VI

194 20 16
                                    

S/n tomou a iniciativa para voltar, afinal, não aguentava mais andar com um rabugento e um inexpressivo atrás de si — atraindo muitos olhares — e sendo alvo de cochichos.

Ela se divertiu — as próprias custas — mas falhou em tirar um sorriso de ambos os Uchihas.

— Finalmente essa tortura acabou. — Madara disse assim que colocou os pés em casa.

Izuna entrou em silêncio segurando a pequena sacolinha de S/n — que agora estava mais vazia porque a mesma comeu sua parte no caminho — e foi até a cozinha, sumindo de vista.

Madara estava indo até seu escritório — não queria passar mais nenhum minuto com aquela Senju — quando foi surpreendido com alguém segurando sua mão. Ele se virou bruscamente e franziu o cenho quando viu aquela mulher encostando em si.

— Obrigada pelo passeio! — Ela sorriu.

Madara não retribuiu o sorriso, ao invés disso ele quebrou o contato físico com brutalidade e esbravejou:

— Não encoste em mim sem minha permissão. — Se virou e voltou a seguir seu caminho.

S/n, por alguns segundos, continuou observando o mais velho se afastar com aqueles passos firmes e aquela postura egocêntrica. Ridículo, era a palavra que ela usaria para definir, não o Madara em si, mas sua ação.

Qual era a chance deles se darem bem?

A resposta é nítida.

— Não ligue pra ele, Madara é assim com todo mundo. — Izuna disse, passando por ela.

Ele subiu as escadas em silêncio total, deixando ela, novamente ali parada na tentativa de engolir todo aquele desaforo.

S/n foi em direção a cozinha pegar um copo de água para poder ficar em seu quarto — sua energia já havia se esgotado — quando viu o pequeno saquinho de petiscos que havia comprado para Izuna e Madara, no lixo, da mesma forma que havia chego em casa. Certo, ela sabia que eles não gostavam dela — sentimento recíproco — mas deveria haver esforço para surgir uma faísca de simpatia, afinal, viveram juntos agora.

Assim que ela se trancou no quarto, S/n tomou um banho rápido e se deitou, consciente de que, a qualquer momento, Yuna viria a seu encontro para ser sua babá e chamar para a janta.

...

— Apenas fique quieta. — Madara tapou a boca da mulher com sua mão e continuou com suas estocadas brutas.

Mal sabia o nome daquela com que fodia, não são especiais a ponto de decorar seus nomes.

Seu dia havia sido perturbado por uma criatura incoveniente e somente sexo poderia acalma-lo.

A mulher de quatro sob sua cama, rendia para Madara, puro prazer. Êxtase que deixava seu humor mais leve.

Tinha uma puta mulher em sua casa, mas ao invés de tesão, Madara sentia remorso e ódio cada vez que olhava seu rosto.

S/n lembra ela.

Ele queria apenas que S/n, irmã de seu melhor amigo de infância, sumisse. Sua vida já era muito difícil para lidar com uma mulher, com um casamento.

Não que não pensasse em como seria ver S/n na mesma posição que a mulher em sua frente estava. Droga, pensar nisso o deixava irritado, queria foder S/n ao mesmo tempo que queria dar um fim nela.

Seu sorriso, seus olhos, o jeito que S/n fala. Ele apenas não a considera uma reencarnação porque S/n já era nascida na época.

E somente Madara sabia o tamanho da dor que lhe atingia o peito ao se lembrar.

Não sentia culpa ao fazer sexo com mulheres diferentes todos os dias — não sentia como se estivesse traindo-a — mas se amasse outra mulher, se tomasse outra como sua, isso não poderia acontecer — seu coração havia escolhido há muitos anos atrás — estaria traindo a mulher que mais amou.

A mulher gozou e Madara se afundou ainda mais até chegar em seu clímax também, sujando as costas dela e livrando-se desses pensamentos que, as vezes, lhe atormentavam.

Madara se recuperava rápido, diferente da mulher jogada em sua cama que respirava pesadamente, o Uchiha já poderia fazer isso de novo pela quarta vez.

— Se levante e saia. — Ele ordenou.

— O que? Madara-Sama, nem ao menos irá me chamar para dormir com o senhor? — Ela levantou a cabeça com os olhos arregalados.

— Acha que só porque eu te comi, você pode dormir comigo? — Ele riu — Apenas faça o que eu falei. Se quer companhia, durma com seu marido, ou acha que não reparei na aliança em sua mão?

A mulher pareceu um tanto quanto chocada. Ela se levantou bufando e caçou suas roupas pelo quarto, batendo a porta logo em seguida.

...

S/n sabia o que estava acontecendo no quarto de Madara, mas pelo menos a mulher da vez havia ficado quieta.

Sentada na mesa de jantar com uma xícara de chá, S/n se alarmou com alguém batendo os pés escada a baixo. Ela se levantou e deu de cara com uma estranha toda descabelada e com as roupas mal colocadas.

— Saia da frente, sua piranha. — A mulher resmungou, empurrando S/n — Veio foder com ele também? Já pode subir, ele me expulsou daqui! — a voz embargada deu a Senju total certeza da embriaguez da mulher.

Ela apenas observou enquanto aquela saia pela porta. Havia sido chamada de piranha no meio da noite, ótimo.

S/n não estava surpresa pela mulher ter sido expulsa — na verdade estaria caso ela NÃO tivesse sido — mas ao menos sair em silêncio, já seria de grande ajuda.

A Senju apenas voltou para a cozinha terminando de beber seu chá e deixou a xícara sobre a pia, sabia que não deveria estar zanzando por aí essa hora naquela casa, mas não conseguia dormir.

— O que está fazendo acordada? — S/n se arrepiou ao ouvir Madara, sua voz lhe causava um efeito diferente.

Ela olhou para trás, assustada com a presença do mais velho.

— Não me faça repetir a pergunta. — Madara estava de braços cruzados e fuzilava S/n com o olhar.

— Não consegui dormir e vim tomar um chá, será que vou ser morta por isso? Ou irá mandar mais uma mulher cuidar de mim? — Ela cruzou os braços da mesma forma que Madara.

— Volte para o seu quarto. Você não tem permissão para sair dele no meio da noite.

— Terei que repetir? Não estou fazendo nada ilegal, apenas tomei um chá. — Ela se irritou. — E eu não preciso de permissão, sou uma mulher adulta e livre, Uchiha Madara.

— Mas está na minha casa e terá que fazer as coisas do meu jeito. — Madara enfatizou, ainda mais irritado — E do meu jeito você não tem a porra da permissão de sair do seu quarto durante a madrugada.

Madara pareceu crescer diante S/n, era como se ele derrepente virasse um gigante que poderia, com um simples passo, esmaga-la.

— Estou morando aqui também e não irei obedecer suas ordens, não sou propriedade sua e muito menos um animazilnho de estimação. Faça o favor para mim e para você de voltar a transar, enquanto eu simplesmente termino o que estava fazendo e volto para o meu quarto. — S/n odiou se sentir oprimida.




𝐓𝐚𝐤𝐞 𝐌𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 [𝐌𝐚𝐝𝐚𝐫𝐚 𝐔𝐜𝐡𝐢𝐡𝐚 𝐚𝐧𝐝 𝐒/𝐧]Onde histórias criam vida. Descubra agora