Não estava sendo nada fácil, muitos sentimentos, muitas emoções para uma só pessoa, eu no caso.
Queria pedir por uma vida normal, mas eu nunca a tive, talvez um pouco de sossego seria suficiente. Sem transformações, vilões ou uma cidade que está contra mim. Andar na rua como qualquer outro, sem ser um foragido da polícia apenas por existir.
Acredito que seria suficiente.
- Minha flor.... não fique assim, tudo dará certo! – Namjoon se aproximou de forma calma e segurou minha mão.
- Não sabe o que o futuro nos aguarda, senhor isqueiro – resmunguei – fez um mês que estamos sendo perseguidos, nada mudou. Era para eu estar nesse momento com os documentos de minha formatura e começando a planejar meu casamento. Mas eu perdi meus estudos e meu noivo. O ar está diferente, sinto que o Segundo Sol está mais perto.
- Eu ainda estou aqui.... – cruzou os braços chateado.
- Mas sabe que não é a mesma coisa, saber o que foi capaz de fazer e o que pode fazer no futuro é assustador! Eu não consigo aceitar isso! – dei um suspiro – fora que.... nos últimos dias Yoongi parece bem próximo de você.
- E-ele? Yoon é o meu braço direito, responsável pela parte tecnológica, precisa ficar próximo. Nós dois nunca tivemos nada enquanto estávamos juntos, lhe juro! Somos apenas amigos!
- Eu sei dessa parte, mas ele tem o olhar apaixonado, de uma pessoa que realmente não liga para o que faz e até o ajudaria a esconder um corpo – segurei suas mãos – o que tivemos foi muito especial Namjoon e eu não vou me esquecer, foi muito bom! Mas precisa seguir em frente, leve o tempo que precisar, mas não se feche para novas oportunidades. E apesar de omitir muitas coisas para mim, sei que nunca me traiu.
- Tenho direito a um beijo de despedida? Daqueles tão longos que perdemos o ar?
- Joon.... – ergui a sobrancelha e ele suspirou em derrota, apertando minhas mãos e levou a boca, dando um selar em cada uma – os cavalheiros são os piores.
- Não faz ideia... – sussurrou de forma ameaçadora, quando senti suas mãos em minha cintura, alguém limpou a garganta e se aproximou.
Se tratava de Taehyung e Yoongi, o ultimo citado olhava de forma sem graça para os lados, tentando evitar contato conosco. Com a convivência, consegui aprender alguns sinais básicos para me comunicar com ele. Estalei os dedos chamando sua atenção e quando a tive, comecei.
"O que houve? Você está bem?" – o questionei e ele assentiu. A parte boa dele conseguir ouvir, era que as vezes fazia alguns gestos mais simples que qualquer um entenderia fora da linguagem de sinais e foi o que ele fez.
"Vocês dois.... estão juntos de novo?" – juntou os indicadores após apontar em nossa direção e rapidamente neguei.
Fiz um coração e fingia encaixá-lo de todas as formas possíveis como se dissesse "não somos mais compatíveis" ou "não nos completamos".
Ele deu um suspiro e estalou a língua, sacudindo a cabeça como se tivesse entendido. Mexeu no bolso da calça e tirou o celular, digitando algo.
"Pesquisei sobre o que me pediu!" – a voz disse e assenti.
- Pode me mostrar? – falei pela primeira vez depois de longos minutos e ele assentiu, onde nos aproximamos do centro de operação.
- O que pediu para ele ver? – Taehyung me perguntou e eu gesticulei em direção a mesa, onde apareceu os meus dados estudantis e os de meu amigo – nossas notas na faculdade?
- Namjoon me disse que todos os alunos que estavam na faculdade, eram ou já foram mutantes. E que isso está no dna. Então comecei a pensar que o motivo de estarem atrás de mim, e queiram me matar, seja por conta disso. Porque o ataque a floricultura mostrou explicitamente que não tinham a intenção de me capturar. Eu não sou uma moeda de troca ou informante.
"As coisas que consegui encontrar não foram boas!" – o mais baixo disse em sua voz robótica e jogou diversas telas na mesa e as levantou, começando a aparecer vários dados com datas antigas e recentes, existia até mesmo alguns vídeos em aulas comuns, laboratórios e educação física – "estão de olho em vocês desde a pré-escola, mais preciso desde o dia da queda do Smeraldo. Viram suas notas e habilidades em diversas situações, os piores anos foram o ensino médio e a faculdade. Aqui tem tudo, e eles possuem até um nível de poder térmico e os de vocês.... como posso dizer...."
