Um mês havia se passado, a saudade está sufocante mesmo que isso saia de uma forma clichê, mas é a mais pura verdade. Eu queria ir lá agora para abraçar meu tão amado marido, mas sei que seria apenas um caminho perdido já que eles não deixaram eu entrar.
Venho ignorando os dias em que posso mandar cartas, não que eu seja tão malvado assim ao ponto de optar por não mandar, eu sei o quanto isso deve estar machucando os sentimentos dele, mas não consigo fazer isso. Cheguei a escrever algumas vezes, uma delas tinha duas folhas com frente e verso, mas a rasguei completamente ao terminar.
Nesses últimos dias tenho ficado muito preocupado com meu alfa, a marca não está mais tão agitada, não me passa mais medo e isso é preocupante já que o sentimento mais comum que sinto dele. A minha sogra está pegando meu pé, ela sabe que não estou me comunicando com o filho dela, meu sogro até tenta me entender, mas sei que no fundo ele sente a mesma coisa afinal o Jungkook é filho dele.
Meus pais estão neutros como sempre são, eles não se envolvem muito na minha vida e eu acho isso muito bom. Tem muitas coisas pelas quais devo me preocupar como focar em meu curso, na auto escola, também em cuidar da casa e também de mim não é? Mas não tenho foco, não tenho nenhum senso de direção como se fosse uma criança incapaz de cuidar de tudo sozinho.
— Alô?
Mais uma vez só hoje a minha sogra estava me ligando.
— Yoon, você comeu alguma coisa hoje?
— Aham.
— Aham?
— Sim senhora, eu comi um pouco de macarrão com carne e tomate — reviro os olhos.
— Você vem aqui hoje? Tenho algumas coisas que comprei.
— Não quer vir aqui? A minha mãe combinou em aparecer de noite.
— Sua mãe estará?
— Não, eu gosto de mentir — continuo escrevendo relatório para a faculdade, esse que está bem atrasado.
— Você é um ignorante.
— Eu falei uma vez, qual necessidade de ficar perguntando o que já sabe?
— Não sei como meu filho suporta você.
— Eu suporto ele e não ando reclamando.
— Pois bem, eu irei e vou aproveitar para ter uma conversa com sua mãe.
— Não é como se ela fosse responder — Sem querer soltei uma risada sarcástica.
— Nem mesmo sua mãe escapou de sua língua?
— Oras a senhora que começou.
— Eu não!
— Como você vai ter uma conversa com uma mulher surda muda? — tampo a boca, não estava rindo da deficiência da minha mãe, jamais! Estava rindo de como minha sogra ficou agoniada pelo mal entendido.
— Você entendeu! — desligou na minha cara.
— Acabar eu quem sou mal educado — continuo meus relatórios da faculdade, vez ou outra soltava uma risada sobre a situação.
Por mais difícil que seja acreditar, minha sogra e eu nós gostamos bastante! Temos apenas um jeito diferente de demonstrar, ela sempre implicando comigo e eu a retrucando.
No início do meu relacionamento com o filho dela, tivemos uma briga um pouco feia, eu havia convencido o Jungkook a fazer uma tatuagem, pois é, ele tem uma.
Ela disse que eu era uma má influência para o filho dela, mas eu apenas o apoiei a fazer já que tinha vontade e não coragem. A tatuagem não é essas coisas, ele tem nossas iniciais entre o dedo anelar e o mindinho, mas mesmo assim deixou a velha pistola.
Foi precipitado? Foi sim, só tínhamos duas semanas de namoro, mas deu vontade nele eu apenas fui um bom namorado e apoiei ele. Ouvi a campainha e fui ver quem era, mas já imaginando ser minha mãe, eu disse a minha sogra só a noite porquê quero ficar um pouco com mãe.
— Oi mãe — falo alto e também em libras.
— Oi filho — ela conversa sim, a voz dela é confusa e baixa, não ouve nada, mas entende libras perfeitamente.
— Vem, entra para a gente comer bolinho e tomar café — ela sorriu quando terminei os gestos.
— Estou mesmo com fome — dou espaço para ela entrar.
Fechei a porta, pego no braço dela e fui levando ela para a cozinha para poder contar as boas novas pra ela.
— Já falou com seu marido? — perguntou sem fazer libras, eu só entendo ela porquê vivi com a mesma quase que a vida toda né.
— Não deixe de fazer os sinais — Gesticulo apressado.
— Não entendi — Apenas ri e nego.
Estou na presença da única pessoa que tenho paciência, desde de pequenininho eu sentia que minha mãe era especial, nao era como a mãe dos meus amiguinhos, mas ela cuidou tão bem de mim e me proporciona amor incondicional.
— E não, não falei com ele — disse por fim e fui pegar os bolinhos.
Passamos a tarde comendo, bebendo, cuidando dos cabelos e fofocando muito.
Isso mesmo, a velha é muda e não lerda, fala da vida alheia como ninguém mais fala, óbvio que não fico atrás. Quando me dei conta já era noite e a minha sogra estava berrando meu nome lá no portão.
— Vai já! Calma aí! — Resmungo indo pegar meus chinelos, a minha mãe ficou esperando no sofá — Que garganta viu.
— Se eu não gritar ninguém escuta.
— Olha lá em — seguro a risada — Não diga isso, ela está lá dentro e pode ouvir.
— Oras! Você é uma peste menino — me deu algumas sacolas e foi entrando.
— A senhora trouxe comida pra mim?
— Não sou sua mãe ou empregada.
— Ah, mas eu sou seu genro amado, seu único inclusive!
— Pois é, não pude mudar isso né.
Ri baixo, essa mulher é uma figura. Fui deixar as sacolas na cozinha enquanto ela ficou lá abraçando minha mãe e tentando se comunicar.
— Yoon?
— Vou já — fui até elas.
— Pergunte como ela está — ri baixo e faço os sinais para minha mãe.
— Meu cabelo tá fedendo? — minha mãe franziu a testa.
— Yoongi! Sempre isso!
Ri alto e faço a pergunta a ela.
— Ah sim, estou bem — fez os sinais olhando pra mim e depois sorriu para a outra mulher.
Sentei e fiquei lá servindo de tradutor. Depois do muito papo tocaram em algo que eu não queria.
— Vai escrever sim! — Minha sogra pegou meu caderno que estava ma mesinha, minha mãe a caneta e me entregaram — Ande, trate de escrever para ele que eu mesma vou entregar lá.
Suspiro baixo, pego o caderno, a caneta e comecei a escrever.
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o meu ômega é um doidinho || Yoonkook
Fanfiction[concluída] Onde um alfa não é imponente, superior ou machão. Aqui o ômega não é nada sensível ou chorão. Onde Jungkook é um alfa de vinte e oito anos e um louco apaixonado por seu omega. Onde Yoongi é um ômega de vinte anos bem durão, que briga com...