Capítulo 15

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As luzes de casa já estão todas apagadas quado tranco a porta e saio para ir à casa de Luke.

O céu já está escurecendo e o vento parece se intensificar, jogando o que parece, suspiros frios no meu rosto gélido.

Com uma blusa preta de manga cumprida e um casaco azul marinho para me aquecer, vou a pé até a casa já que meu pai não está aqui para me dar uma carona. Eu até poderia ligar para o Luke e mandar ele vir me buscar já que é ele quem tem algo para me contar, ou ele deveria vir aqui em casa, apesar de que, se eu me cansar dele eu posso ir embora a qualquer momento, e aqui eu não poderia forçá-lo a ir embora.
No caminho me distraio com a paisagem da área de casas e prédios comerciais. Os carros passam direto cortando o silêncio nas ruas. Agora são cinco e quarenta e as calçadas se encontram bem movimentadas, especialmente nos pubs com suas mesas postas ao lado de fora do estabelecimento, sem falar das lojas de roupas.
Desviando de algumas pessoas enquanto caminho, ouço uma risada familiar de dentro de uma locadora. Há portas e janelas de vidro nela então olhos através delas para reconhecer o emissor desse som.
Ashton, Calum e Rebecca dentro do estabelecimento em frente a uma prateleira de DVDs. Rebecca está ao lado de Ashton com uma cara de tédio enquanto os dois riem da capa de um case. O que ela está fazendo ali com eles? Ou melhor, eles com ela?
Fico parada ali observando-os, até que Calum faz menção de virar seu rosto para essa direção e eu saio em disparado para o outro lado da rua.
Quando atravesso a faixa tenho quase certeza de que ele não me viu. Eu espero pelo menos.
Acho que no final das contas Calum e Rebecca são amigos, ou alguma coisa do tipo. Não é à toa que Luke pediu para que eu ficasse longe dele. Qualquer coisa que tenha conexão com ela não me desce bem. Embora Luke possa estar trocando saliva com ela às vezes.
Mantenho meus passos rápidos até avisar a casa do meu futuro meio-irmão.
A casa está iluminada por fora e por dentro, então é fácil supor que Vanessa também esteja em casa. Luke me parece o tipo de garoto que quando está sozinho em casa fica no quarto iluminado enquanto o resto da casa está no escuro. O que é até econômico.
Toco a campainha e ouço o som dela lá dentro.
Como a noite já chegou, parece que está ainda mais frio, o que só piora por causa do vento.
Em instantes a silhueta de Luke aparece no quintal ornamentado pelo seu jardim bem cuidado.
Ele aparece sob a luz âmbar amarela do poste da rua e vejo seu rosto simétrico com cara de sono. Ele está tão bonito apesar de parecer que acabou de acordar. Seus olhos estão murchos e sem muita cor.
Ele me vê e abre um sorriso simpático de lado.
- Acabei de acordar - ele boceja ao destrancar o portão. Passo por ele tremendo meus ombros de frio.
- Hum... - Não digo nada enquanto reparo em suas roupas amassadas.
Um suéter verde musgo com uma calça jeans de lavagem clara. O verde musgo lhe cai bem mas mantenho isso em segredo.
Terminando de trancar o portão, sigo Luke para dentro da casa.
Aqui dentro está tão quente devido o aquecedor que eu até tiro meu casaco e ele o pega de minhas mãos.
- Vou deixar aqui - ele o deixa sobre um balcão branco ao lado da porta que não estava ali na primeira vez que eu vim aqui.
- Sua mãe está em casa? - Pergunto ao passar pela sala, seguindo Luke ao que parece em direção à cozinha.
- Não, ela ainda está no trabalho. Talvez chegue lá pelas oito - assinto em silêncio.
Vanessa trabalhando até tarde. Que novidade.
Nossa, eu tomando conta da vida dela, e nós ainda nem moramos juntas.
Tenho que me lembrar de não cometer esse erro novamente.
Quando Luke vira à esquerda no corredor, sinto um aroma gostoso vindo da cozinha.
- Você está cozinhando?
Ao parar em frente ao arco entre a cozinha e o corredor, vejo uma mulher atrás do balcão indo em direção à pia. Ela não para quieta indo em direção ao fogão depois para pia cortar alguma coisa para então voltar ao fogão.
Luke ri balançando a cabeça.
- Não, mas a Margaret está fazendo um prato maravilhoso - eu quase me esqueci de que ele têm pessoas que trabalham para ele.
- Certo - a mulher fica com a cara fechada enquanto está concentrada e nem parece me notar.
- Só vou pegar um coisinha - ele abre a geladeira e retira uma garrafa de vinho de lá. Ele espia a cozinheira e então coloca a garrafa embaixo da blusa. Que rapaz mais imprudente.
Ele fecha a geladeira. No momento que a Margaret se vira de costas para nós, ele anda nas pontas dos pés segurando o riso até onde estou. Assim que ele passa, ele agarra minha mão com força e me puxa.
- Margaret é fofoqueira - ele solta quando estamos na sala.
- E você é rebelde - aponto para a garrafa de suas mãos.
Ele dá de ombros seguindo para a porta que dá para a varanda ao lado das escadas.
Ele abre a porta de vidro e damos para uma varanda silenciosa, somente o som do vento fazer um farfalhar nas árvores mais distantes é ouvido.
E está frio novamente.
Ele fecha porta atrás de nós enquanto visualizo nosso espaço.
A varanda é maior do que o normal. O chão é revestido de uma madeira escura como a de um deque. Ainda há um tipo de sofá estofado de pano da cor rosa claro e uma mesinha em frente com duas taças para o vinho sobre ela.
Luke me guia com sua mão sobre minhas costas em direção ao assento.
- Sobre o que vamos falar? - Pergunto sentando-me ao lado dele recebendo o ar frio contra minha pele.
- Sobre algo...desconfortável - Ah não.
- Você quer falar sobre o que aconteceu aquele dia na festa? - Pergunto verificando seu expressão confusa - Não é necessário, já falamos uma vez sobre isso..
- Não, não é isso - ele me interrompe chacoalhando as mãos no alto com seu cenho franzido.
Não sei se pela expressão dele isso o dá nojo só de pensar ou se é algo que ele já nem se lembrava mais e eu pareço uma idiota por mencionar isto.
- É sobre a minha mãe e eu - ele suspira me encarando. Algo se remexe dentro de mim quando seu rosto adota uma expressão triste e magoada.
Isso acaba comigo.
- O que aconteceu? - Só depois de falar reparo que meu tom decaiu para baixo, parecendo que estou com dó dele.
Ele esfrega suas mãos e então joga suas costas contra o estofado.
Sei que jugo que ele na maior parte do tempo mas vendo agora sinto que ele carrega o peso do mundo nas costas e não sabe o que fazer para se livrar do peso.
- Ela não ama o seu pai de verdade - ele solta sem me olhar nos olhos. Eu não falo nada. Não consigo falar. A Vanessa é apaixonada pelo meu pai, eu tenho certeza disso. Eu vi o jeito que ela olhava para ele.
Luke só pode estar usando isso para que a mãe não se case e então não teria que trazer uma garota e um pai viúvo para cá.
Ele não fala mais nada. Ele não ergue seus olhos. Não mostra emoção. Não mostra respeito.
Eu quero guspir de nojo dele. Ele é tão egoísta a ponto de querer mentir para separar duas pessoas que se amam.
- E você espera o que, Luke? Que eu vá correndo contar para o meu pai? - Rosno fechando minhas mãos num punho apertado.
Ele vira seu rosto para o meu. Meu coração acelera. Ele está com os olhos vermelhos e bochechas coradas.
Ele não pode estar prestes a chorar.
- Não, eu não quero - sua voz sai entrecortada e fraca.

N/a: aiii Deus. Hahahha terminei outro capitulo. Só para deixar na curiosidade agora haha comentem para eu saber o que vocês acham que vai acontecer bjbj

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