Imaturidade

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O show tinha sido um sucesso que ninguém estava esperando por ter sido mais intimista, os críticos do Orpheum estavam explodindo de elogios sobre a banda para Jim que os recebia de bom grado e agradecia a presença deles na casa.

Já a galera mais jovem, que Anna ficou chocada porque realmente muita gente morria muito cedo ou deixava de existir muito cedo do outro lado, mas gostou de ver aquele sentimento de comunidade sendo bem receptiva com uma banda de fundo de garagem, era como se ela mesma estivesse vendo sua banda ali, no comecinho, com toda aquela vontade de agarrar o mundo com as mãos.

A medida que o pessoal ia se despedindo e indo embora, os meninos começaram a limpar tudo, precisou juntar os três mais a Julie para levarem o piano novamente para dentro e a menina estava ajudando, não precisava já que tinha sido tudo na casa deles, mas ela estava fazendo questão de ajudar.

- Eu ainda estou sem acreditar que foi um sucesso! - Luke comentava ainda sentindo a adrenalina do show correndo pelo se corpo o deixando inquieto.

- Cara, eu ouvi um pouco do que os críticos estavam conversando com o papai e querem saber? Eles adoraram. - disse Alex trazendo sua bateria para dentro da garagem.

- E o papai com certeza adorou receber todos os elogios, ele sempre fica todo orgulhoso quando fazemos apresentações e pelo que eu pude ver, ele curtiu muito. - Luke respondeu colocando sua guitarra no suporte e garantindo que ela não iria cair de nenhuma forma. - Foi ótimo para subir um pouco do baixo astral que anda essa casa.

- Mas vocês ainda estão de castigo, né? - quis saber Julie arrumando sua mochila e vendo seus amigos e colegas de banda concordarem com as cabeças com desânimo. - Que chato, pelo menos vocês conseguiram tocar hoje o que foi uma grande coisa considerando que estão de castigo. O meu pai jamais aceitaria um show na garagem da nossa casa se eu estivesse de castigo.

- Digamos que recebemos uma forcinha para o nosso pai deixar o show acontecer aqui. - comentou Reggie colocando seu baixo no suporte.

- A Sam tirou vocês de mais um problema? - Julie perguntou achando realmente que tinha sido uma força da Sam que eles haviam recebido.

- Na verdade foi minha.

A menina se virou rapidamente com o susto que teve ao ouvir uma voz que até então ela não reconhecia, e quando se virou, avistou uma mulher que não parecia velha, deveria ter no máximo 30 anos... ela tinha cabelos lisos de duas cores, loiro e marrom claro, enquanto seus olhos eram azuis. Ela estava com os braços cruzados com um sorriso de canto de boca, enquanto claramente se vestia como uma adolescência com moletons pretos e tênis conserve.

- Julie, não tivemos como apresenta-las antes mas... - Reggie comentou enquanto caminhava até o lado da mãe. - Essa é a...

- É a mãe de vocês! Puta merda!

- Uou! Será que tem uma pessoa desse lado da vida que não me conheça? - quis saber Anna olhando para se filho do meio que lhe sorriu dando os ombros.

- Você sabe, pelo menos no bairro muita gente sabe quem você é.

- Meu Deus e eu aqui agindo feito uma idiota! Eu sinto muito mesmo! - Julie começou a falar rapidamente deixando seu nervosismo em evidência. - É um prazer conhece-la, senhora...

- Pode me chamar só de Anna. - respondeu a mulher mais velha.

- Ah... eu sou a Julie, a propósito, mas acho que você já deve saber. - a menina suspirou, aquela mulher parecia tão majestosa, ela era o que podiam chamar de puro suco do rock verdadeiro, e ela era a mãe de seus melhores amigos, não tinha como ser mais legal!

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