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Thalia Machado
RJ, 5h20

Minha cabeça estava a mil e eu não conseguia dormir. Não era possível isso estar acontecendo comigo.

Me sento na cama com respiração ofegante e agarro meu celular que estava na cômoda. Antes de ligar o mesmo, olho para trás e vejo Alanis e Mari dormindo abraçadas na cama enquanto Julia dormia no sofá-cama de Alanis.

Olho aquela cena e sorrio de canto, me sinto feliz por tê-las comigo.

Quando vim de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, eu não conhecia ninguém. Vim na cara e na coragem, só com dinheiro de três alugueis, de uma compra do mês e matriculada na faculdade. E elas sempre me deram o suporte que eu precisei. Elas foram a família que eu não tive aqui. Elas foram e sempre vão ser meu alicerce e minha casa. Devo muito a elas.

Em meio meu devaneio, me pego acariciando minha barriga e logo repreendo a tal carícia. Por um momento, esqueci desse detalhe. Eu simplesmente esqueci, que tem um ser humaninho dentro de mim.

Com o celular em mãos, me levanto e vou para a sala, e procuro por Nicole que também não estava em casa, mando mensagem para a mesma que logo responde e assim começo a pesquisar várias clínicas de análise aqui perto de Copacabana e que abram bem cedo.

— Tá fazendo o que acordada? – tomo um baita susto fazendo meu celular cair.

— Meu Deus, Alanis! – respiro ofegante. — Tô sem sono. E por que você está acordada? – digo enquanto pego meu celular do chão.

— Acordei enjoada, vi que você não estava na cama e vim te procurar. – a mesma diz e se aproxima de mim. — Eu entendo o quão nervosa, tensa e confusa você está, acredita em mim. Mas saiba, que, independente de qualquer coisa, eu estou aqui. Nós estamos aqui por você.

Abracei a mesma e comecei a chorar sem nenhuma previsão de parar. Alanis acariciava minhas costas e não falava nada, não precisava falar nada. Aquele abraço era o que eu mais precisava.

— Amiga, que horas é o nosso vôo? – perguntei assim que me acalmei.

— Ás 9h50, por quê? – a mesma perguntou de volta enquanto limpava minhas lágrimas.

— Achei uma clínica de análises aqui perto, abre as 6h30. Acho que dá tempo.

— Mas e a viagem? Você não vai? – a morena pergunta apreensiva

— Vou, mas eu preciso fazer o Beta HCG. – digo segurando a mão de Alanis.

— Tudo bem, vou com você.

𝒸𝒽𝒶𝓃𝑔𝑒𝓈 ♮ 𝐑𝐒𝐆Onde histórias criam vida. Descubra agora