosse para casa dirigindo não seria um problema, certo?
A meio caminho de casa tentei ligar novamente para Taehyung e novamente não tive resposta. Olhei as horas e já era quase meia noite. 

Droga! 

A frustração por não conseguir falar com ele me fez fazer algo que raramente acontecia. Desviei o caminho de casa e fui em direção ao bar de um hotel que ficava na região central. Era um local pequeno e discreto, frequentado em sua maioria por hóspedes internacionais. Além de servirem ótimas bebidas, ali eu dificilmente seria reconhecido. 

Ao entrar no local, me senti aliviado por ver que haviam pouquíssimas pessoas. Um bar como aquele não era o lugar em que um turista gostaria de estar numa sexta a noite. Sábado, uma vez que já passava da meia noite. 

Ali estavam apenas alguns alfas de meia idade fumando charutos em uma mesa nos fundos. Um casal ria baixinho de alguma piada íntima em uma mesa no centro do lugar e no balcão do bar estavam um ômega macho e uma alfa fêmea. 

Os dois sentados no balcão do bar pareciam estar em uma conversa dramática. O ômega tentava ser discreto ao chorar, enquanto a alfa apenas acariciava suas costas. Apreciei bastante o comportamento dele, se fosse Taehyung estaria com uma careta terrível, dando um verdadeiro show. Meu ômega era magnífico em vários aspectos, mas em outros... Até para espirrar era necessário fazer um escândalo. 

A princípio me perguntei se eles eram um casal, mas o cheiro deles não se misturava e eu podia sentir que o ômega não era marcado.

Por alguma razão estúpida, meu lobo interior agitou-se com o cheiro daquele ômega. Senti a energia alfa deslizar sob minha pele, arrepiando minha nuca e deixando pequenas ondas de calor. Era como se o lobo estivesse se esgueirando sorrateiramente para além do meu subconsciente, tentando emergir à consciência.

48 HORAS ANTES DA LUA CHEIA (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora