GABRIEL.Tenho quase certeza que essa menina é maluca.
Na hora que chegamos no jantar em um restaurante aqui na barra, nunca vi uma careta tão feia e de desprezo formar no rosto de alguém igual no da Giulia, tudo bem não gostar dos flamengo mas olhar pra cada um como se fosse um rato mutante já é demais.
Ela passou a noite igual uma criança birrenta com os braços cruzados e um bico imenso na cara, me cutucando embaixo da mesa com a perna, minha cabeça balançava negando porque obviamente não podíamos ir embora e eu não largaria uma festa pra levá-la pra casa por birra.
Mas aí, cortamos pro momento atual, que ela está dançando funk mineiro com o Arrasca, em cima de uma mesa de VIDRO, seus cabelos longos e pretos estão jogados pro lado esquerdo e com uma lupa nos olhos enquanto uma cerveja é equilibrada em sua cabeça, quando e como isso aconteceu? Seus dedos vão e vem em chamado para eu ir até ela, reviro os olhos com um sorriso safado no rosto,por isso chamo ela de maluca, chegou aqui quase esperneando e me xingando de todos nomes e já tá assim?
—LIGA O GPS HOJE EU TÔ PRO TEU AMIGO.—Ela grita e o arrascaeta ri cantando mais alto ainda, tão parecendo que saíram da cracolândia.
—Virou pai da menina agora?—João chegou se encostando na sinuca junto a mim.—Ela é b-bem bonita.
—Já tá querendo minha companheira de casa gago, que isso então virou atacante?—Bato em suas costas e ele me encara envergonhado.—Posso conversar com ela depois.—Bebo mais um gole da bebida em minha mão.
Sei que já estou mais bêbado que o recomendado em um prazo de final de semana, encho mais um copo de whisky e levanto a mão encarando a morena conhecida em minha frente que confirma com a cabeça enquanto desce da mesa e afasta o corpo do Giorgian.
—Aproveitando muito em Armani.—A encaro por completo, porra, como esse vestido preto deixa ela gostosa.
—Estaria aproveitando mais se você estivesse comigo fazendo alguma coisa diferente.—Ela passa a língua nos lábios e eu franzo o cenho.—Para de me olhar assim.
—Se você não estivesse bebada eu pensaria.—Bebe do MEU copo.
—Faz essa marra não que eu percebo muito bem quando você me olha de shortinho tooooda manhã.—A morena me encara fixo e passa o braço pelo meu tronco.—Ouvi falar por aí que você na cama é igual sua perna direita.—Faço uma careta e ela ri.—To dizendo que você é ruim.—Eu nego com a cabeça.
—Po, só tendo um teste drive pra ter certeza.—Aperto minhas mãos em sua cintura.—Tenho certeza que você gemendo meu nome é melhor do que tirando conclusões precipitadas.—Molho os lábios.
Giulia aperta o corpo contra o meu e desce as mãos chegando ao fim da cintura, em resposta desço minhas mãos também e apoio em sua bunda dando um apertão.
—O que acha?Hum?—Resmungo e desço um beijo no seu pescoço.
—Pelo visto não é sempre que você é um mala.—Armani solta uma risada abafada enquanto mordisca meu ombro, sinto sua mão descer devagar até chegar no volume da minha calça e mesmo por cima da cueca ela faz alguns movimentos de vai e vem, porra.
—¿Qué carajo estás haciendo? Devuélveme mi Giulia—Arrascaeta aparece da puta que pariu com seu espanhol enrolado. Namoral, gosto muito dele mas porra, tinha que ser agora? Com a desculpa de que a caixinha de som voltou a funcionar?
A morena passa por mim dando uma rebolada contra mim e segue o de cabelo descolorido que praticamente a arrasta.
Que merda.
Eu tô de pau duro pra caralho.
Pra menina que me esculacha como se eu tivesse jogado pedra na cruz.
Olho uma ruiva de vestido curto que me encara do outro lado da sala, momento perfeito, não vou ser um virjola pra me trancar no banheiro sozinho
—Tá permitido sereia na festa?—Digo chegando perto da mesma que sorri pra mim, já levantando do sofá e pegando em minha mão.
[...]
Quando destranco o quarto e desço as escadas, vejo que todos estão sentados em uma roda no chão do quintal, com Pedro e João tocando violão e os outros moleques cantando, que merda virou isso? Sai de um puteiro pra um retiro de igreja?
Quando sai daqui tava um funk alto pra caralho, todo mundo se comendo em quatro cantos da casa e agora isso? Franzo o cenho e ando até eles, me sento ao lado de Giulia que me encara com uma careta de nojo.
—Eu sai de perto de você e quando olhei já tava subindo com uma outra mulher?—Ela sussura e eu sorrio.
—A madame me deixou de pau duro, o que você queria? A culpa é sua.
—Me erra Gabigol, para de falar essas bobagens.Que nojo.—Ela estala a língua no céu da boca e vira o rosto, levo a minha mão até o mesmo e aperto suas bochechas.—Para com isso, esse seu charme barato não vai funcionar.
—Não era você que estava pulando em mim a dois minutos atrás?
—ESTAVA.Passado.—Ela da ênfase.—Que perfume você usa?
—One million.—Respondo.—Porque?
—Perfume de jogador que não presta.—Novamente estala a língua no céu da boca.
—Para de besteira Giulia.—Digo tentando descer minha mão até sua coxa, mas logo a mesma da um tapa.—Porra, quer me destruir hoje?
—Da pra vocês calarem a boca e aproveitar o momento?A vibe?—Joaozinho diz e eu rio ao ver a cara vermelha da morena ao meu lado.
Todos na roda estão balançando o corpo enquanto agora que é o arrascaeta que canta alguma coisa enquanto toma um chimarrão, juro, não sei de onde todos ficaram assim, daqui a pouco começa um luau.
—Quero ir embooora.—Giulia diz após um tempo em um cochicho, a encaro e levanto a estendendo uma mão.—Minha cabeça tá doendo tanto.
—Vamo, eu te deixo em casa.
—Sério?—Balanço a cabeça.—Muito obrigada.—Ela da pulinhos.—Passa em uma farmácia antes pra comprar algum remédio?
—Pelo visto vou ser seu babá hoje, tem tudo lá em casa, vamos logo se não eu desisto.
Quando pisamos pra fora da casa depois de despedir de todo mundo, a morena vomita pra caralho, finjo que não morro de nojo e seguro seus cabelos por trás.
A noite vai ser longa.
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𝐑𝐎𝐎𝐌𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐠𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐛𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚
Fanfiction-O jogador que eu mais desprezo está só de cueca na minha cozinha.