𝗕𝗘𝗦𝗧𝗜𝗔𝗟 ; daemon t.¹ ✓

prologo

DAEMON TARGARYEN andava por entre as cinzas do que um dia havia sido uma cidade, agora, ela estava devastada por fogo, pânico e cinzas, tantas cinzas, algumas ainda caindo em um pequeno brilho de fogo dos céus. Os pés do homem amassavam as pedras e restos de uma madeira queimada a cada passo dado, a cabeça indo e vindo para os lados a procura de algo, a espada em mãos e os olhos varrendo o local.
Havia tanta desolação e tanto caos, alguns gritos ainda eram ouvidos, mas, não foram os gritos que chamaram a atenção de Daemon, mas, em vez disso, um choro... um choro tão fino e agudo que fez seus ouvidos arderem ao ouvir e uma careta aparecer em seu rosto.
Em segundos ele andou em largos passos em direção aquele som desagradável aos seus ouvidos, a sua mão apertou de forma firme a barra da espada fazendo os nós de seus dedos ficarem brancos.

Deitada no chão, em meio a cinzas estava uma pequena criança enrolada em um cobertor velho, ao seu lado pequenos ossos de um dragão ainda recém-nascido, provavelmente morto no ataque a cidade, não a criança, embora estivesse cheia de fuligem do fogo, ela ainda estava viva, ainda continuava gritando. Daemon ergueu a espada acima de sua cabeça, pronto para um golpe final, golpe esse que acabaria com tudo aquilo, mas algo o parou.
A criança abriu os olhos, um tão azul como o oceano visto das alturas, o outro, como o sangue, tão vermelho brilhando para ele, aquilo parou Daemon.
Pondo a espada no coldre mais uma vez ele se abaixou, pela primeira vez ele segurou a criança e, de repente, ela parou de chorar, seus olhos já não vertiam mais lágrimas, e um sorriso apareceu em seus lábios inocentes, com curiosidade a jovem garota puxou alguns dos fios do cabelo de Daemon, não foi forte o suficiente para fazê-lo reclamar, mas o suficiente para fazê-lo sorrir.

"- Oi." _ sussurrou para a criança, movendo o cobertor de seu corpo ele examinou a criança. "Pequena garotinha"

O vapor quente de algo bateu em seus pés, ele pensou que era um novo pequeno fogo que havia se acendido, mas, ao olhar para baixo, ele pode ver que aqueles pequenos ossos de dragão eram, na verdade, um dragão. Pequeno, ainda recém-nascido, mas, não como ele pensou, vivo, o dragão estava vivo.

"Nascidos das cinzas" _ Daemon deu uma risada. "Dois pequenos... dragões." _ sussurrou ao passar as mãos nos cabelos da jovem, seus olhos se arregalaram levemente e ele sorriu. "O que é você?"

Nomeada como Athena, a jovem criança cresceu de forma forte e alegre ao lado de Daemon. O homem lhe ensinou tudo o que precisava saber, como agir, como sobreviver e como se esconder. Algumas pessoas ao redor não gostavam de Athena, algumas nem se davam ao trabalho de conversar com ela, descobrir quem ela era ou como era.
Mas, no meio daquelas pessoas terríveis, ela encontrou Edyta, uma linda garota de cabelos vermelhos ao qual virou sua melhor amiga desde o primeiro minuto. Elas eram a segurança uma da outra, e isso valia a pena quando se era sozinha, assim como Athena.

Porém Edyta não era o único ser vivo que ficava na companhia de Athena, havia um ser místico, ao qual a muito tempo Athena nomeou de Naberius, um dragão de ossos, ou como Daemon chamava, Dragão da Morte. Consumido no fogo de seu descendente, Nagendra, o último da espécie, achado morto nas colinas da antiga cidade.
Athena não conhecia suas origens, ela só sabia de poucas histórias da cidade caída, das sombras do local onde nasceu. Histórias que Daemon fazia parecer heróicas e grotescas, de um bom modo.

Consequentemente Athena teve duas irmãs, não sanguíneas, por parte de Daemon e Leanor. Rhaea e Baela eram boas irmãs, quando assim desejavam ser. Crescer em um local tão hostil e quase sem crianças fazia você se contentar com o pouco.

Os passos da jovem Athena, com seus 11 anos, corriam por entre as enormes pedras, seu corpo agil pulava de uma para outra sem o menor esforço, atrás dela corria Edyta, somente um ano mais nova que Athena, junto delas estavam Rhaena e Baela, assim como mais algumas crianças que adoravam explorar o local como uma brincadeira.