11. JUSTO

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[VEGAS]

Os quatro sentaram-se no quarto do meu pai sem que ninguém pensasse em sair daqui. Macau ficou sentado olhando para eles com lágrimas silenciosas escorrendo por seus rostos. Pete e Venice estavam com as mãos pousadas em minhas costas.

— Vamos ver o papai, vamos? — Pete disse com um sorriso.

Pete disse querendo que fossemos visitar o túmulo dos meus pais para prestar homenagem. Macau e eu nunca colocamos os pés lá. Eu amava muito os dois, mas não podia me expressar muito bem.

— Vamos começar tudo de novo — Pete disse, continuando a nos encorajar, Macau juntou todas as fotos e colocou no cofre tal como estava antes.

— Vamos tomar banho e nos preparar. Hoje a primeira família tem um compromisso com a gente, não é? — Venice, que tinha adormecido em seus braços, balançou a cabeça.

— Vamos tomar banho, Macau. — me virei para Macau, que estava calado há muito tempo. Até que ele chorou — Sorria, segure firme — eu disse impotente — Vamos. Vou marcar uma refeição com todos da família principal para as boas notícias.

— Macau não precisa que ir —  Pete ajudou outro.

— Pete também irá conosco, certo? — Macau virou-se para olhar para Pete com preocupação.

— Sim, ele convidou toda a família para a casa.

— Está tudo bem, então.

— Vamos nos vestir .

Devolvi tudo e coloquei de volta no cofre como antes. Exceto uma única coisa que não mostrei a ninguém: o caderninho do meu pai. 

— Korn matou minha mãe?

— Vegas, Vegas, Vegas! — Pete me chamou tão alto que fiquei assustado.

— Hmmm? — eu estava perdido em pensamentos há um tempo, eu rapidamente voltei a mim e me virei para olhar o rosto do meu marido.

— Que diabos? Vá tomar um banho e se vestir — Pete me entregou uma toalha e acenou com a cabeça, ele pega a própria toalha e seca o rosto voltando para o banheiro.

Eu estava prestes a me virar para sair dali e ir tomar banho, mas meus pés não não se moveram. Pete chamou meu nome e logo me abraçou por trás em um abraço caloroso.

— Devia sorrir, agora você sabe o papai ama muito você e Macau.

— Seja o que for, já passou...

— Eu sei o que você está pensando, mas é uma questão de negócios. Talvez não entendemos o suficiente a razão do Senhor Korn ter feito algo assim —  disse Pete. Eu entendo o que ele quer dizer.

— Muitos tentaram matar o pai para tomar a segunda — eu disse em tom monótono.

— Sorria, estamos nos divertindo, Vegas. Não precisamos ser a segunda família, vamos apenas deixar o passado — Pete colocou o rosto no meu ombro e disse em tom de súplica.

— Você tem medo de que eu me vingue por não ser o chefe da primeira família? — Eu gentilmente acariciei o braço do meu marido.

— Foi doloroso ter que suportar trabalhar para a família principal como uma antiga família menor?

— Sim, dói, mas o que me dói mais é ter nascido na segunda família. Eu sequer sei o que significa sorrir. Eu nunca quis ser da segunda família, tenho que aguentar trabalhar porque eu quero que seja assim. Quanto ao ressentimento...

— Por ele ter matado seu pai? — Disse Pete — O passado não pode ser consertado, Vegas. Só podemos aceitá-lo e seguir em frente. Mesmo que eu não consiga ver o presente e o futuro.

VEGASPETE [NOVEL 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora