gente passando rapidamente pra me desculpar pela ausência (COPA do mundo e uns BO pessoais que tive que resolver) e pra avisar que nossa história tá se aproximando do fim, tá? pra vcs não ficarem mto surpresos quando sair o último capítulo 🥺
--------------------------------------------------------------Alguns dias se passaram, e o clima na casa entre as duas mulheres era completamente diferente daquele que pairava sobre elas no primeiro dia. Era algo muito mais leve, corriqueiro e simples. Algumas vezes, Anita ou Verônica se pegavam pensando em como tudo começou, a visão que tinham uma da outra e o sentimento de total horror que tiveram quando perceberam que teriam que ficar encarceradas na mesma casa; era impressionante o quão distante isso parecia agora.
Agora, dormirem juntas na mesma cama era a normalidade. Sempre estarem se tocando de alguma maneira - mesmo que seja apenas um dedo midinho encostando no outro - parecia crucial, como se a alternativa contrária fosse estranha - e de fato, lhes causava estranhamento a ausência de contato físico. Se antes de terem seja lá o que tinham agora, elas já estavam se adaptando cada vez mais a realidade e os costumes uma da outra, agora parecia que essas coisas se completavam. O costume de Verônica, agora era de Anita; a realidade de Anita, agora era de Verônica.
Depois de enrolarem na cama por um bom tempo - a delegada começava a convencer a escrivã a não levantar tão cedo - entre carícias e conversas sobre nada e sobre tudo, depois de comerem e assistirem um pouco de TV e simplesmente curtirem a presença uma da outra, agora se juntavam para fazerem o almoço.
Na verdade, Anita fazia o trabalho todo sozinha e Verônica fingia que ajudava - e a delegada fingia que não notava.
- Então, quer dizer que você realmente tem medo de moto? - Riu a escrivã. Anita revirou os olhos.
- Eu nunca disse a palavra "medo". Eu só não vejo a menor necessidade de escolher essa coisa quando se pode muito bem dirigir um carro.
- E eu pensando que você apertava minha cintura daquele jeito porque queria me pegar. - Verônica não conseguia parar de rir - Mas você só tava se cagando mesmo.
Anita soltou os talheres que usava e puxou a escrivã pela cintura com força, colando seus corpos e encarando Verônica com uma irritação sincera. A escrivã se calou, apesar de uma risada ainda brincar em seus lábios.
- Antes de mais nada, eu agarro você pela cintura, ou qualquer outro lugar, do jeito que eu quiser e quando eu quiser. - Sibilou Anita, e Verônica sorriu, mordendo o lábio inferior - Em segundo lugar, eu não estava me cagando de medo, nunca. Só prezo pela minha segurança. E por último lugar, escrivã... - A delegada colocou um dedo nos lábios de Verônica, desenhando-os com o indicador - Não gosto que riam de mim.
Anita soltou Verônica com força, voltando a prender sua atenção no almoço que preparava. A escrivã sorriu, respirando fundo, se divertindo com a provocação da delegada e de sua irritação ao mesmo tempo.
- Desculpa. - Disse Verônica, apesar de não se arrepender de nada - É só que pra mim é um conceito muito engraçado a grande Delegada Anita Berlinger ter medo de motos.
- Pra mim isso só mostra que seu senso de humor é péssimo. - Reclamou Anita, ainda focada na comida.
Verônica riu mais um pouco, agora mais tímida, decidindo não discutir mais. Ela observou a delegada cortar legumes, preparar macarrão, pré-aquecer o forno, o cenho levemente franzido devido a irritação que a escrivã a fizera passar. Verônica sentia que poderia passar horas apenas observando Anita fazendo as mais triviais atividades, e nunca iria se cansar. Sua atitude casual, visual despojado, cabelos desorganizados e olhar concentrado conseguiam uma coisa que a escrivã considerava impossível: fazer a delegada ficar ainda mais linda.
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Faíscas
RomancePrincipal suspeita do assassinato de sua rival, delegada Anita Berlinger, Verônica Torres se vê forçada novamente a fugir; sem saber das ameaças que ainda se aproximam, principalmente de sua família, a antiga escrivã procura um jeito de provar sua i...