019.

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   AEMOND REALMENTE pensou que Athena não iria vir, algo que anularia a disputa e faria ele ter algo para falar e se gabar. Mas ela apareceu no local, ao seu lado estava Helaena, nos últimos dias elas pareciam cada vez mais próximas, como irmãs de sangue. 
  A coisa era: Helaena havia se encantado do modo mais precioso e puro por Athena, o modo com ela se movia de formas delicadas, o modo com ela falava e o modo como seu olho rubi brilhava a luz do sol, ela estava devidamente curiosa sobre Athena, algo que lhe fez entrar em meio a pesquisas e mais pesquisas sobre como e o porque a menina era assim. Pelo lado de Athena, bem, ela queria uma amizade verdadeira, alguém que estivesse ao seu lado em todos os momentos, alguém que ficasse ao seu lado mesmo quando ela caísse.
   Helaena estava sempre ali, sempre ao seu lado, desde o primeiro dia, quando ela estava inconsciente em uma cama, sempre cuidando dela. Não por obrigação, mais porque ela tanto almejava estar ao lado de sua idade. 

   Voar.
Aquela era a melhor sensação de todas, encima do seu dragão Athena conseguia se sentir livre.
O cabelo de Athena voava a medida que Naberius cortava as nuvens daquele final de tarde, o céu colorido e as nuvens mornas, ela adorava sentir o contato das nuvens, era algo que ela mais adorava em voar, poder ir tão longe e tão alto. 
    Aemond havia lhe dado uma vantagem, na verdade, se você visse com outros olhos, diria que ele tinha deixado Athena ganhar aquela corrida, e sim, ele havia feito aquilo.

"- Me siga!" _ Aemond exclamou parando com Vaghar ao seu lado, Athena o encarou. "Confie em mim, eu não vou matar você ou algo do tipo."

   Athena concordou, sem emitir nem um som, então ela e Naberius partiram atrás do grande dragão Vaghar e seu montador, Aemond.

  Havia uma ilha no meio do mar, essa que eles pararam, dali era possível ver as luzes noturnas de Porto Real. Ambos estavam sentados na areia da praia, Athena com as pernas esticadas para frente e o corpo para trás enquanto descansava sobre seus cotovelos; enquanto Aemond tinha os braços descansando em seus joelhos, uma vez ou outra ele se pegava olhando para a pacifica garota.
  O silêncio entre eles era calmo, pacifico, nem um pouco constrangedor, era mais confortável do que Aemond pensaria que fosse.

"- Lembra quando nos conhecemos pela primeira vez?" _ Aemond resolveu cortar o silêncio.

"- Sim." _ Athena balbuciou sem encara-lo. 

"- Eu perdi um olho."

"- Você meio que mereceu" _ o encarou. "Quero dizer... você quebrou o meu nariz." _ Aemond deu um sorriso fraco.

"- Foi no calor do momento." _ a encarou.

"- Ouvi dizer que você pôs uma safira no local de seu olho" _ se arrumou no local ficando de frente para o mesmo, as pernas cruzadas em um estilo borboleta. "É verdade?"

"- Por que acha que não é verdade?" _ imitou o gesto da garota, eles ficaram frente a frente, ainda distantes um do outro.

"- Eu não sei!" _ balançou os ombros. "Você é louco!"

"- Você me acha louco?" _ deu um leve sorriso.

"- Muito!" _ concordou com um aceno, Aemond não conteu a risada. "Por que tá rindo?"

"- Você... Athena, a Besta, me acha louco" _ a fala do mesmo fez Athena encolher levemente os ombros.

   A Besta.
Aquela palavra ainda era usada para se referir a ela, mesmo depois de tantos anos e tantos modos que ela fez para as pessoas não lhe chamarem ou lhe acharem uma besta. Aemond pode ver a mudanã de comportamento da jovem, o modo como ela tirou os olhos dele e fixou na areia e, com a mão, mexeu na substancia arenosa; ele deu uma leve risada.

"- Acho que nós dois somos uma espécie de besta agora, certo?" _ Aemond murmurou, Athena tirou os olhos da areia e o encarou, em um passe rápido ele tinha tirado seu tapa olho, dando visão a um olhar azul intenso, algo que fez os olhos da menina se arregalarem levemente. "Assustador o suficiente?"

"- Eu não diria assustador." _  Athena murmurou. "Eu diria... belo." _ sorriu. "Você tem um olhar de safira... é bonito, muito bonito."

"- Você tem um olho de sangue." _ Aemond sorriu levemente. "Eu gosto de sangue." _ Athena sorriu para o mesmo. "Sabia que existe uma pedra preciosa cuja cor é um vermelho tão intenso quanto seu olho?" _ apontou.

"- Mesmo?"

"- É... o rubi." _ se levantou. "Eu tenho um nos meus aposentos!" _ estendeu a mão para Athena. "Venha, eu vou mostrar pra você."

[ ... ]

  Athena se sentou no final da cama de Aemond, ela observou ele indo e vindo pelo quarto em busca de uma pequena caixa - algo que veio de sua boca - onde ele guarda a jóia; não demorou muito para ele achar a caixa perfeitamente entalhada e ir em direção a garota, puxando a cadeira ele se sentou em sua frente.

"- É a coisa mais linda que eu já vi" _ Aemond murmurou tirando o rubi de dentro da caixa, Athena encarou  a pedra brilhosa com um sorriso largo. "Vamos, pegue!" _ pôs na mão da menina, o contato com a mesma fez um leve arrepio passar na espinha da mais nova, ela segurou delicadamente a pedra contra o fogo da lareira vendo ela brilhar, Aemond tinha o olhar encantado na direção de Athena, algo que ela parecia totalmente aérea.

   Porém Alicent, que observava a interação da porta, não estava aérea sobre a afeição do filho com a cria de Daemon, algo que ela não se agradava nem um pouco.

"- O que faz no quarto de meu filho?" _ a mulher resolveu entrar no cômodo, algo que fez Athena se levantar rapidamente e a encarar.

"- Só... conversando, lady." _ balbuciou, Alicent sorriu, um sorriso ao qual não atingiu seus olhos.

"- Saia! Quero falar com meu filho." _ ordenou, Athena devolveu a pedra para Aemond que a apertou em sua mão de forma firme e encarou a mãe que se aproximou rapidamente. "O que pretende fazer?" _ esbravejou. "Não pode se postar ao lado dessa... aberração!"

"- Athena não é uma besta." _ a defendeu, Alicent deu uma risada, ela não conseguia acreditar nas palavras do seu amado filho.

"- Olhe a sua volta!" _ Alicent gesticulou. "Todos já começam a falar, desde o dia que ela chegou aqui, Aemond."

"- Deixe-os falar!"

"- EU NÃO LHE QUERO ENVOLVIDO COM UM ABORTO!" _ Alicent se alterou, para o infortúnio Athena estava perto o suficiente para ouvir.

"- Ela é como eu, mãe." _ Aemond se aproximou da mais velha, rosto no rosto. "Uma aberração para a sociedade."

"- Aemond..."

"- Não estrague o que estou construindo." _ se desvencilhou das mãos da mãe. "Ou eu vou tomar medidas drásticas."





















BESTIAL; 11 dezembro 2022
votos e comentários são muito importantes para a continuação da história.
Vocês tão bem? Sinto vocês tão quietos, tão distantes. Me deixem saber se está tudo bem com vocês.


𝗕𝗘𝗦𝗧𝗜𝗔𝗟 ; daemon t.¹ ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora