Aquela Mensagem • Mirandy

Capítulo Oito: Buquê De Dálias

- Olá, Mãe! Sim, sou eu! Hum.. não, não deu tão certo. Ela tinha alergia. É! Não me culpa, Rosa, não tenho nada a ver com isso... Dálias, eu quero Dálias. Sim, isso. Eu vou com ele, mas até a metade do caminho. Certo, já estou indo.

Andy abandonou o celular em cima da cama e sorriu. As borboletas em seu estômago dançavam, brincavam e cantavam entre si. Ela estava nos céus!

A mensagem de Miranda ainda estava pendente no celular sobre a cama, mas se Andrea fosse respondê-la, com certeza deixaria para trás qualquer vontade de sair de casa apenas para estar com Miranda por mais um tempo. Mesmo que distante dela, por enquanto.

Entretanto, ela tinha um plano e não podia falhar.

Como já estava vestida com uma roupa confortável, Andy apenas colocou um casaco, reforçando a vestimenta. Estava frio lá fora, mesmo sendo começo de um fim de tarde e para chegar até Miranda precisava andar algumas boas quadras. Ela não queria ficar doente àquela altura do campeonato.

Calçou o all star azul e saiu porta a fora. Sentia-se absurdamente mal por ter deixado Miranda com uma crise de alergia, principalmente com pouco tempo em que começou sua guerra para conquistá-la, mas estava disposta a pedir desculpas com algo que realmente significasse alguma coisa. Para ela flores eram coisas românticas, delicadas e bonitas. Miranda era como elas. Um encaixe perfeito!

Quando Andy chegou em frente à grande e bela floricultura, Rosa a encontrou e colocou as mãos na cintura, observando-a do jeito mandão que a estudante normalmente não gostava. E sem graça, Andrea abaixou a cabeça com as bochechas coradas, deixando claro que não queria os sermões de sua mãe por ter falhado como uma conquistadora nata que falou que seria.

- Você deixou a sua amada com alergia, Andrea? - Rosa aproximou-se dela e a abrigou nos próprios braços. - Você é sempre tão bobinha...

- Não me julga, mãe. - Andy sussurrou entre o pescoço dela. - Eu nem sabia. Eu tinha que ter perguntado isso antes, não é? Não pensei. Eu jurava que seria mais fácil, mas no fim sempre fico nervosa.

- Ela iria saber, de qualquer forma. - Rosa voltou a se afastar e encarou o rosto rosado, jovem e bonito. - Você toda apaixondinha! Eu esperei uma vida toda só pra isso!

- Mãe! - Andy resmungou enquanto Rosa se derramava em risos, caminhando até a sala especial para montar os buquês com Andy em seu encalço. - Ela me fisgou, tudo bem? Eu nem queria estar assim.

Andy observou a mãe segurar um belo buquê entre as mãos assim que se virou para ela. Os olhos de Andy brilharam! As Dálias estavam bem posicionadas, abraçadas por um tecido gentil para mantê-las juntas e seguras, com um laço azul ao redor. Todas em cores pastéis, transmitindo calmaria, já que Miranda parecia preferir tons doces e comportados.

- Mamãe, ela vai amar! - Andy comemorou enquanto aceitava o buquê entre as mãos. Segurava com cuidado como se fosse um bebê. - Quer dizer, eu espero que sim. Vai que ela acha muito?

- Se ela achar muito, eu vou na casa dela e a faço comer cada uma dessas flores.

Andy cresceu os olhos, assustada com as falas da mãe.

- Estou brincando, querida. - Rosa se aproximou de Andy novamente. - Vamos, entregue para Charles que ele irá com você.

- Avisou que preciso descer uma quadra antes? - Andy indagou.

Rosa acompanhou a filha até o caixa, onde Charles esperava as duas com um grande sorriso no rosto, por mais que cansado pelas entregas que naquele dia estavam inacabáveis.

- Sim, avisei. - Charles pegou as flores de Andy, colocando-a dentro da cesta em cima da moto. - Ele vai passar por você na volta.

- Tudo bem. - Andy sorriu para Rosa. - Obrigada mesmo, mãe.

A mulher nada disse, apenas pediu para que Andy a esperasse com um sinal. Voltou com uma caneta, um papel recortado com bordas curvadas e deu para Andy. A morena entendeu em segundos. Ninguém pode entregar um buquê sem que tenha alguma mensagem junto dele!

Subiu na moto junto de Charles e desceu quando chegou muito perto da casa de Miranda. Ela não podia, de forma alguma, mostrar quem ela era. Não tão rápido assim. Miranda tinha que se interessar por ela sem ver seu rosto, afinal, seria triste se ela partisse por não achar Andrea tão bonita assim. Ela cheirou as rosas e entregou para Charles. O rapaz parou em frente à casa de Miranda, enquanto Andy permanecia escondida atrás de uma árvore, apenas observando a cena com olhos atentos.

E quando a porta da mansão abriu, o coração de Andy começou a bateu forte dentro do peito. Ela estava linda naquela calça folgada e blusa branca, mesmo com o rosto vermelho e levemente inchado. Andrea quase se afundou momentâneamente com a culpa, mas o sorriso de canto que Miranda deu ao segurar o buquê mudou totalmente sua opinião em segundos.

Então ela tinha gostado?

Apesar da vontade, a estudante se conteve em não pular no meio da rua como uma maluca. A felicidade invadindo-lhe com tudo por saber que Miranda tinha esperado e realmente acreditado nela. Não existia nada mais terrível que a ideia de Miranda brincar com seus sentimentos, ou realmente achar que tudo não passasse de uma brincadeira de mal gosto.

E então, a mulher de cabelos nevados aceitou as flores, aproveitando para olhar ao redor quando Charles partiu pelo lado oposto. Andy se escondeu rapidamente, com medo de que Miranda a visse e só voltou a sair de trás da árvore quando a mulher entrou pra dentro de casa.

- Estou de volta, apaixonadinha! - Charles apareceu em cima da moto com um sorriso engraçado. Andy se virou para ele. - Gostei da sua ideia, acho que vou copiar.

- Para conquistar a Emily? - O rapaz sorriu abertamente.

- Sim, ela mesma.

Andy subiu em cima da moto e agarrou os quadris de Charles.

- Eu te ajudo, pode ter certeza. - Charles gargalhou. - Eu e você namorando na mesma época? Incrível!

E então, depois de passar na floricultura para matar a saudade de sua mãe como deveria, Andy voltou para casa um tempo mais tarde. Jogou as roupas em cima da cama, tirou os sapatos e pegou o celular, abrindo um sorriso enorme com a nova mensagem de Miranda na barra de notificações.