Capítulo 7

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Fiquei apenas com o rastro de perfume que Reyna tinha deixado no ar

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Fiquei apenas com o rastro de perfume que Reyna tinha deixado no ar. Eu não fazia ideia do que tinha acabado de acontecer e também não acreditava no que tinha feito minutos atrás na pista de dança. Mal me reconhecia.

Reyna seria a última mulher para quem eu diria aquelas coisas e ainda assim, nada disso me impediu. Tinha simplesmente perdido a cabeça quando a vi dançando com Eric, tão juntinhos, e alguma coisa dentro de mim se transformou. Tentei me convencer de que estava apenas resguardando a integridade da minha funcionária, afinal conhecia meu amigo muito bem, mas quem era eu para resguardar a integridade de alguém, pelo amor de Deus? Eu não sabia cuidar nem da minha.

E então abri minha maldita boca, e quando vi o choque no rosto dela, me arrependi. Então ela abriu a boca também e eu quis sim arrastá-la para um canto escuro, sentá-la no meu colo e fazê-la implorar até que eu tivesse acabado com ela. Eu não estava bem claramente se ficava desejando a pessoa mais indesejável do mundo apenas porque ela tinha ficado gostosa num maldito vestido.

Não que Reyna não fosse bonita. Eu só tentava não pensar nisso na maior parte do tempo, e ajudava quando ela usava aqueles terninhos, mas já tinha me pegado várias vezes imaginando... Henry se controle.

E agora parece que eu tinha perdido a cabeça. Foda-se, eu não precisava disso. Depois de hoje as coisas voltariam ao normal e eu não precisaria pensar em Reyna Lytton de vestido e em como ela devia ficar sem ele.

Peguei um drinque na bandeja e me virei para os convidados que não pareciam ter percebido a pequena confusão, graças a Deus. E ainda tinha aquele cara. Quem era ele? E por que Reyna pareceu tão chateada?

Até pensei em ir atrás dela, mas que bem eu faria se abrisse minha maldita boca de novo?

Sorri para alguns convidados que passaram por mim, torcendo para que não percebessem meu estado de espírito, e antes que eu pudesse levar o copo à boca eu a vi, deslumbrante em um vestido de grife com certeza, tão bonita quanto uma joia, como eu me lembrava. Como na última vez em que a vira.

Ela estava chorando se bem me lembro e eu nunca a tinha visto chorar daquele jeito.

Baixei a taça e encarei minha ex-noiva Arabella Harvey-Lottway.

Ela sorriu e acenou, em seguida veio na minha direção. Segurei o copo com força e por um momento achei que fosse quebrar.

— Hey. — Ela disse com sua voz suave, como eu me lembrava. Arabella tinha estado por tanto tempo na minha vida, desde que nossos pais tinham decidido que um dia nos casaríamos, quando ainda éramos moleques. Uma loucura. Estudamos todos juntos na mesma escola: Eric, Keon, Arabella, eu e Ele... Éramos todos amigos e só depois, no final da faculdade, que Arabella e eu começamos a nos ver como algo mais. No começo até achava que ela não me suportava. Nossos pais tinham até esquecido essa ideia de compromisso, até que surgimos namorando. O casal do ano se bem me lembro. Patético. Uma noite, nos beijamos e foi perfeito. Parei de galinhar e resolvi firmar compromisso. O país vibrou com isso. Então, um ano e meio atrás, tudo desabou.

— Arabella. — Eu disse em tom formal, gélido. Quais eram as chances de encontrar minha ex que eu não via há séculos, em um evento como este? Coincidência? É, até poderia ser.

— Antes você me chamava de Bella.

— Isso. Antes. — O sorriso dela morreu um pouco. E diferente do que aconteceu com Reyna, não me senti mal por falar com ela assim.

— Faz mais de um ano que não nos vemos.

— Pensei que continuaria assim, mas aqui estamos nós.

— Henry...

— Foi um prazer, Arabella. — Bebi meu drinque num gole só. — Na verdade, não foi. Com licença.

Entreguei minha taça ao primeiro garçom que passava e deixei-a falando sozinho. Passei pelos convidados, ignorei Keon quando me chamou com um aceno e fui para o outro lado do salão, sem saber realmente para onde estava indo. Na verdade eu sabia sim. Estava procurando a Reyna, mas nem sombra dela, e quando não a encontrei comecei a ficar preocupado e a me sentir um tremendo de um filha da puta.

E se ela tivesse ido embora?

Eu teria sido avisado.

Ela não faria isso.

Ela podia estar no bar. Deus sabe que eu preciso de um drinque mais forte. E foi pra lá que eu fui, na esperança de encontrá-la, mas Reyna também não estava lá. Aproveitando a deixa eu me sentei e pedi uma bebida, ainda correndo o olhar pela multidão.

Talvez se eu ficasse aqui até o fim da noite, as chances de encontrar Arabella de novo fossem remotas.

— Henry. — Mas queria o universo que não fosse assim, aparentemente. Demorei alguns segundos para processar o que estava acontecendo. Aquela voz. Só podia ser brincadeira.

Eu fui me virando bem devagar para ter a chance de me preparar, mas nada me prepararia para o impacto de encontrá-lo novamente, e ali também estava ele. Parece que hoje era o dia, senhoras e senhores.

Meu ex-melhor amigo Victor Fox, também conhecido como o superdotado do vídeo, e atualmente um dos homens mais odiados do reino. Ah, quantas brincadeiras eu tive que aguentar por causa disso: "Vendo esse vídeo, podemos imaginar porque Arabella preferiu o amigo. Eu também quero." Victor era o filho da puta que foi visto num iate transando com a minha noiva às vésperas do casamento.

Há um ano, não tive tempo de tirar a limpo o que tinha acontecido, eu simplesmente desapareci por um tempo e os dois fizeram o mesmo.

Coincidência? Bem, eu acho que não.

— Vieram esfregar o romancezinho de vocês na minha cara? Pedir minha benção ou algo do tipo? — Percebi os olhares ao nosso redor. Logo Eric e Keon estavam ao meu lado como se os tivesse invocado com a minha ira. — Vocês são patéticos.

— Não. Foi uma casualidade. Não falo com Arabella há muito tempo. Henry... Eu te vi aqui e... — Sua expressão era de incerteza. A vítima, o coitadinho. Só que a vítima ali tinha sido eu.

— Resolveu tentar a sorte? — Eric perguntou. — Muita audácia sua.

— Eu só queria conversar.

— Por que você e a Arabella não voltam para o raio que o parta e me deixam em paz? — Uma rodinha de pessoas estava se formando naquele momento. Eu sabia que não podia chamar atenção, ou fazer escândalo, mas estava me segurando aqui, que Deus me ajudasse. — Vão se foder.

— Tudo bem... — Victor ergueu as mãos diante do corpo como se pedisse calma. — Não vim arrumar confusão, só vim cumprimentar um amigo.

— Amigo? — Aquilo já era demais. Na minha mente vieram as imagens daquele vídeo... As fotos. Depois as piadinhas que a mídia fez. Amigo? Cerrei os punhos, a raiva crescendo, prestes a explodir, e avancei na direção dele. — Vou te mostrar o amigo.

 — Vou te mostrar o amigo

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