De repente pai

06. Historinha de dormir

06. Historinha de dormir

Por Kory

— Hãn...Se vocês gostarem da música também...poderiam aumentar o som? — Pediu Peter, tentando ir mais para frente no assento do meio, cutucando o ombro do pai.

Tony e Happy trocaram o olhar rapidamente, ambos dando de ombros, afinal, Tony era aquele que mais gostava de ouvir música no último volume e o segurança estava acostumado e até precavido com um fone abafador de som sempre a disposição nos carros se precisasse, além de usar na própria mansão, quando Tony se animava demais pela casa ou precisava ser chamado no laboratório.

O garoto merecia por não ter gritado aos quatro ventos na Torre de que Tony Stark era seu pai.

Happy aumentou o som e Peter sorriu, murmurando um 'obrigado, Sr. Happy!' antes de inesperadamente começar a cantar, super animado uma música que claramente era para aqueles com coração partido.

Os dois adultos no automóvel ficaram chocados, para dizer o mínimo. O garotinho não errava uma letra sequer! E por mais que a mão de ambos tremesse de vontade de abaixar o volume e acabar logo com essa música, nenhum deles teve coragem.

Ao pararem o carro por causa do semáforo vermelho, tendo passado quase dois minutos da música tocando, Peter enfim se deu conta de que se deixou levar e tampou sua própria boca com rapidez.

— Oh, céus! Me desculpem! D-Desculpa, desculpa, eu...— Os olhos de Peter começaram a arder ao pensar na bronca que iria levar e por certamente ter incomodado seu pai, ainda na sua primeiras horas com seu pai biológico.

Happy abaixou o volume, observando-o pelo retrovisor interno e Tony virou do jeito que deu para olhar o garoto.

— Ei, calma, garoto! — Tony tentou acalmar o garotinho que mais parecia um cachorrinho com medo com aqueles olhos grandes arregalados, com olhar de pânico e marejados. — Não precisa chorar, tá legal? Nenhum problema em ouvir música alta e querer cantar...— Ele olhou para Happy em busca de apoio e o segurança-motorista apenas concordou com a cabeça, fazendo Tony suspirar derrotado. — Olha, até eu faço isso de vez em quando...Quem nunca? Se bobear, até o Happy aqui já cantou no chuveiro uma vez na vida.

— Mas o que...

— Dirigi aí, Happy. Olhos no trânsito que ficou verde — Tony sorriu de canto e se sentiu satisfeito ao ver que Peter sorriu mesmo que um sorrisinho. — Só...ficamos surpresos. É, isso.

Peter, com as bochechas coradinhas, coçou a nuca de vergonha.

— Minha...mãe costuma cantar bastante no apartamento quando acha que está sozinha.

— Tá explicado...A Pepper também faz isso às vezes, o que é um pouco irritante, principalmente porque a maioria são músicas de coração partido, o que eu realmente não entendo. Ela nem namora! Mulheres... — Tony revirou os olhos, se endireitando no assento.

Peter estreitou os olhos, pensativo. Será que seu pai gostava de alguém? Em nenhum post, jornal e entrevista ele disse sobre estar compro...comprometido. Era assim que se chamava a pessoa que namora? Deve ser, ou algo do tipo...Mas Peter se lembra bem que muitos falavam mal do seu pai sobre relacionamentos, por ele estar com várias mulheres. Só que, como May e Ben dizem, nem tudo o que está na internet é verdade.

Se Tony tivesse alguém, seria sua madrasta? E se sim, ela gostaria dele? Iria querer ele como filho? E se...Tony não o quer? Ou o quisesse e o tirasse de May?

Peter de repente se sentiu muito assustado conforme mais 'e se' iam surgindo na sua pequena e engenhosa mente. Ele não esperava que sua vinda surpresa para conhecer seu pai trouxesse tantas perguntas.