PARTE 1: Diante dos olhos.

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P.O.V KARA DANVERS

Hoje o doce que eu estava levando para as crianças era chiclete, acho que estava mais animada do que eles. Peguei a mão cheia com o máximo que pude e coloquei no bolso.

Assim que abri minha mão eles arrancaram os chicletes, eu os assisti rasgando as embalagens, tentando com empenho mastigar o pedaço duro.

Foi um dia estranho, algo parecia errado. Mas eu simplesmente não conseguia entender oque era.

Achei que ver as crianças me animaria o bastante, mas só piorou, isso me deixou em alerta.

Eu me sentei no capô do Humvee e tirei o bolinho de cartas que Lena havia me mandado. As que eu nunca respondi e nem abri. Não sabia oque estava escrito ali.

Sabia que estava sendo egoísta da minha parte mas era o melhor para ela. Minha mãe disse que ninguém nunca sabe oque é melhor para outra pessoa mas eu sei oque seria pior para ela.

Eu também sabia que tinha outro alguém, Helena para ser mais exata. Alex a mencionou em algumas de suas cartas, não é como se eu estivesse chateada ou algo do tipo. Eu amo a Lena com todo o meu coração, e sei que ela também me ama, mas eu não poderia prende-la em uma relação assim. Era injusto, sendo que naquela época eu não estava pronta para ficar.

Eu estava louca para voltar para casa, faltavam apenas 3 meses para eu completar meus dois anos aqui. Winn e eu tínhamos planos diferentes, nós íamos para a faculdade, e eu ia reconquistar a minha garota.

Eu amo isso aqui mas em seis anos eu já sofri mais perdas do que posso contar, já vi mais sofrimento que a maioria das pessoas, sem perder a fé na humanidade, pessoas boas ainda existem pelo mundo. Eu poderei fazer a diferença de outra forma, conheci a CEO de uma revista, que veio fazer algumas reportagens por aqui, ela me inspirou a trocar o fuzil pela caneta.

Ela me mostrou que eu ainda posso fazer a diferença sem que eu precise perder a vida para isso. E disse que se um dia eu fosse para National City, era para procurá-la.

Então Winn e eu sairíamos juntos, morariamos juntos e iríamos juntos para a faculdade juntos. Eu ainda não tinha dito para ninguém. A minha volta para casa era surpresa.

Dei a cada uma das crianças um chicletes a mais antes de ir, tínhamos outra parada para fazer antes de voltar a base antes que escurecesse.

Seguimos nossa rota habitual e eu me sentei no banco de trás. Olhando ao redor enquanto íamos para a próxima parada. Havia algum tipo de carrinho que bloqueava a estrada.

O Humvee parou e Winn pulou para dar uma olhada. Não havia ninguém por perto e o carrinho parecia estar vazio, mas tentávamos não mexer nas coisas dos moradores já bastava nós estarmos ali.

― Vamos pegar outro caminho. ― disse ele enquanto subia novamente.

Continuamos e passamos por um grupo de homens parados, quase em um círculo. Como se estivessem esperando por algo.

Meu estômago revirou: algo estava errado.

Aqueles homens não pareciam certos. Eles tinham raiva misturada com satisfação nos olhos. Eu estava prestes a abrir a boca para falar algo quando minha visão embaçou.

Eu me apoiei na porta do Humvee, antes que ele voasse. Ele capotou uma vez, algo havia explodido. O barulho da explosão me ensurdeceu, tudo ficou em silêncio.

Minha cabeça foi jogada para trás fazendo com que tudo escurecesse, uma imagem passou diante dos meus olhos como se ela realmente estivesse ali.

Lena.

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