CAPÍTULO 4

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Sakura

Eram oito da noite, quando minha mãe teve uma ideia que ela mesmo disse que era extraordinária, mas que para mim era terrível, no pior sentido que a palavra poderia ter. Convidar Sasuke para comer juntamente a nós, para obviamente minha mãe aproveitar este momento para conseguir conversar e até seduzir o samurai. Algo dentro de mim dizia que sério horrível isso, não sabia se era exatamente por minha mãe estar me fazendo o espionar e tirar informações, ou por algo a mais,em qualquer um dos casos são ruins. Estava na cozinha preparando o jantar, com meus pensamentos a mil, minhas preocupações me cercavam mais do que um bando de caçadores caçando um urso.
soltei um suspiro enquando colocava mais um oniguiri na tigela:

- O que você está fazendo Sakura? Toda essa situação é péssima e esquisita, mas não tem como sair dela.... - tentei conter o meu tom pessimista no final, mas não consegui.

Depois de arrumar uma sala para o jantar, colocar a comida, informei a minha mãe que estava pronta e ela então me ordenou que chamasse Sasuke. Não sabia se ele ainda estava em seu quarto, embora eu o tivesse visto à tarde, noite e outra coisa, mas ele não deve ser burro ao ponto de sair por aí procurando algo para afiar sua espada ou ficar vagando sabendo de bandidos, animais selvagens e até mesmo Yokais assombrando as montanhas. Quando cheguei em sua porta, o chamei e disse que estaria entrando, para minha sorte quando abri a porta, o avistei sentado no meio do quarto, provavelmente meditando. Não queria o chamar mais uma vez, meditação é algo sério e íntimo, não disse nada mais, somente fiquei o observando, era a primeira vez que via sua face tão serena e majestosa, consegui até mesmo ouvir sua respiração naquele silêncio. Quando ele abriu os olhos, eu quase cai para trás, acabei ficando vidrada demais em sua beleza e acabei esquecendo que estava o encarando enquando meditava, me senti uma boba e envergonhada.

- Olá senhorita Haruno, o que aconteceu? - ele coçou os olhos e depois os fixou nos meus, o que me deixou sem graça.

- A-ah, minha mã-- a senhora deste hotel está te convidando pata um jantar com ela, por favor, aceite esse convite - disse me curvando.

Ele não respondeu de primeira, provavelmente ele deve somente lembrar dela como a mulher que estava gritando e falando palavras ruins pra mim naquele dia, minha mãe quer o conquistar porém, a única impressão que ela lhe causou neste samurai foi uma das piores, isso vai ser difícil.

- Pode levantar a cabeça - ordenou, e assim eu fiz - Eu aceito esse convite.

Fiquei surpresa, não esperava tanto que ele fosse aceitar, Sasuke me parece um homem recluso e que não gosta tanto de companhias, achava que essas pessoas geralmente odiavam pessoas ao seu redor na hora de comer, mas eu poderia estar errada sobre ela. Uma espécie de sentimento de abate me cercou, era como se algo ruim estivesse crescendo em meu peito, um medo primitivo e até mesmo... ciúmes. Mal acreditava em mim mesma que pudesse sentir isso, ele iria comer com minha mãe e ela ficaria o bajulando enquando falava com grande saber sobre Ōshika, e eu teria somente a possibilidade de ouvir sua conversa sobre as paredes enquando os servia, mas essa sou eu não é mesmo? Somente uma serva. Pedi para que Sasuke me acompanhasse até a sala de jantar, e assim foi feito. Quando estávamos perto da porta, senti sua mão pegando em meu ombro, me virei rapidamente pelo ato, ele me filtrou e me perguntou seriamente;

- Está mulher, ela ainda lhe maltrata? - seus olhos estavam preocupados.

Fiquei sem saber o que responder, ninguém nunca me defendeu e ainda mais me perguntou essas coisas. Pela primeira vez, senti algo que não sabia o que era, seu nome ou propósito, meu coração esquentou juntamente com meu corpo, eu queria sorrir e deseparamnete me jogar em cima dele, o abraçar e gritar pra ele me levar daqui, era um sentimento mais forte do que o esperado para alguém que viveu a vida toda presa e contida em seus sentimentos. Nosso olhos queimavam, eu podia sentir, sua preocupação me fez querer chorar também, mas não poderia naquele momento, podiam ser emoções estrondosas pelo fato de eu ser uma jovem, mas ainda assim, eu sentia aquilo como fogo consumindo uma figueira.

𝐎 𝐇𝐎́𝐒𝐏𝐄𝐃𝐄 [𝐒𝐀𝐒𝐔𝐒𝐀𝐊𝐔]Onde histórias criam vida. Descubra agora