SakuraOlhava pelos cantos do armazém, tentando incansavelmente tirar o samurai que chegou ontem a noite. Não parava de lembrar de como ele me olhou na primeira vez, assim que tinha acesso às velas. O jeito enigmático que os olhos deles transmitiam, e como a minha mente me dizia que era a coisa mais estranha que já tinha visto. Não deixei de pensar as palavras dele quando me deu os dois ienes a mais.
Foi quando percebi que tinha que esquecer tudo isso é seguir, ele deve ser um samurai Ronin que se perdeu nas montanhas e precisa de um abrigo, e ele está aqui. No único quarto com o futon molhado, me senti até mal por ele. Todo aquele tempo foi tão esquisito ontem, além do meu mau pressentimento sem explicação. Todavia, esses pensamentos foram cortados assim que lembrei que teris que biuscar a agua no poço para a minha mãe. Me levantei, cocei meus olhos, ainda estava com um pouco de sono, consequências da noite anterior. Sentia o chão molhado assim que tocou o meu pé nu. Fui em direção ao poço, paguei o balde de madeira e o joguei no fundo, segurava a corda e balançava para ele encher. Até escutar um canto de um pássaro, olhei para a onde vinha o canto. Avistei um pequeno passarinho branco de cabeça cinza cantando encima de um galho de uma árvore molhada, ele as vezes balançava o galho fazendo as folhas respigarem gotas de água. A música era tão agradável, e o cheiro que o ambiente ficou depois da chuva, a manhã leviana e o ar limpo e refrescante. Acabei ficando distraída por isso,e não ouvi a voz grave atrás de mim.
- Licença - pediu a voz.
Me virei rapidamente em um pulo. Era o hóspede de ontem. O olhei envergonhada pela a minha reação. Vendo agora ele na manhã com uma luz clara, vejo o quão ele e lindo. Lábios rosados e largos, olhos de tigre e arredondados, sombracelhas cheias e alinhadas, queixo em formado de V, e seus cabelos escuros junto aos seus olhos enigmáticos. Me senti hipnotizada por ele.
- O-o houve? - Perguntei.
- Gostaria de saber se posso beber água desse poço - respondeu.
Eu o disse que sim, e que ele poderia esperar que eu entregaria no quarto dele. Ele acentiu e agradeceu a mim, e fui em direção ao quarto dele. Tentei ser rápida; paguei o prato de água da manhã para a minha mãe, e consegui colocar ele antes dela acordar,e a toalha ao lado. Depois fui buscar água em uma tigela para ele, caminhei pelo corredor e bati na sua porta.
- Pode entrar - Falou.
Abri a porta, e encontrei o samurai sentado com as mãos juntas acima dos joelhos, suas pensar estavam dobradas e ele parecia estar dormindo. Entrei no quarto com receio, e até com um pouco de medo. Coloquei a sua tigela a sua frente.
- Aqui está, a água que pediu.
Ele levantou a cabeça, me lançou um olhar de análise,e pegou a sua tigela. Aquele ato me deixou constrangida e ainda mais nervosa do que eu já me sentia por ele. Ele bebeu um pouco, e depois me olhou;
- Me diga, você e a proprietária deste lugar?
- Não, eu sou filha da proprietária.
- Filha? Então por que você está me servindo e fez a minha checagem? Pensei que um hotel tal grande tivesse servos - disse e bebeu mais água.
Olhei de canto sem saber o que dizer,não poderia dizer nada de ruim sobre a minha mãe. E acho que já cometi um erro a dizer que sou filha dela, ela nunca gosta que alguém saiba que eu sou a sua filha. Sempre digo aos hóspedes que sou uma serva ou uma sobrinha da proprietária. Mas eu estava tão nervosa na frente dele que, simplesmente saiu. Fiquei calada até ele beber toda a sua tigela.
- De qualquer maneira, gostaria de saber se aqui tem muitos hóspedes estalados - Disse e me entregou a tigela.
- Por que? - questionei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐎 𝐇𝐎́𝐒𝐏𝐄𝐃𝐄 [𝐒𝐀𝐒𝐔𝐒𝐀𝐊𝐔]
FanfictionUma vez, em um pequeno recinto nas montanhas de Mankago, havia uma garota bela mas muito maltrata, seu nome era Sakura. Sua mãe, nem ao mesmo se atrevia a dizer que ela era sua filha, dizia que ela era feia, irritante e inútil a tudo. A garota limpa...