Sanji sentiu algo envolver sua cintura. Abria os olhos vagarosamente e aos poucos compreendia que estava no quarto do marimo. Não dormia mais no sofá desde que começaram a namorar.
Sentiu novamente o toque na cintura e sorriu ao saber que era um dos braços de Zoro, dormindo bem ao seu lado com uma baba na boca. Depois resolveu se levantar para fazer o café, por mais que namorasse o marimo, Sanji ainda era responsável pelas tarefas de casa. Porém, assim que deixou a cama, Zoro lhe puxou de volta.
— Tá muito cedo.
— Perona vai embora essa manhã, esqueceu? Quero que ela vá alimentada.
Se livrou finalmente dos braços de Zoro para deixar o quarto, mas antes ouviu o esverdeado resmungar algo.
— Bom dia, Sanji! — A rosada entrava na cozinha vestida com um vestido lolita e com a mesma mala que levava quando a conheceu. — Uau! O café hoje está mais caprichado que o de costume.
Sanji sorriu orgulhoso por Perona ter notado seu esforço. — Claro, eu quero fazer uma bela despedida. — Sorriu satisfeito, mas depois coçou a nuca meio sem graça. — Embora seu irmão não dar indícios de que vai se levantar...
— Hoje é sábado, ele não vai se levantar mesmo! — Disse com ênfase no "mesmo" e sentou-se na mesa com o café. — Mas não faz mal, o bom é que sobra mais pra mim. — Piscou um olho para Sanji, que riu com essa resposta. — Mas... não é só isso...
O cozinheiro ficou confuso. — O que?
— Sabe, é que agora estamos a sós! — Ela deu um belo sorriso e pegou nas mãos de Sanji, que continuava de pé próximo a mesa. — Fico muito feliz por ser você a cara metade do meu irmão!
Sanji abriu o olhar, enquanto sentia os dedos da rosada entrelaçar com os seus. Naquele momento, se lembrou que não acreditava que um dia encontraria uma pessoa que lhe tirasse daquela situação traumatizante. Uma pessoa que ele conseguiria sentir confiança e por fim dizer tudo o que sentia e o que ainda sente; uma pessoa que o faria se apaixonar e que se sentisse amado.
— É verdade, Perona.
A rosada deu mais um sorriso e beijou as mãos do loiro. — Venha, sente-se comigo!!!
— Que barulheira é essa?! — Zoro saiu do corredor encontrando-se com os dois, enquanto coçava os olhos de sono.
— Ué, conseguiu levantar?
— Claro! Não vou deixar de despedir da minha irmã. Vocês acham que sou que tipo de homem?
Sanji e Perona se entreolharam, mas assim que abriram a boca para respondê-lo, Zoro achou melhor interromper. Algo lhe dizia que a resposta não seria muito amigável.
Era o horário do turno do Baratie, Sanji estava tentando apartar uma briga entre dois cozinheiros, que partiu de um motivo muito besta. Os dois começaram a discutir em que polo ficavam os pinguins, mas virou uma confusão dos infernos e o loiro acabou se metendo de alguma forma, enquanto pensava que era melhor ter ignorado. No entanto, Zeff entrou na cozinha e chutou os dois imbecis, que voltaram para seus postos com galos em suas cabeças. Sanji voltava também a seu posto, mas o velho lhe chamou.
— Uma mulher quer falar contigo.
O loiro andou lado a lado com Zeff até que chegassem no escritório. Enquanto isso, Sanji pensava quem poderia ser e acreditou que fosse uma fã, sentindo-se frustrado (sem ao menos saber quem era) por ela ter aparecido só quando resolveu namorar o marimo.
Zeff parou em frente a porta.
— Podem ficar a sós, berinjelinha. Não se importe em ter que voltar para o trabalho. — Deixou o loiro e voltou para a cozinha.
Sanji franziu a sobrancelha muito confuso com o que disse, mas girou a maçaneta. Assim que entrou naquele cômodo, perdeu a cor ao ver uma mulher de cabelos rosados e curtos, sentada numa cadeira da mesa do chef.
Era Reiju, sua irmã mais velha.
— Reiju?!
A mulher que estava de costas se virou ao ouvir a voz de Sanji. — Sanji!! — Levantou-se e abraçou o irmão enquanto chorava. — Graças a Deus, está bem!!
Sanji permaneceu atônito e deu um passo para trás.
Reiju sentiu seu medo e se afastou também, depois pegou da bolsa um lenço para enxugar suas lágrimas. — Ora, estou vendo que realizou seu sonho!!
O garoto permaneceu arisco e não retrucou. Porém, sua irmã sentiu necessidade de respondê-lo mesmo não havendo alguma pergunta.
— Se você está bem, não vou tirá-lo daqui. — Ela quis deixar bem claro.
A noite caminhava e os dois conversavam no escritório. Sanji falou sobre Perona e Zoro. Inclusive de como conheceu Perona e de como conseguira entrar no Baratie, que fora graças ao esverdeado. Já Reiju disse que ficou sabendo de seu sumiço há dois dias e que pensou que caso seu irmão fugisse, muito provavelmente iria atrás do Baratie por ser seu maior sonho. Por isso estava ali em Loguetown. Diferente dos irmãos, Reiju era uma irmã carinhosa e que prestava muita atenção em Sanji, embora não soubesse das cicatrizes, mas ela sabia de tudo que gostava e odiava e, por isso, ficou chocada quando Sanji disse que namorava Zoro. Nunca pensou que seria possível seu irmão amar um homem ou até mesmo um dia confiar numa pessoa.
— Então, Sanji... você está me dizendo que está feliz? — Disse se inclinando e pousando sua mão no peito esquerdo de seu irmão.
— Sim, eu estou bem... foi difícil me abrir, mas consegui.
Reiju voltou a se recostar no encosto da cadeira e depois enxugou algumas lágrimas que ainda teimavam em cair. Sanji estava sentado na cadeira ao lado da sua ainda preocupado, porque suas lágrimas não paravam de descer por mais que enxugasse ou respirasse fundo.
— Ora... estou chorando muito, né? — Abriu um sorriso em meio as lágrimas. — Mas é porque finalmente realizei meu sonho, Sanji! Meu sonho em poder vê-lo finalmente feliz!!!
A irmã desatou a chorar e Sanji a abraçou bem apertado. — Me perdoe não ter dado notícias. — Continuava a abraçar Reiju e se lembrava de todos os momentos em que ela o ajudou e consolou. — Me perdoe ter feito você se preocupar tanto.
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Only (reescrita)
Teen FictionSanji foge de casa com apenas 16 anos, carrega consigo uma mochila com o básico para sobreviver e um coração descrente das palavras mais tenras. zosan reescrita