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Acordo e olho Nicolas entre meus braços. Dou uma remexida e percebo que, atrás de mim, tem alguém me abraçando.
Quando me viro, dou um suspiro e fico admirando Pedro. Meu corpo já está formigando, e eu tiro uma mecha do cabelo bagunçado dele da testa. Dei um sorrisinho e fiquei mais vinte minutos observando cada detalhezinho do rosto dele. No quanto ele não mudou nadinha, em todos esses anos.
Engulo seco até me forçar a sair dali, mas sempre ficava mais um pouquinho. Não sei o que somos agora, e não quero pensar em mais nada, só no agora, no perfeito agora.
Mas, só de pensar em todas as coisas que escondo dele, começo a ficar fragilizada, como de costume. E, estava bem surpreendida de estar tão bem com ele, sem me importar com merda nenhuma de acidente.
Quando eu levantei, fui até a cozinha, onde Yass e May estavam tomando café da manhã.
Pego uma caneca e a encho de café.
- Eu quero demorar bastante no shopping. - Yass comenta, mas nem dou bola. - Ray, você está me ouvindo?!
Yass passa a mão na minha frente, me fazendo sair dos meus pensamentos.
- Ah claro, o shopping... - falo. - Nicolas vai ter que ir com a gente. - comento.
- Não vai não, a gente deixa com Pedro. - Yass diz.
Penso um pouco e chego à conclusão de que até seria melhor. Acho Nicolas muito feliz ao lado dele.
Gostaria de passar um tempo fora dos meus problemas, e da melhor forma: comprando coisas.
Por fim, eu me arrumo sem muita maquiagem, e Yass me empresta um conjunto de moletom preto simples. Em menos de duas horas, Maynara estaciona o carro no estacionamento do shopping, e nós ficamos subindo e descendo escadas rolantes por bastante tempo.
Yass até cogitou em já saber as opções de vestidos de casamento, mas May a convenceu de que era para ser surpresa, ela não poderia antecipar as coisas.
Eu, por outro lado, pude comprar roupas e biquínis suficientes para a viagem. E dessa vez, sem maiôs. Yass me ajudou a escolher, já que eu quase nunca usava biquínis.
Tive que comprar malas, e mais um montão de coisas que precisava, incluindo um conjunto de baldinho de areia para Nick.
- E a terapia dele? - pergunto.
- Ah, creio que teremos que transferir para lá. - Yass responde.
- Entendi. - falo.
Minhas esperanças estavam começando a aumentar. Mas, eu deveria esperar ele mesmo se lembrar, ou eu explicar uma coisa que, para ele, não deve ser nada? Não sei qual das duas coisas seria mais fácil.
- Então, vamos passar horas sentadas no avião? Vamos ter parada, ou algo assim? - pergunto, mudando de assunto.
- Vamos ficar em Bahamas. Não me pergunte o endereço certo, Anthony não quis me contar, de novo. - a Yass responde.
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