- Os nossos?
"Quando vi o de SeokJin, achei que deveria procurar o de Taehyung e não era muito diferente!" – colocou os dados de Taehyung e realmente tínhamos algumas porcentagens parecidas – "sobre o nível de poder ser visto de forma térmica, tenho alguns exemplos. Esse é o nível de Namjoon, cerca de 7.8, é um nível considerado muito alto para alguém que ainda mantêm os poderes e tem vocês dois. O nível está 10 e grifado como extremo potencial de força, mas do jeito que está é como se fosse muito mais, porém esse é o número mais alto".
Olhei chocado para todos aqueles números, não queria acreditar, mas números dificilmente mentiam. Independente se eu estivesse ou não envolvido com Namjoon, teriam vindo atrás de mim, eles sabiam provavelmente quem éramos desde o começo. Meu nível de poder desde pequeno pelos dados era 10.
- Você sabe o que acontece com os de nível inferior ou o máximo como nós? – Taehyung se aproximou de mim e eu assenti, era bom saber – com o Segundo Sol próximo não corremos o risco de explodirmos né?
- Vira essa boca pra lá! – dei um tapa nele, mas logo reclamei de dor. Como nunca notei que o corpo dele era tão firme ao ponto de nem ficar a marca dos meus tapas?
"Nível de 1 a 3: poderes sem controle e mortais, incluem as pessoas que se tornaram objetos ou elementos, 4 e 5: poderes normais que com o tempo acabaram. 6 e 7: somos nós que permaneceram e possuem controle sobre ele. Agora vocês, que ninguém tem ideia do que são capazes de fazer. São os únicos daquela faculdade ou da cidade que possuem esse nível."
- Nos matar seria mais fácil do que tentar controlar nossos poderes ou torcer que nos entregássemos nessa vacina anti-heroi. Então decidiram acabar conosco, e no seu caso usariam Marte como justificativa para chegar em você e depois iriam até mim.
Iria ser morto sem mesmo saber o motivo de tudo. Mas o que poderia ser feito para acabar com tudo isso...? Não podemos nos esconder para sempre.
- Jin? – permanecia em silêncio - bougainvillea!
Olhei para ele na hora, aquilo havia me lembrado de algo e poderia ser útil.
- Como estão atraindo o Segundo Sol? Você disse que tinha algo a ver com magnetismo, certo? – olhei na direção de Namjoon, ele provavelmente sabia a resposta.
- Sim, um dispositivo com um imã usando um grande pedaço de Smeraldo.
- Acredito que a melhor opção de vencermos essa guerra é fazendo o contrário. Destruir esse imã, nós temos Hoseok para ajudar e um cristal ambulante. Temos que colocar a população contra o estado.
"Como faríamos esse último?" – perguntou curioso.
- O Domo precisa cair! – disse convencido – eles usam isso há anos como sinal de proteção e de que é o melhor para se proteger do que existe lá fora, sendo que ninguém sabe o que tem. Precisamos mostrar a verdade, que enquanto todos pulavam e cantavam, o mundo estava em ruinas e ainda está! Que estão atrás das pessoas erradas, e muitas pessoas podem estar precisando de nossa ajuda do lado de fora.
- Mas realmente existe alguém do lado de lá? – Taehyung questionou cruzando os braços – é arriscado o domo cair, e se for tóxico para as pessoas normais?
- É um risco, mas é possível que não tenha problema. Já que ninguém aqui de dentro sofreu com isso. Se a atmosfera da terra tivesse mudado além da dinâmica do Smeraldo e do Segundo Sol, nem mesmo os mutantes teriam sobrevivido – Namjoon disse pensativo, colocando os anos de estudo em pratica – mas se a estrela entrar em contato com nossa atmosfera, as coisas irão mudar, todos irão morrer se ela cair. Se sobreviver alguém, só vocês dois...
- ...... quanto tempo até o Segundo Sol entrar na atmosfera? – perguntei preocupado.
- Cinco dias no máximo e mínimo dois.
- Então precisamos começar a planejar um plano de ataque!
- Vamos derrubar o domo!
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Cidade Smeraldo •TaeJin•
Fiksi PenggemarTodos acreditavam que o fim do mundo estava próximo após a notícia de um grande meteoro vindo em direção a terra, só não esperavam que ele caísse em uma pequena cidade do interior e fizesse com que a maioria dos moradores se tornassem mutantes. Rubr...