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As coisas sempre seguem da forma que meu ômega diz, ele deve ser sensitivo e nunca me contou, não é possível! Tudo que ele me alerta acaba acontecendo. Pois é, enrolei tanto que estou dez minutos atrasado para meu compromisso, ao entrar no escritório ouvi meu nome ser chamado duas vezes.

— Sou eu!

Corri até o balcão para preencher minha ficha de alistamento, céus, meu estômago está gelado só de imaginar passar dois anos servindo o exército. Não que eu não queira, apenas não me preparei muito para isso, a única coisa que fiz bastante foi malhar.

— Aqui senhor — entrego após preencher todos os espaços em branco com meus dados.

— Vou jogar no sistema e digo o dia de seu alistamento.

— Certo — Como seria algo rápido não fui me sentar e fiquei esperando mais alguma coisa.

— Aqui está — me entregou um envelope — Tudo que o senhor precisa para ficar por dentro de todas as normas e também o dia em que deve ir até o quartel general.

— Obrigado senhor, passar bem— fiz uma referência e saio segurando o envelope com cuidado para não perder.

No caminho de volta para casa parei em uma lojinha para comprar algum mimo para meu ômega, ele não gosta muito, mas eu sempre levo para ver as bochechas dele coradas.

— Olá bom dia, eu quero todos aqueles balões da entrada.

— Bom dia senhor, todos? Tem certeza?

— Tenho sim, estou de carro.

— Mas são quase cinquenta balões senhor — ela saiu de trás do balcão.

— Não tem problema, eu posso afastar o banco de trás para o porta malas ficar maior.

— Quem será o sortudo que irá ganhar? Ou é aniversário do seu filho?

— Ah, não tenho filhos — sorri sem graça — Irei dar de lembrancinha para meu ômega.

— Uh omegas gostam de coisas fofas.

— Se a senhora conhecesse meu ômega não diria isso — falei sorrindo, posso até ver ele estático enquanto olha os balões, depois virando os olhos e continuando oque estava fazendo.

— Vamos, ajudarei o senhor colocar no carro. — aceitei de bom grato, foi fácil arrumar todos eles dentro do carro.

— Quanto lhe devo?

— 3.156 wons — paguei ela e olho novamente para a loja.

— Quero aquele boné com estampas de flores também.

— Vou pegar, só um instante.

Ela sorriu simpática e foi buscar sem delongas. Olhei para dentro do carro vendo todos os balões.

— Tiro isso daqui Jungkook, que cheiro nojento de plástico — falei imitando a forma que meu ômega fala.

— Aqui está — me entregou o boné dentro de sacola rosa com corações. Vi o preço na etiqueta e paguei ela sem perguntar. Aproveitei para tirar a etiqueta, é falta de educação dar um presente com o preço preso nele.

Entro no carro e fui direto para casa, não parei mais em lugar nenhum. Coloco o carro na garagem e me viro para tirar os balões sem estourar eles, peguei a sacola juntamente meu envelope e entrei em casa.

— Vida? Cheguei.

— Tire os sapatos! Eu acabei de limpar o chão!

— Calma amor — fiz bico e tiro os sapatos — Vem aqui me receber.

— Você não precisa das minhas pernas para entrar , deixa de coisa e entre logo antes que algum vendedor venha encher a porra do meu saco — ele saiu da cozinha com um esfregão e me encarou com a cara de desânimo dele.

— Cadê meu beijo?— falei sorrindo, ele estava olhando os balões enquanto sua boca formava um pequeno "o".

— Por que trouxe isso?

— São para você amor.

— E o'que eu quero com balões? — me olhou desinteressado, céus eu amo esse ser.

— Anda venha pegar.

— Estou cheio de coisas para fazer — Se aproximou com a mão esticada para os bolões— Você gasta dinheiro com bobagens.

Ele soltou os balões e ficou olhando eles subir até ficar presos no teto.

— Eu sabia que você ia fazer isso — abraço a cintura dele o puxando para mim — Você ainda não me deu um beijo de boas vindas.

— Você saiu por quarenta minutos — sorriu gengival — Alfa dramático.

— Eu sei que me ama — beijo ele todinho antes de selar seus lábios, como sempre ele retribuí na mesma intensidade que eu começava. Ele não perdia a chance de ir atrás da minha bunda, sentia a mão dele descendo e encontrando a sacola rosa.

— Hmm — nos separou com um sorriso — O que tem aí atrás?

— Curioso — mostro a ele.

— Pra mim? — pegou antes de ter uma resposta.

— Claro meu amor — ele pegou o boné e sorriu mais lindo ainda— Gostou?

— Sim, é bonito — colocou na cabeça — Obrigado.

— Eu vi e lembrei de você, sei que gosta de bonés.

Ele estava todo vermelho de vergonha, anos se passaram, mas ele continua sendo o mesmo garoto tímido da nossa primeira vez.

— Por que está me olhando assim?

— Porque lembrei da nossa primeira vez.

— Oras não fique lembrando daquilo — resmungou e foi pegar o esfregão mais uma vez, fui seguindo ele.

— Mas foi incrível amor — sentei no banquinho do balcão ficando mais alto.

— Incrível? — soltou uma risada — Eu fiquei com tanto medo que te fiz chorar também.

— Não me lembre disso — ri alto, aquela noite rendeu tantas histórias— Eu apenas entendia seu pânico, você era virgem e tinha medo de doer.

— Mas no fim nem doeu tanto assim.

— Tive muito cuidado com você.

— Pior que eu admito isso, você foi muito compreensível.. Ei — ele me olhou com a mesma carinha de desinteresse — Cadê o documento, quando precisa ir?

— Eu ainda não abri amor — olho o envelope em minhas mãos — Vamos ver juntos.

— Abre aí — ele se aproximou ficando entre minhas pernas e olhou a folha comigo.

— Terça feira, dia vinte e seis...

— Mas isso é amanhã — me olhou, os olhinhos dele ficaram menores que o normal— Você precisa ir amanhã mesmo. Eu disse que era melhor ir com uns dias de antecedência, agora está em cima da bucha.

— É... — abraço ele apertado — Não quero te deixar.

— Mas precisa, é nossa cultura amor, nosso dever...

— Promete que irá me ver, não é?

— Eu prometo — abraçou meu pescoço ficando nas pontas de pés.

Segurei com cuidado na cintura dele e o levanto para sentar em meu colo.

o meu ômega é um doidinho || YoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora