V

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Madara simplismente não queria ninguém o incomodando enquanto assinava os documentos sobre o clã, mas logo sua paz foi tirada quando Izuna entrou sem ao menos bater na porta.

— Irmão — O Uchiha mais novo acenou com a cabeça como um pedido de licença indireto.

— Agora que já entrou. — O mais velho revirou os olhos. — Estou trabalhando.

— Algo aconteceu? Está mais irritado que o comum. — Izuna se debruçou sob a mesa.

— Temos uma coisa irritante e curiosa morando na nossa casa, acha que eu deveria estar feliz?

Izuna revirou os olhos.

— Se acostume, irá se casar com ela. — O mais novo sorriu sarcástico. — Ou já havia se esquecido disso?

Madara bufou irritado, se lembrar daquilo não o alegrava nenhum pouco.

— Pelo menos ela é bonitinha. — Izuna murmurou. — O que você acha dela, irmão?

— Acho que ela deveria sumir, desistir desse acordo para eu não ter que fazer isso antes e nunca mais aparecer na minha frente.

— Madara, facilite as coisas. — Izuna suspirou — Entendo, não é fácil, mas precisamos disso para termos mais confiança entre os outros clãs e países. Sabe como nossa fama é horrível.

Nascer Uchiha era como ser condenado, pessoas te discriminariam e julgariam por causa do sangue que corre em suas veias. Izuna e Madara eram os principais a liderem com isso, a maioria dos olhares que recebiam era de desprezo ou medo, mas de certa forma, estavam acostumados com isso.

Izuna se questionava se as mulheres que Madara comia, tinham medo dele e por isso cediam tão fácil, mas ele preferia acreditar que seu irmão não força nada desse tipo.

— De onde você tirou essa moral, Izuna? Está tratando ela como se não fosse nada também.

— Não confio nela.

— Nem eu.

— Mas não a maltrato, apenas evito conversas.

— Não a maltrato, somente coloco ela no lugar.

— Ótimo, não gostamos dela, é uma Senju, mas vamos levar isso de forma mais leve, Madara — Izuna encarou o irmão e cruzou os braços. — É um casamento.

— S/n nunca será minha noiva.

Izuna ficou em silêncio por alguns segundos, suas memórias invadindo a mente.

— Supere isso, Madara, a vida está passando.

— Saia daqui, Izuna.

O Uchiha entendeu o recado, havia falado demais.

De certa forma, doía em Izuna ao se lembrar, mas não dá mesma forma que doía em Madara. O irmão sempre fora fechado, mas a cada dia ele se afogava um pouco mais no passado, sabendo que aquilo não voltaria. Ela não voltaria.

Ele preferia deixar o passado no passado. Não havia mais guerra e agora eles poderiam dormir em paz sabendo que ninguém iria tentar atacar eles enquanto dormiam, mas isso não traria sua família de volta, seus irmãos, amigos e nem a mulher que Madara amou.

...

S/n diria que a noite foi boa. Dormiu consideravelmente bem e acordou feliz, mas ela sabia que assim que saísse do quarto, seu humor iria por água abaixo.

— Senh... — uma pequena pausa — S/n, posso entrar? — A Senju reconheceu a voz de Yuna, sua amiga mais recente, e permitiu sua entrada.

— Bom dia, Yuna! — S/n sorriu.

𝐓𝐚𝐤𝐞 𝐌𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 [𝐌𝐚𝐝𝐚𝐫𝐚 𝐔𝐜𝐡𝐢𝐡𝐚 𝐚𝐧𝐝 𝐒/𝐧]Onde histórias criam vida. Descubra agora