O Assovio Da Meia-Noite

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''A superstição é para a religião o que a astrologia é para a astronomia, a filha louca de uma mãe sábia'' — Voltaire

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''A superstição é para a religião o que a astrologia é para a astronomia, a filha louca de uma mãe sábia'' — Voltaire.

Após meu encontro inusitado com o professor pelo corredor e voltado às minhas atividades corriqueiras em meio às centenas de livros, estantes e caixas, uma ideia me surgiu, com ela sendo: vou aproveitar para fazer a pesquisa do trabalho publicitário enquanto trabalho, afinal, livros para pesquisa é o que não me faltam e eu posso, inclusive, levá-los para casa, caso algum tenha o que preciso. E, partindo disso, agora já faz alguns minutos desde que me pus a procurar pelo tema do trabalho.

Eu reviro suas capas, espirrando e me abanando pela poeira irritar meus olhos e narinas. Enquanto só me frusto a cada livro não útil que pego. É, talvez o Google seja uma alternativa mais viável para mim mesmo. Penso, sentindo um ódio pungente me entupir as veias, ao passo que, largado sobre a cadeira acolchoada de rodinhas, giro como um mané entediado e frustrado pela perda de meu tempo. Maldito número trinta! Inclusive, é mais do que factível de que, a partir de agora, passarei longe deste número amaldiçoado. Distraio-me girando, quando, ao que menos espero, me vejo caído da cadeira, com ela sobre mim, após ouvir um barulho abafado de algo ter despencado. Enquanto dolorido e de coração acelerado, tiro-a de cima de mim, alisando meus joelhos. E levantando-me fulo, com o coração na mão, arrumo-a novamente, encarando a pouca iluminação da biblioteca vazia, dando curtas passadas e olhando para cada lado à procura da origem do som.

Eu juro que dessa noite eu não passo, gente.

— Quem está aí? — Eu inquiro em voz alta, nervoso. 

Foi uma pergunta idiota, eu sei. Afinal, que assassino se entregaria, não é? 

— Se estiverem fazendo de propósito, juro que vou relatar aos superiores! — Eu ando rápido, vasculhando as estantes. Certeza de que o culpado é o faxineiro Frank, aquele seboso gorducho, eu penso, até ao menos esperar em meio à minha averiguação minuciosa, tomo mais um susto ao quase levar um escorregão, e praticamente andar numa corda bamba para me equilibrar.

E me segurando na estante mais próxima para não cair e caçando o motivo de meu mau jeito, olho para o local em que começou meu show, encontrando no chão um livro, o qual parece velho demais para se estar numa biblioteca atual como esta. Será que algum estudante o esqueceu? Eu me abaixo, olhando-o mais de perto, o virando em minha mão, encontrando apenas uma citação única localizada em sua folha de rosto, escrita assim:

''Caos? Ele me é, assim como eu o sou. Vosso ceticismo agora se faz de teu oponente. E o que antes duvidava a clamar começará, assim que as portas do submundo se abrirem e o grasnar do corvo ecoar, quando a sequência aqui descrita começar:

1 - Debaixo de uma escada ir e voltar;

2 - Três toques nas quatro paredes de seu quarto dar;

3- Assobiar à meia-noite em ponto.

Agora, é só ser paciente e aguardar. O Caos Imprescindível ao teu encontro irá''

Um Amor Caótico de Milênios - TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora