Capítulo 3 - Algumas podem lhe machucar

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   Eu me sentia perdido.

   Tudo que acreditava e protegia está ruindo, foi como se soassem as trombetas e minha vida fosse o muro de Jericó – tudo havia caído e não fazia ideia de como iria levantar.

   Taehyung foi para casa depois de muita insistência de minha parte, se ele bancasse o desentendido e fingisse que não estava comigo, ele não teria problemas. Agora eu... não tinha muito o que fazer. O homem morcego me acompanhou até em casa, dizendo que esperaria por mim do lado de fora e apenas assenti.

   Assim que entrei, avistei minha avó com um pano de prato na mão e de frente para a tv, roendo suas unhas. Seus olhos pousaram em mim e ela correu em minha direção, me abraçando apertado e procurando provavelmente algum machucado em meu corpo.

- Estou bem vó....

- Meu filho..... sua faculdade apareceu na televisão, na verdade, você e seus amigos apareceram. Seu noivo fugiu com um dos vilões, o que aconteceu por lá querido?

- Eu não sei dizer, estou sendo o mais sincero possível – puxei meus próprios cabelos – o tcc do Namjoon é uma bomba de informações contra o governo e pelo visto toda a cidade está sabendo desse conteúdo, ele negou jogar fora o trabalho e expos tudo no hall de entrada da faculdade. Se já não bastasse isso, ele é amigo de dois vilões que estou tentando colocar na cadeia há mais de dois anos!

- Tente se acalmar um pouco, vou buscar um copo d'água para você!

   Apenas sacudi a cabeça concordando e apontei para cima, a informando que iria para o meu quarto. Eu não era um fora da lei ou coisa do tipo, mas o pouco que sabia era que se vão vir atrás de você, sua casa não é mais um lugar seguro, então não poderia ficar aqui por muito tempo.

   Mexi em meu armário e peguei minha mala, pegando algumas roupas e produtos de higiene e os ajeitando da maneira que conseguia e a fechei, dando um suspiro. Encarei minha escrivaninha e a rosa no vaso, não poderia deixá-la aqui, poderiam pegá-la. Corri para o terraço e comecei a pegar outras rosas na bela roseira que tínhamos, não ligava para os espinhos já que estava acostumado com os cortes que faziam em minha pele. Voltei para o meu quarto e fiz uma coroa de flores, encaixando minha flor no meio delas e peguei minha mala, descendo as escadas. Minha avó se aproximou com o copo de água e olhar de desconfiança quando viu a coroa de flores em minha cabeça e o que escondia atrás do corpo.

- SeokJin... para onde está indo?

- Sabe qual é a parte mais irônica disso tudo? – questionei, aceitando o copo de água e tomando praticamente todo o conteúdo em apenas um gole – não basta o meu noivo estar sendo perseguido pela polícia ou ser amigo de dois criminosos, mas sim o fato de um deles estar me esperando do lado de fora preocupado se algo vai me acontecer, isso.... isso está me deixando louco vovó. E-eu sou o herói, i-isso não deveria estar acontecendo...

- Respire fundo, agora me explique o motivo de sua mala.

- Não posso ficar aqui. Todos da faculdade sabem do meu relacionamento com Namjoon e ele tecnicamente está foragido no momento, virão atrás de mim! E chegarão aqui em casa, eu não posso ficar, se não serei pego e podem usar algo em mim e descobrirem quem sou. Então é melhor estar foragido também.

- Deve proteger sua rosa querido! – assenti e recebi um abraço apertado – eu ficarei bem, não se preocupe!

- Olhe tudo que está acontecendo.... se eu fosse normal, não teríamos nenhum problema.

- Nem pense em dizer uma coisa dessas, você é Rubra! O herói que essa cidade precisa, mas não poderá salvar ninguém se estiver em perigo! Então se esconda até o momento certo!

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