Capítulo Quarenta e Nove: Acho Que Preciso De Um Tempinho

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Você: Sabe aquele momento em que você para e pensa no quão boa a vida é?

Você: Eu não sei se sabe, mas agora eu tô tão grata pela vida que eu tenho.

Você: Eu não sei se foi sorte, ou até mesmo a simpatia que eu fiz...

Dougli: Você fez simpatia?

Você: Não, não fiz.

Você: Não sou louca.

Você: Mas não é normal que ela simplesmente não tenha me odiado.

Você: Sabe, Doug, você não tem noção do tanto que já chorei.

Você: Meus olhos estão inchados e meu nariz já está doendo.

Dougli: Pelo amor de Deus, quando vai me deixar falar?

Você: Ah, desculpa.

Dougli: O que aconteceu?

Dougli: Deu errado?

Dougli: Eu tô confuso. Você começa agradecendo pela vida e agora diz que chorou quase a vida toda?

Você: Miranda não me odeia.

Dougli: Como não te odeia?

Dougli: Ela tinha que te odiar?

Você: Bom, sim?

Você: Por tudo o que fiz, até eu me odiaria. Eu me odeio!

Dougli: Que bipolaridade é essa?

Dougli: Vamos com calma, como foi lá?

Você: Ela ficou surpresa ao saber que era eu, e muito decepcionada também.

Dougli: Espera, mas ela não disse saber quem você era? Como assim ficou surpresa?

Você: Eu acho que ela sabia, mas não tinha certeza... ela acertou, no fim das contas.

Você: Ela disse tudo o que tinha achado da situação, e foi triste de perceber que errei tanto.

Você: Mas ela pareceu me perdoar.

Você: Você sabe como odeio chorar na frente das pessoas, mas não consegui não chorar ao ver em como ela é tão gentil.

Dougli: Sua mãe me mandou mensagem, disse que você não quis sair com ela.

Dougli: Me perguntou o que tinha de errado e eu não disse. Acho que você tem que falar o que está acontecendo.

Você: Eu sei, mas mamãe ficaria chateada.

Você: Ela nem sabe que estou bebendo!

Você: Eu tenho que parar.

Dougli: Tem um pouquinho.

Dougli: Você andou exagerando.

Você: Eu sei.

Você: Eu só estou em negação sobre algumas coisas.

Dougli: Quais seriam essas coisas?

Você: De Miranda não me querer com ela.

Dougli: Ela disse que não te queria ao lado dela?

Você: Não.

Dougli: Uai, então! Para de bobagem.

Dougli: Deixa as coisas fluírem.

Dougli: Agora que ela sabe quem você é, te perdoou, é só tentar do jeito certo.

Dougli: Você mandou alguma mensagem?

Você: Não.

Você: Mas ela me mandou ontem à noite. Perguntou se eu estava bem, mas ainda não me sinto pronta pra conversar com ela.

Você: Acho que preciso de um tempinho.

Dougli: E você não avisou, né?

Você: Não achei necessidade.

Você: Acho que ela entende.

Você: Mas amanhã, como não tenho aula, vou conversar com ela.

Você: Estou com saudades dela como o inferno.

Dougli: Eu sei disso.

Dougli: Fala com a sua mãe.

Dougli: Não esconde nada dela, tudo bem?

Você: Eu prometo fazer isso.

Você: Vamos sair amanhã com ela?

Você: Eu tinha marcado de ir na sorveteira mas mudei de ideia.

Você: Ela ao menos não ficou triste com isso, eu espero.

Dougli: Eu vou tentar.

Dougli: Amanhã vou tentar chegar no Nigel.

Você: Como?

Dougli: Tomei coragem de dar em cima dele.

Dougli: Chamar pra conversar.

Você: Linguagem corporal, né?

Dougli: Você sabe que sim!

Você: Estou feliz por você. Torcendo também.

Dougli: Já não basta Emily e Charles passando na nossa cara, temos que fazer também.

Dougli: Mas enfim, você precisa de algo?

Dougli: Um açaí?

Você: Não, mas um açaí me faria tão feliz agora...

Dougli: Então espera na porta que eu já vou te mandar um potão deles!

Você: Inferno, você não existe Doug!

Aquela Mensagem • MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora