VIDA TODA | L7

01 - Queda livre

lumamedeiros 

          Curtido por l7nnon, vitamedeiros e outras.

Vô , nosso amor dura para sempre ❤️

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Receber a noticia da morte do meu avô depois de perder um paciente de 05 meses na uti foi como se alguém tivesse enfiado uma faca bem no meu peito e puxado com força na intenção de dilacerar minha carne. Sentei no chão do corredor enquanto ouvia a voz da minha prima desesperada do outro lado da linha, parece que tudo a minha volta deixava de existir e eu só conseguiria ouvir a voz da Vitória ecoando e repetindo sem parar " vovô morreu ".
Não conseguia falar , chorar, nada. Só encarei o chão e fiquei ali esperando, só não sabia ao certo o que.
   Desembarquei no Rio de Janeiro as 05:15 da manhã, assim que coloquei os pés no saguão do aeroporto vi a Vitória vindo na minha direção com o rosto todo inchado de tanto chorar, ao contrário de mim que ainda não tinha derramado uma lágrima.
Ela em abraçou e ficamos assim durante um tempo até finalmente saírmos do lugar para ir até o carro.
Tirei o celular do modo avião e vi todas as mensagem subirem na tela , desbloqueei o mesmo é só respondi a do meu irmão dizendo que estava a caminho.   Na frente da casa dos meus avos tinha inúmeros carros e grande maioria eu não conhecia e também não fazia questão. Segurei a mão da Vitória com força assim que nós passamos pela porta da sala   , automaticamente sentir todos os olhares em cima de nós duas e soltei o ar do pulmões devagar.

Vitória: Não consigo ir até lá, não quero que essa seja a minha última lembrança dele.
Luma: Não vai ser, temos muitos momentos incríveis com ele parar lembrar.
Thiago: Oi - olhei para o lado rapidamente em seguida voltei a olhar para a frente, estiquei a minha mão para segurar a dele a apertei, Matheus parou ao lado da Vitória e nos quatro ficamos ali parados encarando o caixão do nosso avô.
Fui a primeira a da um passo à frente caminhei devagar e puxei uma cadeira para sentar ao lado dele pela última vez.
Luma: Nos vamos ficar bem vovô e vamos cuidar de tudo , tudo vai ficar igualzinho ao que você deixou, eu te prometo isso.
Matheus: Nos prometemos.

                        •  Lennon Frasseti

Cheguei as 04 da manhã em casa depois de três shows na mesma noite, estava cansado para caralho mas prometi a minha mãe que iria tomar café com eles hoje cedo e eu precisava cumprir, não levou muito tempo até chegar na casa dela.
Quando coloquei os pés na sala vi meus pais, minha tia e os meus avós arrumados como se fossem para algum enterro.

Lennon: Qual é, o que aconteceu pó?
Silvana: Oh filho eu acabei esquecendo de te avisar, não quis te mandar mensagem na madrugada para não te assustar.
Anderson: O Antônio faleceu essa madrugada.
Lennon: O avô da Luma?
Simone: Foi meu filho, nós vamos até lá da um apoio para ela e a família.
Silvana: Essa hora ela já deve chegado aqui no rio e está com a família.
Lennon: Eu também vou.
Anderson: Tem roupa sua ai, vai se trocar. - minha mãe sentou no sofá e eu fui em direção ao meu antigo quarto, troquei a camisa e coloquei uma calça.
  Quando comecei a namorar a Luma os pais dela foram totalmente contra o nosso relacionamento, principalmente a mãe dela , sempre torcia para darmos errado. Mas o avô dela era uma cara foda,sempre apoio, o velho me tratava como filho, lembro bem de quando a Luma convenceu ele a ir em show meu, foi hilário.
   Fui no carro com a minha tia , enquanto minha mãe iria com meu pai e os meus avós.
Simone: Vocês não se falaram desde que ela foi embora?
Lennon: Não. - engoli seco, péssimo momento para falar com ela, fiquei calado durante todo o caminho, estacionei na frente da casa, casa que eu frequentei bastante já que a Luma vivia aqui. Entrei junto com os meus pais e a primeira pessoa que vi foi a minha ex sogra que não disfarçou a revirada no olho quando me viu.  - Sinto muito irmão  - abracei o Thiago.  - Teu avô era um cara foda
Thiago: Tlgd , ele gostava para caralho de você, até ouvia suas músicas.   -  dei uma risadinha. Falei com o outro primo da Luma, o Matheus e depois abracei a Vitória.
Vitória: Ela ainda não chorou, não chorou quando eu contei, não chorou no aeroporto e nem aqui.
Nem uma lágrima se quer.
Lennon: Você conhece ela.
Vitória: E você também, eu tô preocupada.
Lennon: Aonde ela está?
Vitória: Lá fora.  - toquei o ombro da Vitória antes de me afastar dela, passei pela sala grande e caminhei até a área externa da casa, vi ela sentada de costas encarnado o chão, sentei ao lado dela e fiquei em silêncio.
Lennon: Eu - tentei falar mas acabei desistindo e fiquei e silêncio.
Luma: Não precisa dizer nada.
Lennon: Eu sinto muito.
Luma: Imagino que sim. - estiquei a minha mão e levei até a dela com cuidado, ela abriu a mão e apertou a minha com força. - eu nem conseguir chorar, tá todo mundo me olhando como se eu fosse obrigada a chorar como todo mundo que tá lá dentro. Mas eu simplesmente não consigo, eu não consigo sentir nada Lennon.
Lennon: Vem cá - passei o braço pelo seu ombros e puxei ela para o meu peito.  - te conheço o suficiente para saber que deve estar uma bagunça aí dentro.
Luma: Ele não me disse que estava doente, não disse para ninguém.
Lennon: Eu acho que ele queria poupar vocês.
Luna: Não é justo, ele foi egoísta. 
Lennon: O que você tá sentindo?
Luma: Nada. - ela se afastou de mim e voltou a encarar o show,fiquei parado do lado dela sem saber o que falar.  Alguém falou de dentro da casa que estava na hora e eu deduzir que seria do enterro, levantei e segurei sua mão para ajudar lá.
Lennon: Qual foi a última vez que você comeu ?
Luma: Não sei. -  ela falou baixou e eu segurei sua cintura para ajudar lá a entrar em casa. Ela deu um sorriso de lado quando minha mãe se aproximou para abraçar lá.
   Conheci a Luma no hospital a um ano atrás quando a Maria ficou internada,no segundo em que nos vimos acredito que tenha saído faísca, mas a minha mãe ficou doida por ela de cara, vivia 24h com o nome dela na boca.
Nos acabamos nos aproximando durante os dias de internação da Maria, seguir ela no Instagram, peguei o número do whats e acabamos nos aproximando.
Os pais dela acham que eu sou um marginal,favelado e o caralho a quatro,faziam de tudo para nos manter afastados.
Minha mãe não desgrudou da Luma nem por um segundo, cruzei os braços e fiquei observando ela só encarar o chão. Até que de repente ela se aproximou do caixão, sentou no chão e chorou, chorou de um jeito que eu nunca tinha visto na vida. Sentir o desespero, dor ,medo e angústia que ela ficou o dia inteiro guardando, ver ela daquele jeito era como enfiar uma faca no meu peito.

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Luma Martini Medeiros
25 anos, Médica.

                  Vitória Medeiros Amorim
                         22 anos, publicitária.

Lennon dos Santos Barbosa Frassetti conhecido como L7.
27 anos, cantor e compositor.

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N/A:  Primeiro capítulo só de degustação, história será iniciada no final de Janeiro.