CAPÍTULO 6

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Sakura

Minha respiração parou por um momento, que me pareceu tão longo pela proporção de meu medo, talvez fosse isso mesmo.
O pequeno gatinho me deu a impressão de estar tremendo, porém quando olhei para baixo eram somente minhas mãos, eu estava prestes a desmair se não fosse o mais instinto me dizendo que se eu fosse fazer isso iria chamar a atenção do urso e o gatinho também estaria em perigo pela sua fragilidade, então tentei me manter calma, pelo menos o máximo que aquilo poderia. Respirei algumas vezes, conseguia até imaginar como minha aparência deveria estar; pálida, amentrodada, com o corpo tremendo como um chocalho de criança, minhas mãos passaram pelo corpo do gatinho, eu queria chorar mas tinha até medo de que o animal pudesse ouvir meus gruninhos, naquele momento eu somente lembrei das palavras da minha mãe me dizendo que seria bom se eu não voltasse para casa, este lugar, no meio dessa floresta, sozinha somente com uma pequena criatura frágil e tão assustador quando eu, se eu morresse aqui, quem me achasse? Seria meus ossos? Acharam que foi um animal qualquer que foi devorado por outro maior? Eu seria esquecida, esse pensamento me pareceu mais aterrorizante do que eu imaginei, era tão fácil ser apaga e que sua existência parecesse que nunca importou e que a sua vida era um peso que somente foi levado como folhas soltas dos galhos e sendo levadas com o vento para um lugar que ninguém sabe a onde. Em meio aqueles sentimentos exacerbados, eu me lembrei de Sasuke, de tudo o que eu senti com ele, dos seus olhos, dos seus cabelos, de quando seus dedos passaram pela minha pele e parecia que foi uma queimadura que tinha deixado uma marca invisível, uma marca minha, aquela paixão que eu tentei negue até mesmo quando ela estava na minha cara, somente sentimos quando perdemos.

--- Kami-sama, eu sei que disse que queria morrer.... mas me deixe viver só mais uma pouco.... --- sussurei a mim mesma.

Eu queria sentir os lábios dele, seria como experimentar açúcar? Seriam eles tão macios que quando eu os sentisse eles fossem a única coisa que me poderia me alcamar? Que desejo terrível, naquele céu azul nostálgico que me trazia memórias boas, até mesmo parecia transformar as coisas ruins em memórias de infância doces e inocentes, eu queria saber como era amar Sasuke, como era o abraçar, o beijar, como era sentir que eu era dele, que ele era meu, eu queria ser amada de verdade. Por um momento, meu corpo relaxou, meus pés sentiam o chão com sensibilidade nos dedos, minha expressão vazia e melancólica, eu ainda ouvia o som das patas do animal, ele parecia estar se aproximando, eu era somente uma garotinha que não conseguia chorar porque já tinha pensando demais antes de aceitar a morte, o que eu iria fazer? Até quando eu morrer minha mãe me almadicoaria, e o que ela faria com o senhor Sasuke? Tentaria algo? Faria algo que ele nunca perdoaria? Talvez. Fechei os olhos, deixei as lágrimas saírem livremente pelo meu rosto, algumas delas pousavam sobre meus lábios e o sabor salgado delas, Por que justo quando eu fosse morrer, teria que sentir o gosto salgado de lágrimas? Nem a isso tinha direito.

Foi quando, por aquele instante de sofrimento e aceitam mútua sobre mim mesma, eu ouvi o urso gemer alto, e outra voz que parecia humana, eu não tentei virar, ao invés disso eu me encolhi naquele espaço, o gatinho deu um leve miado e eu comecei a acariciar, os sons do urso fugindo enquando conseguia sentir o peso dele caindo sobre o chão, era um som imponente, assustado, apavoroso, era o som de uma luta, os gritos masculinos pareciam estar no mesmo tom que os do urso. Fechei os olhos, até que passado alguns minutos os sons pararam, não sabia quem havia vencido ou pedido, claro que achei que o urso havia ganhado mas como não ouvi nada ficou difícil de saber e fiquei confusa e até mesmo esperançosa que o homem havia vencido, todavia eu também tinha um leve medo de meu salvador fosse um vadio e um homem maldoso, não me mexi, até que ouvi a voz do homem;

--- Senhorita Haruno?! Senhorita Haruno onde está?! --- a voz com o tom desesperador, Sasuke gritava meu nome com o ar pleno em seus pulmões, como um desesperado.

𝐎 𝐇𝐎́𝐒𝐏𝐄𝐃𝐄 [𝐒𝐀𝐒𝐔𝐒𝐀𝐊𝐔]Onde histórias criam vida. Descubra agora