Defenceless

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»Playlist no meu perfil«

-Você nunca me procurou por que achou que eu tinha seguido o passo 5? – A voz dele me tirou das minhas lembranças, confirmei, ele se aproximou sentando-se ao meu lado.

-Não tinha como você não ter encontrado a carta, então assumi que você tinha seguido isso. – eu deitei minha cabeça no seu ombro. – Devia ter deixado em algum lugar que...

-Eu deveria ter arrumado aquela gaveta a muito tempo. – Tirou a carta da minha mão e deixou ela na cabeceira da sua cama.

Ele passou o braço na minha cintura e logo me puxou para o seu colo. Não retruquei, apenas me aconcheguei na curva do seu pescoço sentindo o seu perfume. Ele tinha trocado de perfume desde quando éramos adolescentes, agora era um mais adulto e parecia ser mais elegante, mas o cheiro da sua pele continuava o mesmo que eu me lembrava. Suas mãos me apertaram ainda mais, seus polegares faziam carinho nos ossos da minha costela, exatamente onde ele encaixava suas mãos quando me abraçava. Não me importei de mexer no seu cabelo e na sua nuca.

-Eu nunca seguiria o passo 5. – Ele sussurrou. – Eu acho que você sabe disso agora, mas eu preciso deixar claro isso. Eu te procurei por muito tempo, tentei todos os contatos que tínhamos em comum, até as amigas das nossas mães. Eu usei minha chave algumas vezes durante esses anos para ficar no seu quarto, até acabei dormindo lá. – Eu sorri sabendo que no dia da carta tinha sido uma das vezes que dormi na sua cama. – Não procurei nas caixas, só queria estar em algum lugar seu.

-Dormi no seu quarto algumas vezes. – sussurrei.

-Eu sei. Tinha seu cheiro por toda a parte quando cheguei naquelas férias. – ele beijou meu cabelo. – E um moletom meu faltando. – eu soltei um leve riso.

-Desculpa por isso. – levantei a cabeça encontrando seu rosto próximo demais do meu.

-Não me importo nenhum pouco de você roubar minhas roupas. – Ele passou o polegar na minha bochecha. – Desde que seja pelo resto das nossas vidas.

-Ele está comigo ainda. – voltei a deitar minha cabeça em seu ombro, me fazendo perceber o quanto ele tinha crescido. – Eu queria algo que me fizesse lembrar do que éramos, antes de eu ter te machucado.

-Nina, você nunca me machucou. Sua falta me machucou, saber que eu não tinha como te encontrar... aquilo me destruiu. Eu sabia que um dia iria te encontrar, mas era como se esse dia nunca estivesse perto. – ele beijou minha testa me apertando mais. – Agora você está aqui comigo e eu não poderia desejar nada mais. Eu queria ter te dado espaço para me contar o que estava acontecendo. Peço desculpas por isso... se eu tivesse insistido mais...

-Não, você não conseguiria arrancar nada de mim. – Olhei para cima vendo seus olhos opacos. – Eu não podia te falar, ela estava destruindo minha vida, vocês eram muito próximos. – Ele fechou os olhos por um instante me olhando com mais intensidade.

-Você era minha melhor amiga, Matheus era meu melhor amigo, Clara só estava lá por causa do Matheus. – Ele segurou minha bochecha. – Meu Deus eu fui tão cego. Não podia ter demorado tanto para te encontrar. – o seu polegar fazia movimentos lentos. – Sabia que algo estava errado, mas eu nunca conseguia te pressionar para me dizer... tinha até feito um plano para quando eu chegasse lá tentar reconstruí o que nós tínhamos perdido. Na minha cabeça eu tinha estragado tudo quando te prôpus para você ficar comigo. – Meus lábios se curvaram um pouco em um sorriso. – Eu nunca imaginei que ela estava te machucando... eu não... me desculpa, me desculpa. – eu segurei ele em meus braços e o apertei o máximo que consegui.

-Felipe, não precisa se desculpar. Foram vários fatores que nos deixaram afastados por tanto tempo. Não tem um culpado... eu tinha na minha cabeça que se não te contasse, as coisas se resolveriam, que eu não iria te perder.

US | Felipe Drugovich ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora