CAPÍTULO 5

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Sakura

A paixão e a dor andavam lado a lado em mim, em meu coração só era permitido angústia, porém em meus sonhos, o amor era bem vindo. Deitada em meu futon, remexia nos gravetos ao meu lado, em um amontoado, nunca senti essa dor antes, o pior de tudo era que eu estava admitindo algo que queria esquecer antes que tudo isso acabasse assim; que eu estava me apaixonando por Sasuke. Eu deveria ter parado de tentar ir atrás, de desviar meu coração e essa atração por aqueles olhos escuros, eu me sentia a maior tola existente, porque a minha vida sempre é tão miserável?

Levantei meu tronco, olhei para a frexa aberta da porta à minha frente, eram provavelmente 6 da manhã, deveria começar a trabalhar mas não conseguia nem me erguer de tanto sono, meu corpo sofria as consequência de uma noite acordada cheia de lamentações, mas não tinha escolha. Esfreguei meus olhos, amarrei meus cabelos e fui começar minhas tarefas, comecei a limpar o chão do pátio, estava cheio de folhas caídas e também fiz o café de minha mãe, quando fui entrar em seu quarto para entregar o seu café da manhã, ela não estava lá, depois de ter saído do quarto de Sasuke eu havia me esquecendo de certificar o estado de minha mãe, um aperto em meu peito se estabeleceu, estava com tanto medo do que ela faria quando me visse, depois de tudo ontem a noite e ainda não ter a levado pra cama, senti algumas lágrimas caírem, meu corpo tremer, mas me recompôs, não tinha tempo e nem permissão para isso. Em passos cuidados fui até a sala de jantar, abri um pouco a porta e não vi nada, somente os resquícios do jantar anterior, que também não os lavei para a manhã seguinte, eu estava mais que em apuros, mas rezava para que não ficasse mais de três dias sem conseguir andar como na última vez. Abri toda a porta com o pouco de coragem que ainda tinha, vi minha mãe encolhida um pouco para o canto da sala, entrei e tentei ser o mais silenciosa, comecei a levar as tigelas e os copos, e quando estava prestes a me retirar, ouvi a voz de minha mãe;

--- Por que?.... você sempre estraga tudo, apodrece tudo o que vê pela frente --- sua voz melancólica me paralisou --- Você tem um teto para dormir, comida, um lugar para ficar, e como você me retribui? Me fazendo passar vergonha na frente do homem que eu estava interessada.

Engoli a seco, ela iria despejar todas as suas angústias e tristezas em mim, eu já estava preparada, mas nas outras vezes era somente ódio, eu temia que agora ela iria despejar mais do que ela conseguisse.

--- Eu sentia que poderíamos ser bons juntos, mais um lixo sempre estraga todos os lugares a onde ele é colocado, já deveria saber --- ela começou a chorar enquando dava pequenos soluços ---- Kami-sama! Por que?! Por que eu não a matei assim que nasceu?! Tanta desgraça você me trás Sakura.

Nascida de um vagabundo, era um desses nomes que ela sempre me chamava, não sei o nome do meu pai, nunca fez questão de dizer, ela era jovem e iria se casar com um homem de prestígio e a rede de hotéis continua boa e prospera, mas ela não se manteve pura até lá, teve um caso com um homem de uma Vila que era açougueiro e vivia no meio do nada, ela queria saber como era, como era o sexo, somente não sabia que ficaria grávida, pouca informação e muita desgraça. O casamento foi cancelado, minha mãe queria tudo que queria como queria, esse casamento a traria um grande nome, e ela só pensava nisso, quando não tinha mais p que fazer, se pôs a chorar e amaldiçoar a criança que ela mesma gerava. Meus avós eram tão bondosos que dizeram que iriam me criar e iria lhe ajudar, mas ela negou e disse que eles eram inúteis por deixarem tudo acontecer. Quando nasci, minha mãe tinha uma adaga ao meu lado, mas ela não conseguiu me matar, um bebê!" Gritava minha avó desperada, e assim ela me deu aos meus avós, até eles morrem nos meus 5 anos, e minha mãe me obrigar a ajudar nas tarefas do hotel, até completar 8 anos e ela nunca mais fazer nada é nem a chamar mais de "mãe" era permitido. Nunca tive uma escolha, e nunca teria, mas no fundo, bem no fundo do meu ser, eu queria que ela me amasse, por isso nunca tentei nada contra ela. Mais eu guardava um pouco de rancor, era inevitável, queria chorar por isso, ela não gritava como de costume, estava chorando e isso era o que pairava tudo.

𝐎 𝐇𝐎́𝐒𝐏𝐄𝐃𝐄 [𝐒𝐀𝐒𝐔𝐒𝐀𝐊𝐔]Onde histórias criam vida. Descubra agora