09. Aí o juizão olhou e falou: seeeegue o jogo.

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Estava no meio da noite quando Porchay ouviu seu celular tocar. Meio grogue, por ter sido despertado do seu recente sono, ele esticou o braço e procurou pelo celular em meio ao breu do quarto. Quando agarrou o aparelho em mãos, leu, com dificuldade, o nome de Kim brilhando na tela.

Eram 2h da manhã, o que aquele moreno irritante queria a esse horário? Ah, sinceramente...

– O quê? - Porchay atendeu a chamada, não ouvindo nada além do silêncio do outro lado da linha. – Me acordou e agora vai ficar calado? - Bufou, coçando os olhos.

Não fazia muito tempo desde que eles se falaram pela última vez, há algumas poucas horas atrás, quando se despediram após passar a noite inteira trocando mensagens. Pois é, algumas coisas mudaram desde que Porchay começou a se envolver romanticamente com Kim. Agora eles se falavam sempre.

– Eu não tô conseguindo dormir... - A voz de Kim soou baixinha, fazendo Porchay vincar as sobrancelhas.

– Ué... Por que? - Indagou, fechando os olhos por alguns segundos. 

Ainda estava tão sonolento que poderia voltar a dormir facilmente, mas tentava lutar contra o sono para continuar na chamada com o moreno. Algo lhe dizia que Kim não estava no seu melhor momento agora e havia uma pontada de preocupação em seu peito, mesmo que não demonstrasse tão bem seus sentimentos em relação a Kim.

– Você esqueceu, né? - Suspirou, mas não estava chateado, apenas ansioso. 

Tão ansioso, que não conseguia controlar-se. Precisou de Porchay, recorrer a ele foi a maneira que encontrou de se acalmar. Mesmo que sua mãe estivesse no quarto ao lado, Kim só conseguia pensar em Porchay.

– De quê...? - Voltou a abrir os olhos em meio ao escuro que já começava a lhe incomodar. Decidiu então ligar as estrelas fluorescentes pregadas no teto, deixando seu quarto mais aconchegante. 

Assim ficou bem melhor, pensava ele.

– É semana que vem, Porchay. 

– Hm... - Então, ainda pensativo, sentou-se na cama e abriu o abajur. Até que lembrou-se: - O campeonato! - Disse, quase eufórico.

– Sim. O ano passou tão rápido, eu nem acredito que já tá tão próximo. - Se sentindo nostálgico, Kim disse.

– E por que você parece tão nervoso? Não é você que sempre se gaba de tudo? - Porchay sorriu, divertido.

– Antes do campeonato, tem as provas. Se eu não conseguir uma nota boa, tô fora do jogo. Não posso repetir de ano outra vez... - Choramingava pelo telefone, realmente frustrado. Aquele assunto não lhe deixava dormir em paz.

– Isso não está fazendo sentido. Seu nome já está na lista, não? - Indagou, com o cenho franzido.

– Sim... Eu também não entendi o porquê do meu nome estar lá se eu posso ser retirado a qualquer momento. 

Para Kim, aquilo soava mais como uma brincadeira de mal gosto. Mas sabia que Sak não seria capaz de fazer algo assim, então aquela situação apenas causava estranheza.

– Você vai se sair bem. - Porchay não era a melhor pessoa para dar apoio moral para alguém, mas ele falava com sinceridade. – Quer vir aqui em casa estudar depois das aulas? - Mesmo incerto, fez o convite.

– Ir pra sua casa? Eu quero, claro que eu quero! - Respondeu, repentinamente empolgado.

– Estudar, eu disse estudar! - Avisou, quase alarmado.

– Ei, eu sei! O que você pensa que eu sou, hein? - Incrédulo, Kim rebateu.

– Você é um espertinho, Kim! Vai dormir logo, eu vou desligar! - Porchay revirou os olhos quando sentiu as próprias bochechas esquentando. Kim lhe causava aquelas reações.

Metendo Um Golaço! × KimChayOnde histórias criam vida. Descubra agora