13. Faíscas no céu até encontrar o nascer do sol. (bônus)

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No último dia do ano, Porchay e Athee foram buscar Karen e Kim na rodoviária. Ainda era cedo e eles aproveitaram a manhã para passar na cidade e comprar espumante, para que pudessem comemorar a virada do ano. Não que Porchay fosse provar um pingo de álcool, mas os adultos queriam. Para ele, preferiu comprar algumas caixinhas de suco de pêssego. Porsche veio junto com eles, não para recepcionar Kim, mas para comprar fogos de artifício. Seu irmão ainda estava magoado pela derrota da Panyangarm e Porchay achava aquela rivalidade fora dos campos desnecessária.

– Sério, cadê essa gente? Eu quero ir pra casa logo! - Porsche resmungou mal-humorado, trocando o peso de uma perna para a outra a cada segundo, deixando a mostra sua impaciência.

– Será que você só sabe reclamar? - De cenho franzido em chateação, Porchay devolveu o resmungo.

– Quer voltar para o carro e nos esperar lá? - Athee estendeu a chave do carro para o sobrinho mais velho, que não pensou duas vezes antes de agarrar o chaveiro e sair em direção ao estacionamento.

– Obrigado! - Porchay agradeceu ao tio pelo alívio que seus tímpanos sentiram quando Porsche foi embora.

– Ele é tão resmungão quanto o pai dele. - Athee deixou escapar, enquanto tinha uma carranca no rosto.

– Nosso pai? - Surpreso, Porchay virou-se para olhar o tio. 

Porchay não sabia o nome do próprio pai. Ninguém nunca falou sobre ele antes. Nem mesmo os seus avós, que viviam lhe contando histórias sobre sua mãe. Porchay sempre teve curiosidade, mas nunca perguntou dele para ninguém. Não lhe eram preciso explicações para notar que aquele era um assunto proibido na família Kittsawasd.

– Olha quem vem ali! - Athee disse, apontando para algo, na esperança de despistar o sobrinho.

E Porchay esqueceu-se daquele assunto no exato momento em que viu Kim vindo na direção deles, com o maior sorriso alegre estampado no rosto. Ele não perdeu tempo quando literalmente correu para os braços do moreno. Ignorando tudo ao redor, eles se abraçaram no reencontro. Porchay até foi tirado levemente do chão, enquanto Kim rodopiava com ele nos braços.

– Kim! - Gargalhou, sentindo os braços alheios apertarem com firmeza a sua envolta.

– Que saudades! - Kim deixou incontáveis beijos estalados pelo rosto de um Porchay cada vez mais risonho. 

– Nem parece que vocês se viram há apenas uns dias atrás. - Karen se aproximou dos dois, com um sorriso divertido nos lábios.

– Não foram só alguns dias, mãe. Foram quase duas semanas! - Refutou, ainda agarrado ao corpo de Porchay. 

– Vocês podem matar essa saudade depois. A gente tem que voltar. - Athee se pronunciou, fazendo-os finalmente se afastarem levemente.

– E como é lá? - Kim entrelaçou suas mãos, seguindo os passos dos adultos à frente.

– É muito legal, já disse! Lá tem um lago, tem algumas plantações, o cachorro do vovô... Tem muitas coisas! - Contava animado.

– Cachorro? E ele é muito bravo? 

– Você tem medo de cachorro? - Porchay riu da expressão temerosa do moreno.

– Não tenho medo... - Fez-se de desentendido. – É só que eu prefiro os gatinhos. - Sorriu de lado, sugestivamente.

– Kim, pelo amor... 

– Qualé, eu tô te cantando. - Sussurrou no ouvido dele, se surpreendendo positivamente quando notou Porchay se arrepiar.

– E o seu tornozelo? Está tudo bem? - Virou o rosto ao mudar de assunto.

– Tô bem. Já me recuperei. - O sorriso ladino nunca deixou seus lábios.

Metendo Um Golaço! × KimChayOnde histórias criam vida. Descubra agora