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   A SAÚDE de Viserys estava cada vez pior, ele estava aos poucos de deteriorando, definhando como um cadáver vivo, um ser cujo já não tinha mais salvação, era sua reta fina e ele sabia disso.

 Athena entrou nos aposentos do rei, Helaena ao seu lado, ambas com as mãos juntas, entrelaçadas, as duas meninas estavam ali por um chamado do soberano, esse que respirava com dificuldade. Assim que elas entraram no cômodo Alicent se levantou ao ver as duas garotas se aproximando, ela passou as mãos no vestido o limpando de uma sujeira inexistente.

"- Marido" _ se inclinou para o mesmo. "elas estão aqui."

"- Hm... o que?" _ Viserys olhou ao redor, desnorteado.

"- Helaena e Athena, você as chamou essa manhã" _ explicou. "elas estão aqui."

"- Ok! Me ajude a sentar." _ falou esticando a mão, Alicent o ajudou a se acomodar na cama.

     O homem sentiu seu corpo pender levemente, ele puxou o ar com força e as encarou, uma parte do rosto do homem estava comida, um enorme buraco ao qual era possível ver seus dentes; Viserys estendeu a mão para elas, Helaena segurou a mão do patriarca, ele sorriu ao toque.

"- Minha doce, Helaena." _ acariciou a mão da filha com o polegar. "Eu te amo tanto, sabe disso. certo?"

"- Sim, pai." _ Athena os encarou, Helaena sorriu levemente e apertou a mão de Athena com sua mão livre, ela procurava um conforto, esse que lhe foi dado por Athena.

"- Athena" _ Viserys estendeu a sua mão livre para a garota, essa que a segurou com relutância, o homem a encarou, havia uma espécie de encanto em seus olhos. "A filha de meu irmão Daemon, amiga de minha filha Helaena, a pessoa que" _ pausou, ele tossiu levemente, algo que fez Alicent o acudir rapidamente, ele procurou as palavras no meio de sua mente débil. "Desculpe-me, minha cabeça, ela..."

"- Tudo bem!" _ Athena sorriu para o mais velho, Viserys deu uma leve risada.

"- Eu posso ver o porquê meu irmão se encantou por você" _ passou a mão tremula pelo rosto de Athena, essa que sorriu. "Ele te criou bem... minha filha também."

"- Eles são incríveis." _ sorriu, Viserys concordou.

"- Sim, eles são." _ sorriu, ele deu leves tapinhas no rosto da menina.

"- Acho que você precisa descansar, marido." _ Alicent falou o segurando pelos ombros.

"- Você pode me contar uma história, Athena?"

"- Desculpe?" _ olhou para as pessoas ao redor.

"- Viserys, eu acho que ela  e Helaena tem outros compromissos." _ Alicent falou.

"- Eu só fique sabendo que você fez uma jornada." _ Viserys falou ao se deitar, depois de uma insistência de Alicent. "Uma até o fim do mundo. Podia me contar?"

"- Eu não sei... talvez?" _ olhou para os mesmos, Helaena sorriu.

"- Eu fico com você." _ Helaena apertou sua mão.

"- Que história quer ouvir, senhor?" _ Viserys sorriu e a encarou, os olhos cansados.

" É verdade que tem um labirinto para o fim do mundo?" _ Athena sorriu com sua pergunta.

"- Sim!" _ falou, ela se ajeitou no local e Alicent se sentou ao lado do marido, curiosa. "O labirinto é um local... estranho, por assim se dizer."

"- Por que?" _ Alicent a questionou de forma encantada.

"- Os animais  grandes ficam pequenos, do tamanho de moscas, já os mais pequenos animais se tornam seres mais temíveis  enormes" _ explicou. "Achar a saída é difícil, mas não é impossível."

    As histórias de Athena foi um encanto não só para o doente e maribondo Viserys, mais para Helaena e sua enorme imaginação e até mesmo Alicent havia se encantado pelos contos.

"- Acho que papai ficou feliz com as histórias." _ Helaena falou quando saíram do quarto. "Talvez podemos fazer isso uma tradição."

"- Que tradição?" _ a encarou.

"- Athena, a contadora de histórias."

   Athena sorriu com a ideia, seria bom contar algumas histórias.

[ ... ]

   Aquela noite, quando Athena foi se recolher para os seus aposentos, em um dos corredores que levava para os quartos, ela acabou sendo abordada por Alicent, essa que tinha um leve sorriso nos lábios e os olhos com um encanto.

"- Viserys amou a história" _ falou, ambas andando lado a lado. "Você pode contar mais histórias para ele? Ele realmente adorou."

"- Claro!" _ sorriu para a mais velha.

"- E, Athena" _ parou os passos e segurou as mãos dela. "Me desculpe pelo o que falei! Eu acabei te julgando pelo modo como a maior parte do mundo te chama. Você pode, talvez, me perdoar?"

"- Eu posso fazer isso." _ sorriu, Alicent apertou a mão de Athena com um sorriso.

"- Você faz minha filha e meu filho tão feliz... algo que eu nunca consegui fazer." _ sussurrou. "Obrigada!" _ agradeceu..

"- Não precisa agradecer" _ murmurou. "Eles são boas pessoas, e tem um grande coração. Você os criou bem!"

"- Você é um anjo, querida." _ soltou suas mãos. "Acho melhor irmos para nossos cômodos."

"- Concordo!" _ fez uma leve reverencia.

   Alicent e Athena se separaram depois da conversa, cada uma indo para um lado, o sorriso que Athena tinha sumiu tão rápido, do mesmo modo que veio ao seu rosto, ela sabia que Alicent estava pensando em fazer algo, ela tinha o típico estado de um mentiroso.
  Na jornada era preciso ter uma certa cautela com todos que apareciam ao redor, Ceix tinha lhe ensinado como pegar um mentiroso.

"- Os lábios sobem um pouco, pode ver?" _ a voz de Ceix soou por seus ouvidos, e, ela podia jurar que tinha voltado para aquele dia. "As mãos soam e a pessoa sempre vai ter um ponto único que mostra a mentira, um movimento involuntario, algo do tipo."

"- Eu preciso sair desse lugar." _ balbuciou. "Ou vou acabar louca, ou pior... morta."

































BESTIAL; 16 dezembro 2022
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