Capítulo 10 - Liberdade

1.1K 90 102
                                    

Notas da autora:
Escutem a música sugerida ao ler todo esse capítulo, fica bem mais triste KKKKKKKK BRINCADEIRA.

Soraya

Simone me afastou lentamente dela, me afastou o suficiente para eu perceber que não foi certo usar a fragilidade para tirar um proveito. Mas quando eu vi, já estava atacando a boca dela e sendo correspondida, não por muito tempo.

— Desculpa, Soraya. Isso aqui, não é certo com você.

— E o quê certo nessa história, Simone?

- O certo é seguirmos como nunca tivéssemos naquele bar, nem naquele motel. Querida, aproveita sua liberdade. Não irá mais casar com César, não é?

— Simone, eu...o quê significamos?

— Seja mais direta

— Aquela noite, o quê eu signifiquei pra você?

— De verdade, Soraya. Você significou descoberta, liberdade.

Com os olhos marejados observei a mulher na minha frente

— Você e Eduardo?

- Eu e Eduardo estamos dando um tempo, eu precisava processar tudo isso, processar você na minha mente. Ontem quando você voltou, isso deixou ainda mais claro.

— Você já deve ter processado, ainda agora estava aos beijos com outra

— Isso é um interrogatório? Pois bem, Laura é incrível, com ela não tem jogos, não tem passado, não tem segredos, com ela é leve, tá sendo bom. Soraya, está sendo bom.

— Eu fico realmente feliz por você. Eu preciso ir.

Sair o mais depressa daquela sala, pareceu tudo ficar bem mais claro, muito mais doloroso, não sabia certas coisas doeriam tanto. Ainda no corredor virei para ver Simone e Laura sorrindo indo em direção a saída.

♦♦♦

Cinco meses e 15 dias depois...

Soraya

O último semestre de direito tinha voado ou melhor, eu me convenci disso, mas acontece que foram os últimos meses mais agitados da minha vida, daqui há 15 dias oficialmente me tornaria advogada, isso se eu conseguisse passar de primeira na OAB. E foi nisso que eu foquei, eu foquei em mim, foquei no meu curso, foquei em me curar de coisas que eu nem sabia que pudessem ser curadas.

Não vou dizer que foi fácil ver Simone todo dia, tão divinamente dando aula, mas ela não era uma problema e deixou evidente isso, sua nova querida era Laura, onde a cada dia deixavam mais clara o tanto que estavam próximas. Isso gerou um falatório na universidade toda, mas me parece que uma grande parcela das meninas queriam ser Laura.

Durante esses meses eu visitei dona Lucero, conversamos muito e deixamos as coisas em pratos limpos, sentir a dor dela ser mais aceita e o tanto  do arrependimento sentido ao se colocar como culpada, por não levar Lucero ao um profissional logo nos primeiros sinais.

Entre cafés e bolos de cenoura que ela me acolhia, passávamos horas conversando em quase todas as tardes. Finalmente tive o texto de despedida pronto e com Débora pude ir lá na sepultara para falarmos para Lucero.

Passei também ir com mais frequência ao psicólogo, logo o mesmo me encaminhou ao psiquiátrica,  um avanço e tanto, não é? Mas foi bom, está sendo muito bom, falava sobre minha mãe, meu pai, falei sobre Lucero e falei sobre Simone. Em um dos seguintes diálogos seguiu da seguinte forma:

Eu estava deitada em um sofá confortável do consultório sendo observada por Silvia, faziam 10 minutos que eu tinha chego, mas até agora não conseguia soltar uma palavra, observava cada detalhe do ambiente acolhedor a minha volta.

Professora Tebet - Soraya e Simone TebetOnde histórias criam vida. Descubra agora