- Você ainda não me disse para que lugar estamos indo.
- Andreah, você precisa controlar sua ansiedade. Eu não vou dizer isso de forma alguma.
- Isso é injusto!
- É justo! Se é uma surpresa não faz sentido que eu te conte antes da hora.
Depois de fazer Andrea se desmanchar em seus dedos, Miranda voltou a dirigir um tempo depois. A chuva pareceu ter dado uma trégua, e ela aproveitou que havia ficado mais acordada para continuar o trajeto que já estava quase finalizado. Andrea ainda tentava arrancar da mulher informações, mas Miranda não parecia nada manipulável.
Com as janelas dos vidros abertas, Andy contemplou o vento frio e as árvores do lado de fora. Alguns postes iluminavam a rodovia, e era bom para a segurança de Miranda ao volante. Pensar em levar Andrea para o destino que tinha escolhido havia sido uma proposta muito bem pensada. Não era qualquer pessoa que Miranda levava para aquele lugar.
- Você não tem medo de dirigir sozinha nessas estradas escuras? - Andy indagou pensativa. - Eu não teria tanta coragem assim, sabe? Olhe como aquelas fileiras de árvores são completamente assustadoras!
- Não posso olhar, Andreah. - Miranda revirou os olhos momentâneamente. - Mas não costumo ter medo. Já me acostumei com esse breu todo. Antigamente, nas primeiras viagens, era um tanto sombrio... mas hoje é confortável até.
Andrea não fazia ideia de onde estava indo. Até ela mesma se surpreendeu quando percebeu que havia aceitado sair com Miranda sem ao menos duvidar de sua capacidade em machucá-la. Era estranho para Andy como confiava em Miranda com tanta vontade. Normalmente, ela não confiava até mesmo na própria sombra.
Minutos depois num silêncio confortável, a civilização já estava alcançável aos olhos. Miranda suspirou confortável já sentindo aquele cheiro específico da brisa do mar que não ficava tão longe. Passaram pelo pequeno campo com algumas vacas e seguiram até uma praça. Andy observava tudo impressionada.
- Onde estamos? - A jovem não se conteve novamente.
Miranda até pensou em mandá-la se conter, mas já estavam ali e ela queria dar ao menos uma carta branca para Andy.
- Estamos na Barra. - Andrea a encarou curiosa. - É um lugar muito bom, você irá gostar. Consegue ouvir o som?
- Som de quê? - Um vinco se formou na testa de Sachs e ela forçou os ouvidos. - Não dá pra ouvir nada além do vento.
Elas passaram pela pequena rua asfaltada da praça e seguiram virando a direita. Logo tinha uma rua de barro, uma casa de muros grandes e outra com um muro pequeno e uma porta de madeira. A casa estava escura, e Andy pôde ver que havia um bom terreno, como um terraço gigante e ao longe o céu escuro.
Miranda desligou o carro e ficou em silêncio. E então Andy escutou amplamente o som do mar quebrando ao fundo. O vento era gelado. Havia um cheiro diferente, salgado, marcante. A cidade trazia sensações de conforto que ela nunca havia sentido antes. Era como estar em casa mesmo num lugar completamente desconhecido.
Miranda observou a Barra e toda a sua beleza. Sua cidade praiana, exclusiva, dividida entre a simplicidade e o luxo. Era uma linha tênue de perfeições.
Depois de alguns minutos ali, Miranda decidiu que era a hora de entrar. Saiu do carro somente para abrir a porta de madeira, e logo estacionava o carro na garagem da casa de praia. Andrea se ofereceu para fechar o ferrolho do portão, e logo voltou para ajudar Miranda a abrir a porta de trás da casa. Elas entraram e Miranda ligou a luz. Era como voltar ao passado sempre que estava ali.
A cozinha estava impecável como o resto da casa. Desde que ganhou aquele lugar, tratou-o sempre como sua prioridade de vida. E era! Aquele lugar significava tudo para Miranda. Era mais valioso que o carro, até mesmo a profissão que ela tinha. Guardou algumas comidas na geladeira e conferiu se os outros produtos ainda estavam em dia. Tendo certeza que sim, ofereceu uma água para Andrea e passou pela sala com as bolsas e Andrea em seu encalço.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aquela Mensagem • Mirandy
FanfictionA +16 | Andrea Sachs é uma garota tímida, inteligente e engraçada. Escondia desde o passado uma paixão incondicional por uma bela mulher que frequentava a mesma faculdade ao qual ela estudava. Sendo ninguém mais, ninguém menos, que Miranda Priestly...