018.

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     AS CURANDEIRAS de Porto Real haviam feito um cataplasma no olho machucado de Athena, era basicamente uma mistura de gordura de galinha, uma parte de esterco de cabra e chumbo branco; era um medicamento usado para tirar o pus de machucados e queimaduras, assim como ajudava na cicatrização, para eles aquela mistura tinha uma enorme eficiência.

    Naquela noite o quarto que foi disposto para Athena ficou agitado, os curandeiros entravam e siam do local como loucos, Helaena e Alicent estavam com eles, ambas observando o trabalho deles com a garota deitada na cama.
 O corpo de Athena estava em um estado febril, o suor fazia seus cabelos grudarem em sua pele, e, em meio a um sono profundo ela parecia delirar.

"- O que está acontecendo com ela?" _ Aemond apareceu no local, Aegon ao seu lado, toda a agitação e movimentação fez os dois acordarem.

"- O que  houve?" _ Alicent exclamou de forma furiosa e o encarou. "É que ela parece estar morrendo. Isso é o que houve. Você trouxe uma maribondo para morrer na nossa casa!"

"- Ela estava bem pela manhã." _ apontou. "Eu sei, eu vi!"

"- Ela não está bem agora, Aemond." _ Alicent rebateu.

"- O que é isso?" _ uma das mulheres falou, o tom assustado na voz enquanto retirava algo do travesseiro.

"- O que?" _ Alicent se aproximou, Helaena já estava lá.

"- Escamas" _ Healena segurou a mesma que havia caído da nuca da garota. "estão caindo."

"- Isso é possível?" _ Aegon murmurou. "Quero dizer... ela nasceu com isso. É natural?"

"- Eu não sei se notou, irmão." _ Aemond o olhou. "Mais nada nessa garota é natural!"

"- Deixe-a morrer" _ Alicent exclamou de forma ríspida. "Daemon nunca vai descobrir de qualquer modo, deixe ela morrer."

"- Ela não vai morrer!" _ Aemond sobressaiu a ordem da mãe.

"- Por que eu devia me preocupar com ela?" _ Alicent  gritou para o filho.

"- Porque eu me importo com ela!" _ Aemond rebateu no mesmo tom.

"- Então ela é sua responsabilidade." _ passou pelo filho, seu ombro batendo no do mesmo, esse que viu sua mãe partir porta fora.

"- Eu ajudo você." _ Helaena pôs a mão no braço do irmão, um sorriso fraco nos lábios. "Ela vai ficar bem."

...

   O fogo cripta na lareira do quarto, Aemond estava em pé na sacada do local, o olhar em Vaghar e Naberius que dormiam como uma rocha, lado a lado, Helaena estava deitada em uma poltrona perto da cama, os olhos cansados e pesados.

"- Queimando" _ a voz grogue de Athena fez os dois olharem para ela, Helaena se levantou rapidamente e foi até o lado da cama.

"- O que foi, querida?" _ questionou em um sussurro.

"- Meu olho" _ chorou em dor. "está queimando."

"- Não era pra isso acontecer." _ encarou o irmão.

"- Tire isso dela." _ apontou para o cataplasma em seu olho.

   Helaena correu até uma bacia com água que estava na mesa, essa que com esforço ela levou até a cama, pondo a bacia e alguns panos na frente da menina.

"- Me ajude!" _ encarou Aemond.

   O homem foi até elas e segurou Athena pelos ombros, essa que chorou pela dor repentina que fisgou em seu corpo, Helaena limpou o olho da garota aos poucos tirando aquela mistura. Depois que toda a mistura foi retirada de seu olho, Aemond ajudou ela a se deitar, Helaena afastou alguns fios do cabelo de Athena que estavam grudados em seu rosto, Athena abriu seus olhos revelando sua orbe vermelha, essa que parecia um rubi.
   Helaena conhecia pouco Athena, elas só havia se visto uma vez, anos atrás, mas a garota nunca havia reparado nos olhos da garota, esses que agora pareciam encantadores.

"- É tão lindo." _ Helaena sorriu para Athena. "Você é tão linda."

[ ... ]

   O vento balançou os cabelos de Athena, a garota estava sentada na divisão do corredor para o jardim, as pernas balançando ao lado e os olhos observando as folhas se movendo com o vento fraco que batia no local.
   Passos foram ouvidos e não muito tempo depois Aemond se escorou na pilastra em frente a menina, ele passou o fruto que tinha em mãos na camisa a limpando e ele estendeu para a menina, Athena o encarou.

"- Fui procurar você no quarto" _ Aemond insistiu em dar o fruto para a jovem. "Eles me disseram que você tinha dado um passeio. Não está envenenado!" _ deu uma mordida no mesmo e estendeu para a menina, Athena o pegou. "Viu?" _ se sentou em frente a ela, Athena mordeu o fruto. "Você não mudou muito desde crianças."

"- Não posso dizer o mesmo de você." _ murmurou, a boca cheia com o fruto, Aemond sorriu.

"- Mudanças são bem vindas quando para o bem da pessoa." _ olhou para a enorme árvore.

"- Você levou isso muito a sério pelo que vejo." _ deu um sorriso, Aemond riu.

"- Eu me dediquei a isso, afinal, eu tenho um dos melhores dragões" _ se inclinou para frente, algo que fez Athena ver isso como um desafio. "O mais forte e mais ágil."

"- Vhagar até pode ser bom" _ Athena sorriu. "Mas ele nunca vai ser melhor do que Naberius."

"- Quer fazer um teste?" _ arrumou sua postura, Athena deu uma risada.

"- O que?" _ riu.

"- Corrida de dragões!" _ propos. "Vhagar contra Naberius, montador contra montador." _ se levantou. "Ou está com muito medo pra isso?"

"- Medo?" _ se levantou ficando frente a frente com o mesmo. "Eu não tenho medo de nada!"

"- Então o desafio está lançado." _ estendeu a mão, Athena a segurou, Aemond a puxou levemente para si enquanto apertava sua mão, Athena o encarou levemente assustada, com a mão livre ele passou a mão pelo cabelo da menina e acariciou as pequenas escamas que estavam atrás de sua nuca, ele aproximou o rosto de sua orelha e sussurrou. "Hoje, no final da tarde... eu vou te esperar na colina onde os dragões estão." _ se afastou e soltou sua mão. "Não se atrase! Eu vou continuar esperando."


























BESTIAL; 10 dezembro 2022
votos e comentários são muito importantes para a continuação da história.
essa é uma pequena maratona de natal! Bem pequena pois tá tendo uns rolos aqui em casa, mas, assim que eu tiver mais capitulos escritos, eu posto mais.






𝗕𝗘𝗦𝗧𝗜𝗔𝗟 ; daemon t.¹ ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora