PARTE 2: Era pra ser.

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P.O.V LENA LUTHOR

A semana se passou rápida e sem a possibilidade de visitar Kara, que ainda estava se recuperando da concussão. Mas que diariamente me enviava mensagens com a ajuda de Alex que as escrevia.

Me enrolei mais no sofá aproveitando o descanso após uma semana corrida entre a faculdade e o estágio na L-Corp.

Este fim de semana eu não tinha trabalhos, tarefas ou responsabilidades.

― Oque você está fazendo? ― Sam perguntou enquanto se jogava ao meu lado no sofá, eu me virei para ela.

― Assistindo um filme, quer se juntar?

Ela negou com a cabeça.

― Quero que você se junte a mim.

― Em que, exatamente? ― Indaguei com a sobrancelha arqueada.

― Se eu tiver que ouvir Kara perguntando por você mais uma vez, eu vou arrancar um pedaço do meu cabelo. ― Sam revirou os olhos e riu sarcasticamente.

― Ela está perguntando sobre mim? ― Minhas batidas aceleraram.

― Oque? Eu acho que ela até fala o seu nome enquanto dorme. ― Eu sorri. ― Se você for comigo na casa da Alex hoje, eu lavo sua roupa por um mês inteirinho.

Eu me afastei e arqueei a sobrancelha.

― É sério? ― Sam assentiu. ― Você está falando sério? ― Ela balançou a cabeça que sim, repetidas vezes.

― Eu ajudo. ― Eve disse entrando na sala, também se jogando no sofá ao meu lado. ― Você pode fazer um favor a todas nós e ir visitar a Kara, para que ela cale a boca?

― Mas por que ela não me mandou mensagem? ― Perguntei enquanto checava o telefone.

― Kara não tirava o celular da mão, esperando mensagem sua, ela checava o celular o tempo todo, e isso acabou dando fortes dores de cabeça pra ela. Aí a Alex teve que tomar o telefone.

Bufei em desaprovação pelo fato dela não estar seguindo as recomendações médicas e sabotando sua recuperação.

― Mas vai ser bom pra ela? ― Alternei o olhar entre minhas duas amigas.

― Pra ela eu não sei mas pra gente vai ser ótimo. Não aguento mais ouvir sobre você, sobre o quanto você é linda e os mil porquês que ela está procurando para você não ter ligado pra ela. ― Sam bufou.

― Tudo bem, vou ir visitar ela. ― Assenti.

Sam se levantou, pegou o telefone e as chaves.

― Graças a Deus. Vou visitar a Alex também.

― Eu não vou visitar ninguém, mas estou indo também. ― Eve disse e nos acompanhou saindo pela porta.


***

Sem precisar bater na porta, Sam entrou com a chave que Alex tinha dado a ela.

Assim que Alex e Andrea me viram, elas sorriram imediatamente. Minha amiga correu até mim e me levantou no ar dando voltas.

― Deus ouviu minhas preces. ― Andrea disse enquanto me rodava no ar. Revirei os olhos para a cena dela.

― Você pode até achar que ela está fazendo drama, mas Lena, eu vou pagar uma daquelas coisas verdes que você gosta. ― Assim que Andrea me colocou no chão, Alex me segurou pelo ombros e saiu me puxando.

― Salada? ― Perguntei com o cenho franzido e minha amiga assentiu.

― Ela tem discutido muito comigo para eu devolver o telefone, muito mesmo. ― Ela continuava me segurando pelos ombros enquanto me guiava. ― Apenas se certifique de que ela saiba que você está lá. ― Alex abriu a porta e me colocou para dentro do quarto, fez um sinal de joinha com o polegar e fechou novamente.

Quando girei a maçaneta a porta estava trancada, acabei rindo pelo desespero das minhas amigas.

Kara estava deitada na cama, usando uma máscara nos olhos, a máscara tinha grandes olhos de gato rosa, um nariz e bigodinhos fofos. Cobri minha boca com a mão para segurar a risada.

Era adorável e feita para uma criança.

― Oque é tão engraçado? ― Ela perguntou sem ainda saber que era eu.

Eu me manti em silêncio.

Kara se sentou lentamente e já com um sorriso nos lábios. Naquele momento eu sabia que ela sabia.

― Máscara fofa. ― Ela sorriu mais abertamente ainda e puxou a máscara até sua testa.

― Lena... ― Quando seus olhos azuis encontraram os meus, foi a minha vez de sorrir.

Caminhe lentamente e me sentei na ponta de sua cama.

― Sua cabeça ainda dói?

― Se eu não pensar muito, me sinto bem. As dores vem e vão, mas tem sido chato ficar sentada sozinha o dia todo.

Eu teria odiado ficar trancada no escuro sem poder fazer nada.

― Espero que eu estar aqui não te dê dor de cabeça. ― Kara deu um sorriso suave.

― Você é meu Dorflex, estou feliz que você veio. ― Eu corei. ― Eu te disse, não estou pensando muito no que dizer.

― Fico feliz em estar aqui também. ― Retribui com um sorriso gentil.

A guerra em meu coração estava insuportável, eu queria estar com Kara, mas não porque Helena não estava mais em jogo.

Kara tinha meu coração desde o ensino médio.

Ela alisou meu cabelo para trás da orelha, fazendo meu coração acelerar, olhando para Kara, examinei seu rosto.

Os olhos de Kara escureceram enquanto ela olhava para meus lábios, as borboletas em meu estômago explodiram, pois eu sabia para onde estávamos indo.

Kara se inclinou e sua mão subiu até minha nuca, fazendo uma carícia que fez com que todo o meu corpo se arrepiasse.

Ela me puxou lentamente até que nossos lábios se tocassem fazendo com que tudo ao nosso redor desaparecesse, sobrando somente nós duas na nossa bolha.

Kara finalizou o beijo com um selinho, segurando meu rosto com as duas mãos, ela sussurrou: ― Você vai ficar e tirar uma sonequinha comigo? ― Joguei a cabeça para trás rindo.

― Sonequinha? ― Kara assentiu sorrindo. ― Uma sonequinha me parece ótimo.

Kara levantou os lençóis e abriu espaço para mim, me aproximei dela debaixo das cobertas enquanto me aconchegava.

Ela me puxou de forma que eu descansasse a cabeça em seu peito. Suspirei e Kara me envolveu em um abraço apertado.

O momento parecia perfeito, como se tudo tivesse se encaixando. Tudo que aconteceu até agora deveria ter acontecido para que chegassemos a esse momento?

Independente do que o destino tinha reservado para nós, eu tinha certeza de que isso era para ser.

Escutando os batimento cardíaco de Kara, lentamente eu cedi ao sono enquanto minhas pálpebras se fechavam.

A Amiga Da Minha Irmã Onde histórias criam vida. Descubra agora