13. NÃO É DE GRAÇA

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[Pete]

Olhei para a distância sem rumo, um vento frio bateu no meu rosto. Pouco a pouco, os pensamentos aleatórios em meu coração começaram a se acalmar. Em meio a escuridão diante de mim, um pequeno raio de luz surge. Eu estava de pé em um pontão nos subúrbios, cercado por florestas densas somente com os barulhos baixos dos insetos, sequer sei que horas são agora. Só sei que o Senhor Kinn tem as mesmas condições que eu.  

— Isso dói? — Senhor Tay pergunta estendendo um pano e limpando gentilmente as manchas em meu rosto. Não havia guarda-costas para seguir, apenas Senhor Tay e Senhor Kinn.

— Obrigado — agradeci ao Senhor Tay com a mente distante.

— Arm não pode ficar longe de você e eu estou tentando ajudar desde que descobri sobre isso, mas não se preocupe eu não sei de nada — olhei para Senhor Tay e suspirei. Eu sabia que Arm devia estar muito preocupado comigo e que Senhor Tay estava saindo muito tarde. Não era de se estranhar que Arm incomodasse o Senhor Tay para vir me ver.

— Você sabe de alguma coisa, Pete? — Kinn, que estava lá sentado perplexo, perguntou. Fiquei em silêncio invés de responder — Nunca consegui encontrar nenhuma evidência de Porsche e Vegas, só fui para o armazém abandonado até que vi seu carro — Kinn disse cansado — O que Porsche estava fazendo aqui? Escolheu o caminho errado?

— E se o Senhor Kinn soubesse, o que faria a seguir? — Perguntei a Kinn que tinha um olhar preocupado em seu rosto — Porsche não vai escolher o caminho errado. 

— Isso mesmo, o que devo fazer a seguir?

— Senhor Kinn provavelmente sabe sobre uma certa quantidade, Porsche talvez esteja fascinado com meus pais. E o que é ainda pior seria querer me livrar do meu pai — disse Kinn, de repente intervindo. 

— Você gostaria que eu esperasse do lado de fora com Ray? — Senhor Tay apareceu cautelosamente. 

— Está tudo bem... Você é meu melhor amigo. Você provavelmente já sabe disso — Kinn diz se virando. 

— Se for mesmo como o Senhor Kinn disse... Você vai se livrar do Porsche? — Perguntei.

— E se você fosse eu, o que você faria, Pete?

— Minha situação talvez não seja tão difícil quanto a sua, Senhor Kinn, seria mais fácil para eu decidir. Se eu não pudesse mudar o Vegas, eu... — murmuro pensativo mordendo o lábio com força — ...diria coisas ponderadas por um tempo, não sairia de seu lado e tentaria o compreender. Cada um tem sua própria razão para cada ação.

— Se Vegas tiver feito a coisa errada, ainda vai fazer isso?

— Vegas talvez não tenha feito a escolha errada, talvez apenas não teve opção de escolher — eu disse em voz alta — Sua vida está sendo controlada ou está caminhando pela liberdade, Kinn? O que você escolhe?

Estou começando a entender mais sobre o que Vegas faz, mas a parte em que ele era leal à família principal ainda era uma falha deixada em seu coração. Hoje parece ser o dia do juízo final, qual dos meus sentimentos seria mais honesto?

— Quero a família perfeita. Eu quero Vegas, eu quero liberdade — ao dizer isso, meus olhos se encontram com os de Kinn por um momento — Mas a liberdade nunca vem de graça porque vem à custa da dor.

Sim, eu estou com dor. Posso ser rotulado como não filial da família principal que me criou tão bem até hoje. Tenho uma casa para o meu avô e para a minha avó. Havia muito dinheiro para gastar, uma família, respeito. Era um bom Pete hoje.

— Então, o que devo fazer a seguir? — perguntou Kinn em desespero. 

— Acredite. Acredite em nossos maridos e fique ao lado do seu, não importa o que aconteça.

VEGASPETE [NOVEL 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora