Nada mais parece real

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Essa historia é algo original da minha mente, embora tenha alguns personagens que eu quis utilizar da série Julie and The Phantoms, a premissa continua original então cada capitulo será uma surpresa não só para vocês como para mim também. Espero contar com vocês nessa jornada louca. 

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O ultimo show havia sido um dos mais insuportáveis que elas já tiveram que fazer, não porque a qualidade dele foi péssima, não, o estádio estava lotado, ingressos esgotados, publico enlouquecido... tudo que uma banda do meio underground poderia querer para definir seu verdadeiro sucesso. Apesar das criticas da própria galera punk dos anos 2000, a banda Abaddon chegou nas paradas musicais com seu terceiro álbum, foi uma luta enorme, mas com dedicação aquelas cinco meninas, que logo mais seriam apenas 4, conseguiram seu lugar ao sol no Rock and Roll hall of fame, ao lado de lendas e ícones da cena rock mundial.

Assim como as The Runaways, a banda Abaddon conseguiu relevância também para o publico feminino que se interessava por esse estilo musical, porém com toda a fama, com todo o dinheiro e todo o reconhecimento, vinham as abdicações. 

Durante anos de caminhada com a banda, as garotas que agora já eram mulheres passaram por muita coisa, drogas era o de mínimo que se poderia falar, os abusos de empresários mal intencionados, relacionamentos que não deram certo com outros caras do meio underground americano, e tudo isso estampado com letras garrafais nas maiores revistas sobre famosos da época. E agora que elas estavam no meio de uma turnê, praticamente quase todos os shows esgotados, e o nome de todas estavam na boca do mundo. 

Quando o show acabou, finalmente, tudo que Anna queria era correr até o banheiro mais próximo. Seu corpo passou a apresentação inteira doendo, principalmente na zona do abdômen, e durante o meio do show ela quase poderia ter certeza de que sentiu algo escorrendo por suas pernas. Seria "legal" o publico ver algo saindo dela, nossa a imprensa faria um banquete com esse momento, mas felizmente a calça e o tênis que ela usava conseguiram esconder o que quer que estivesse escorrendo dela. Após trancar a porta do banheiro, a guitarrista principal e vocalista da banda desabotoou sua calça e a abaixou rapidamente, vendo linhas e mais linhas de sangue que saiam DELA. 

- Mas que porra... - ela murmurou e parecia que estava saindo mais, seu ventre começou a tencionar novamente, dor, uma dor excruciante que quase a fez gritar,  mas a conseguiu derrubar no chão. A única vez que ela havia sentindo uma dor como aquela foi quando ela perdeu o primeiro bebê que esperava, isso lá no inicio da banda.

Mulheres no rock e no punk não eram raras de terem gravidezes inesperadas e até mesmo indesejadas, abortos eram comuns, mas Anna nunca teve esse sentimento de não querer um bebê quando soube que esperava por um. Infelizmente, o universo nunca foi gentil com ela e os bebês - sim ela havia tido mais de uma gravidez - sempre acabavam com o feto não passando dos primeiros meses...

Talvez não fosse o momento deles... mas ela os queria. 

Agora, ali, abraçada a si mesma enquanto seu corpo sentia o frio do chão gelado do banheiro sobre seu próprio sangue que parecia não parar de sair... tudo estava doendo, tudo estava latejando, sua visão foi ficando cada vez mais turva e ela sentiu que certamente iria desmaiar a qualquer instante. 

A ultima coisa que ela conseguiu pensar foi que teriam que arrombar a porta do banheiro para ajuda-la... tudo ficou escuro.

Seus olhos abriram e estranhamente ela não estava caída no chão do banheiro, ela estava em um lugar bastante ensolarado para uma casa, parecia uma sala de estar, com muitos livros e poltronas almofadadas, muito semelhante a casa em que ela havia crescido enquanto ainda morava com sua avó. 

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