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Hee


Eu não poderia estar mais feliz. Finalmente eu conseguir sair daquela bolha que era minha vida. Hoje eu me sinto livre para viver do jeito que eu quiser. Por muito tempo eu vivi de um jeito que eu nunca quis. Meu desejo desde pequeno, sempre foi me formar em enfermagem e poder ajudar quem precisasse.
Mas eu fui fraco.

Meu pai foi um político importante na Coreia, hoje ele já e falecido, mas como ele mesmo disse no seu leito de morte, deixou o seu legado. Quando papai descobriu que estava doente ele veio falar comigo. Eu era seu único filho. Eu já tinha contado sobre o meu sonho de fazer enfermagem, mas ele com sua basta experiência em fazer a cabeça dos outros, me fez mudar de ideia. E pior, usou a sua doença para conseguir tudo de mim.

Eu eu me formei em gestão pública, e acabei me casando com Taehyung, tudo por causa dele. Tudo para agradar meu pai. Mas só eu sei como eu estava me sentindo, me deixando ser usado, tudo por um capricho do meu pai, em seus últimos anos de vida. Foi por isso que eu passei esses últimos cinco anos vivendo nessa bolha que só me fazia mal.

Encontar Hoseok naquela reunião foi a melhor coisa que poderia acontecer, no exato momento que eu olhei para ele, a ideia me surgiu. No meu coração sempre existiu a esperança de viver meus sonhos, exatamente como eu planejei. Fizemos as trocas e hoje eu estou aqui, em parte, vivendo a vida dele e ele a minha. Tenho certeza que ele deve estar entediado. Conviver com Taehyung não é nada fácil.

Taehyung não é uma má pessoa. Mas a sua vida pública o deixou um pouco egocêntrico. Pensava tanto nele e sua vida pública que nem ligava para mim. Minha vida era viver dentro daquela casa e fazer o papel de esposo apaixonado quando íamos algum evento importante. Tudo para mostrar a sociedade que o casamento do grande político Kim, era perfeito. Quando na verdade era um martírio para mim.

O papel de um cônjuge de um político, era tão entediante que me dava raiva. Aguentar outras cônjuges de outos políticos falando asneiras era realmente incômodo, por isso era bastante raro Taehyung me levar a eventos com ele. Tanto que a imprensa dava a entender que Taehyung sentia muito ciúmes de mim. Coitados, bando de inocente. Taehyung nunca ligou para mim, a gente chegou a transar uma vez, porque estávamos bêbados, foi isso. Não é a toa que ele vive cheio de amantes poa aí.

Diante dessa minha vida sem emoção, tudo o que eu mais queria era jogar tudo para o alto e sumir no mundo. Mas eu tinha medo. Durante todos esses anos vivendo assim, eu acabei me acostumando, as palavras de meu pai sempre vinha na minha cabeça e recuava. A verdade é eu tinha medo de não conseguir viver tudo o que eu sonhei. De me decepcionar comigo mesmo. Por isso eu acabei ficando preso nesse casamento e nessa vida sem graça.

— Professor... Professor? — olhei para a criança a minha frente e então saí daqueles pensamentos.

— Oi Yuna? — a pequena sorriu.

— Essa palavra, como é mesmo? — ela mostrou a palavra smile no caderno.

— Smile. Repete comigo smile!

— Smile!

— Isso! Sorria! — ela abriu um sorriso e eu não aguentei e dei um beijo naquela bochecha fofa.

Ela voltou para o seu lugar e eu olhei para os outros alunos que estavam fazendo suas tarefas. A minha sala de aula tinha exatamente dez crianças. Todas eram de famílias carentes. Essa escola que o Yoongi  era responsável era como uma escola de reforço. E a novidade agora era o inglês. Eu achei a iniciativa genial, aprender outra língua desde cedo, dará ótimas oportunidades no futuro para essas crianças.

O sinal da escola tocou anunciando o final de mais um dia de aula. As crianças guardaram seus materiais e todas me deram um abraço antes de ir embora. Eram tão fofas.

 Duplo Ambulante - O Acordo Onde histórias criam vida. Descubra agora