Eu quero ser como você - Lawlu

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A gente não espera que a nossa vida tenha uma absurda virada de chave em algum momento, até que essa chave seja literalmente jogada no nosso colo.

Bom, para as pessoas desligadas ao menos, é assim.

Law nunca teve nenhuma oportunidade em nível nenhum, nem fácil e nem difícil, na verdade tudo que conseguira até os dias de hoje era por sua conta e risco, e nem sempre sabia exatamente o que aquelas palavras queriam dizer, apenas decidiu ser imprudente uma vez na vida e aos 18 anos, junto a mesada que guardava a dois anos seguidos e pegou um trem para a Universidade de Oxford, uma das melhores universidades do mundo.

Seus tios teriam um colapso? Com certeza, mas como nunca fizeram questão de visitá-lo, ele apenas se contentou em estar expulso de casa, afinal, seu tio dizia que tinha sido a universidade que fez com que a vida de seus pais fosse destruída.

E assim, faziam 3 anos que Law estudava como um maluco, se tornando o aluno número 1 da turma de medicina daquela universidade.

E o único que não ia para casa nas férias.

Bom, não fazia uma grande diferença de todo jeito, ele apenas pulava o desgaste mental que era garantido, a ideia pegar um trem para a Irlanda apenas para brigar com seus tios e passar o natal em um hotel barato não era algo nada agradável, e não conseguiria fazer as práticas extras que faria enquanto estava nos dormitórios, como assistente de professor, geralmente recebia muitos extras.

Mas, naquelas férias, caiu na lábia de seus colegas de quarto, e agora estava dentro de um carro enquanto Sabo sorria o tempo todo e Sanji citava as milhares de opções de pratos que poderiam fazer com vinhos e sobremesas de uva, nada que Law se importassem muito.

Só tinha vindo porque aquele era o último ano de Sabo na  faculdade, e sentiria saudades do cara com quem dividiu um quarto e um emprego por 3 anos inteiros.

— Minha família é meio incomum, mas eles são bem amorosos, meus dois irmãos são muito legais, eles não batem bem da cabeça, mas eles conseguem se ajeitar do jeitinho deles, e os amigos do Luffy também são... Bom, eles são mais novos que a gente, então provavelmente vamos ficar juntos do Ace — Sabo repetia o caminho inteiro, animado no volante, o  que fazia Law desconfiar seriamente da possibilidade de um carro virar no meio da estrada.

— Você já falou isso mil vezes, e antes dessas mil vezes, falou todos os dias durante dois meses inteiros no trabalho, acho que já conheço sua família mais do que a minha — Sanji reclamou, mal humorado por estar a mais de três horas sem seus cigarros, Sabo tinha o proibido de fumar no trem e no carro.

Os dois conheceram o loiro logo no começo da faculdade, quando procuravam um emprego que conseguissem dividir, e consequentemente, Sanji era filho do dono de um ótimo restaurante próximo aos dormitórios da universidade e gostou muito dos dois, então convenceu seu pai a contratá-los como garçons. Sabo tinha uma grade curricular menos densa que a de Tralfagar e conseguia estudar pela manhã e trabalhar a tarde, enquanto o estudante de medicina trabalha a noite até a madrugada, continuando o serviço do colega de quarto.

Nunca foi fácil para universitários manterem as contas em dia e sobreviverem, então logo na sua vez, não tinha como melhorar, não com a falta de sorte que o rodeava.

— Chegamos — Sabo declarou por fim, passando pelos portões de uma enorme propriedade, e os dois amigos estrangeiros se aproximaram da janela para apreciar a vista — Tudo continua exatamente do mesmo jeito que estava quando eu saí daqui a 3 anos.

De um lado, plantio de uvas se estendia até além de suas vistas, e provavelmente no fim dele estava o maquinário que a família de Sabo usava para fazer os vinhos que comercializavam pelo mundo inteiro. Do outro lado haviam pequenas casas, todas pequenas mas muito bonitas e com arquitetura italiana, e galpões, provavelmente para armazenar a produção, e nos campos além de seus olhos, provavelmente ficavam os animais que a família criava.