03. Inesquecível, igual o 7x1 da Alemanha contra o Brasil.

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No dia seguinte Porchay não viu Kim pela escola. Não que aquele detalhe seja importante para ele, pois não era. Mas todos ao seu redor ainda falavam incessantemente de Kim, como se ele fosse algum tipo de celebridade. Porchay passou a ignorar, mesmo que fosse difícil. Era Kim para lá, Kim para cá. Kim para todos os lados.

Irritante. Tudo ligado a Kim era irritantemente incômodo.

Kim era o tipo de crush perfeito do ensino médio, o sonho perfeito de qualquer adolescente fantasiador que idealizava um romance daqueles que a Disney retratava em suas histórias utópicas. O que eles não faziam ideia era que aquele garoto estava mais para um sapo desagradável do que um sublime príncipe. Porchay tinha prioridade total para afirmar isso.

O moreno estava sempre ostentando um sorriso bonito e brilhante, tinha o cabelo comprido e uma boa condição física. Aquilo deixava a todos impressionados, até mesmo Porchay, que não era cego e nem um tolo, mas nunca admitiria aquilo em voz alta ou seria apenas mais um afago para o ego infindável de Kim. Porém, ele preferia observar de longe, em silêncio. Não queria mais aproximações do outro.

E o seu dia teria corrido perfeitamente bem do começo ao fim, se não estivesse sendo importunado nesse exato momento. Ele estava numa mesa resolvendo atividades pendentes com seus amigos Tankhun e Arm durante o intervalo da manhã. Tankhun nunca conseguia ficar quieto por muito tempo e desde que chegou na escola ele percebeu como o amigo parecia se segurar para dizer algo.

– Qual é o seu problema hoje? É o Tem de novo? - Arm indagou, um pouco incomodado e desconcentrado pelo batuque de caneta incessante de Tankhun na mesa.

– Tem? Não quero saber dele. - Virou o rosto, fugindo do olhar de Arm.

– Sei... Você deveria assumir logo que está gostando dele. - Arm voltou seu olhar para o caderno, enquanto Porchay apenas ouvia o diálogo dos dois.

Tem era jogador da liga da Worakamon e o garoto do primeiro ano era doidinho por Tankhun. Já Khun, jurava não gostar dele pelo fato dele ser mais novo. E mesmo depois de obrigar Porchay e Arm a irem assistir com ele todos os últimos jogos da Worakamon, continuava em negação. Ele torcia por Tem feito um doido e o jogador até já tinha dedicado gols a Tankhun.

Mas Tankhun sempre dizia:

– Somos apenas amigos. Não gosto dele coisa nenhuma! - Se levantou da cadeira e se aproximou sorrateiramente, com um sorriso amigável, e como quem não quer nada, parou em frente a Porchay. – Chay, meu docinho de côco...

– Não vou te dar a resposta. - Porchay o interrompeu, sem se dar o trabalho de olhar Tankhun.

Tankhun foi o primeiro aluno da turma a se aproximar de Porchay, enquanto ele era novato, Tankhun já era veterano da escola. E mesmo tendo personalidades completamente diferentes, eles se davam bem. Era uma amizade improvável que deu certo, eles eram um trio: Porchay, Tankhun e Arm. Enquanto Porchay e Tankhun eram do segundo ano, Arm já estava concluindo o terceiro.

– Eu não ia te pedir isso! - Disse, como se tivesse sido acabado de ser insultado, com a mão sobre o peito.

– O que quer, então? - Indagou, mesmo com tédio.

Pelo menos, daquela vez não teria que compartilhar suas respostas com o malandro preguiçoso, mas sabia que a qualquer momento Tankhun se aproveitaria da inteligência de Arm para pedir ajuda nas atividades mesmo assim. E Arm era tão solícito que sempre ajudava.

– O que há entre você e o Kim? - Tocou as bochechas fofas de Porchay, o obrigando a lhe olhar e ver o seu sorriso ladino. – O que aconteceu ontem... Ainda estou tentando entender. - Se referiu sobre o que aconteceu no refeitório no dia anterior.

Metendo Um Golaço! × KimChayOnde histórias criam vida. Descubra agora