Capítulo Sessenta e Três: Está Tudo Bem, Professora?

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Andrea esperava ansiosa no jardim de casa pela melhor amiga que já estava um tanto atrasada. Era impossível de não sentir-se preocupada com Emily e sua queda de saúde repentina, principalmente na possibilidade de uma gravidez. Sabia que não era, mas só de cogitar um arrepio subia por sua coluna.

Quando o som do carro soou na rua Andy abriu a porta e acolheu a amiga em seu abraço enquanto sentia-se quebrar pelo choro trêmulo. Emily não era tanto de chorar ou demonstrar sentimentos. Se o fazia, estava doente. Andy pensava ser justamente isso.

- Ô, minha ruiva, vamos entrar... - A morena sussurrou beijando-lhe a testa. - Vamos conversar.

Ela esperou pacientemente que Emily se acalmasse quando se sentaram em cima da cama espaçosa. Andy acariciou os cabelos ruivos com cuidado, tendo certeza de que Emily não se sentiria sozinha. Partia-lhe o peito saber que, se ela estivesse mesmo grávida, se sentiria tão solitária e desesperada. Mesmo que tivesse Charles, Rosa, Doug e Andy para apoiá-la, Emily ainda era muito nova para ser mãe.

- Okay, você tem que respirar. - Andy segurou o rosto quente entre as mãos. - Não vamos sofrer antecipadamente, tudo bem? Você precisa estar calma.

- Eu tenho certeza que estou grávida, Andy, não tenho dúvidas. Jamais as tive.

Andrea respirou fundo, tomando toda a paciência do mundo para o próprio corpo. Não gostava da teimosia de Emily, mas descontar nela era a última coisa que tinha de fazer.

- Vamos receber os testes em alguns minutos e eu estarei ao seu lado, tudo bem? - Emily concordou com um aceno simples. - Vamos tomar um banho, de novo, você vai comer e vamos fazer.

- Não, não fala de comida. - Emily se afastou de Andrea num súbito, a mão cobrindo os lábios. - Não fala... Ai, meu Deus!

E em dois minutos, lá estava Andrea tentando não se enjoar com os sons de Emily colocando nada para fora. Acariciou os cabelos, tocou-lhe a nuca e jogou água. A ruiva se sentou no chão, fraca, pálida.

- Você foi ao médico? - A ruiva nada disse, não tinha forças para isso. - Eu juro, Em! Eu vou matar você e o Charles em breve!

Deixando-a no banheiro, o que não foi tão responsável, Andy correu até a porta para buscar os testes que tinha pedido no site da farmácia. Garantiu que eles não precisavam de pressa e chegou no momento certo. Fechou a área exterior da casa, voltou para o banheiro e tentou, miseravelmente, erguer a amiga do chão.

- Me ajuda, Emily, coopera.

- Eu estou grávida e não fui pedida em casamento ainda. - A ruiva resmungou. - Esse é o futuro que vou dar pro meu filho? Meu Deus, por quê?

- Sinceramente, até desse jeito você fica assim? - Andrea gargalhou. - Vou te dar um banho, você vai fazer xixi no potinho e vamos ver.

Emily parou no meio do banheiro e concordou em silêncio. Tirou as roupas na frente de Andrea, já que eram melhores amigas e não havia problema, e segurou o potinho de plástico nas mãos. Andrea observava tudo em silêncio, sentindo até um pouco de empatia, ou talvez muita.

- Vou te dar privacidade, tudo bem?

Antes mesmo que pudesse sair Emily se desesperou:

- Não, fica aqui. - A ruiva andou até ela. - Fica aqui, Andy, por favor.

- Faz xixi e eu entro quando você terminar. - Garantiu com cuidado, abraçando o corpo nu da mais baixa. - Fico com você, eu prometo.

Com os testes carregando, Andy esperou sentada no chão do banheiro enquanto a ruiva chorava e se lamentava. Era triste de vê-la daquele jeito. Emily tinha o sonho de ser mãe desde a adolescência, mas sempre deixava claro querer tê-los apenas com trinta anos. Vinte e cinco ainda era cedo, principalmente quando não tinha a vida completamente feita.

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