Epílogo

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— Se a mocinha continuar se machucando assim, não vai restar muitos o que fazer a não ser enfaixar você inteira para evitar que quebre mais um osso — Law brincou enquanto terminava a tala da garotinha em seu consultório.

— Se ela se machucar assim de novo, eu mesmo a trago pra ser enrolada, não é Apis? — Sanji chamou atenção da garotinha, que engoliu em seco e concordou com a cabeça — Além disso, você pode me dar uma caixa de remédio para dor de barriga?

— Eu pensei que o problema fosse só o braço, está com dor de barriga e não falou? — Agora perguntava docemente a criancinha, mas ela negou com a cabeça, o que fez o médico virar para o amigo — O que tem de errado então? Você está bem?

— Eu com certeza sim, mas os outros alunos não vão ficar tão bem quando comerem a comida que ela preparou antes de quebrar o braço — A pequena Apis deu um sorrisinho sem graça com o comentário do professor, e o doutor apenas riu e concordou. Não era a primeira vez que precisava dar grandes quantidades de remédio por causa de suas aulas semanais.

— Um ano ensinando as crianças a cozinharem e você ainda não consegue evitar que elas tenham intoxicação alimentar? — O médico brincou enquanto entregava uma cesta de medicamentos ao professor — Já tinha separado para esses casos, mas acho melhor você ministrar e lidar com os pais do que eu.

— Claro, porque já não me basta lidar com dez crianças duas vezes por semana e explicar todo mês para os pais dessa garotinha como ela se machucou, eu ainda tenho que medicar aqueles pirralhos — O Vinsmoke resmungou — Te vejo hoje a noite ou vai se esconder na sua vida miserável de médico para faltar a festa?

— Se acha iriam me perdoar por faltar uma festa tão importante, você definitivamente é maluco — Sequer passou pela sua cabeça aquilo, mesmo que suas obrigações com pacientes fosse a prioridade e estivesse exausto — Mas você sabe que eu viajo amanhã, não sabe?

— E é por isso que todo mundo está reunido no objetivo de fazer você perder pelo menos mais um dia dessa viagem — O loiro desafiou, mas o médico apenas conseguiu rir e empurrar o amigo para fora — NÃO SE ATRASE OU EU E SABO VAMOS TE BUSCAR A FORÇA.

Precisava dar um desconto ao amigo, ele estava a noite toda ajudando cozinhando para a bendita festa e ainda sim tinha sido corajoso o suficiente para acordar cedo na manhã seguinte e focar em seus mini-alunos que faziam as gororobas mais esquisitas do mundo em suas aulas. E mesmo que fosse sua intenção ter uma noite tranquila de sono antes da perturbação que seriam as horas enfiado dentro de um avião, não podia deixar de estar presente numa confraternização tão importante quanto aquela para todos os seus amigos.

Existiam poucas coisas que deixavam o Doutor Tralfagar mais feliz do que estava agora, e nenhuma delas impossível, mas nada parecia mais satisfatório do que arrumar o consultório no fim do expediente e seguir andando para seu apartamento no centro da cidade, onde tinha uma bela visão da praça central, um espaço amplo apesar de pequeno e uma boa quantidade de vinhos no armário.

As mudanças foram difíceis no começo, largar o prédio universitário e ir para um apartamento de verdade não era algo que se lembrava que teria que fazer, e principalmente quando se tratava de não dividir um espaço maior com uma pessoa indesejada chegando de festas ou atrasada para as aulas o tempo todo.

— Senhor Tralfagar — O porteiro o cumprimentou quando pisou no saguão do prédio, e Law fez um movimento com a cabeça para retribuir.

A parte confortável de morar ali era o ambiente familiar, iria viajar no dia seguinte e não conseguia pensar em como seria difícil deixar aquele lugar que parecia ter sido feito especialmente para ele. Seu apartamento tinha uma enorme parede de vidro que dava para cidade, e apesar de ser um inferno lavar as cortinas, aquela vista fabulosa valia a pena.

Eu quero ser como você - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora