Presságio

Mais que aliados...

Vhagar levantou voou, as azas enormes batendo para frente e o enorme corpo subindo para os céus deixando o fosso dos dragões. Vhagar rasgou as nuvens batendo suas azas. Ali, Lucerys sentiu como era grande a diferença de estar montado em arrax. A sensação era completamente diferente. A sensação de liberdade, a grandeza de Vhagar, suas azas batendo atravessando as nuvens e subindo para além delas. Seus olhos estavam fechados, o sentimento era forte, não era como está em arrax, definitivamente não. Aquilo era maior, mais libertador. Talvez, era isso que Aemond queria que ele visse, ou sentisse.

Umas das mãos de Aemond tocaram sua cintura. Seu tio aproximou seu rosto ao lado dele, sussurrando baixinho, como um sussurro abafado.

-Abra os olhos, Lucerys.

Os olhos claros de luke se abriram, o vento forte bateu em seu rosto, então, ele viu agora melhor, o tamanho de Vhagar quando montado em cima dela. Lucerys se sentiu tão estranhamente poderoso, ali ele sentia que podia fazer qualquer coisa, Aemond talvez sentisse o mesmo. Eles já estavam acima das nuvens, cada vez mais perto do azul do céu.
Lucerys então se permitiu sentir, seus lábios se formaram num lindo sorriso, os dentes branquinhos e perfeitamente alinhados, os olhos claros brilhando com a sensação nova para si.

O olhar de Aemond estava em Lucerys, ele sempre quis alguém para voar com ele, em especial sua mãe. Aemond lembra de pedir a ela para que voasse com ele em Vhagar, mas a rainha nunca aceitava, ela não tinha nem uma desculpa para isso, apenas o não.
A sensação era libertadora, Aemond sentia que nada podia pará-lo desde que ele tenha Vhagar, ele de fato podia fazer tudo o que quisesse, afinal, se Vhagar o escolheu,é porque ele tem algo especial. O sorriso no rosto de Lucerys fez com que ele também se permitisse sentir aquilo. Aemond apertou as rédeas e ordenou em alto valiriano para que o dragão descesse. 

Vhagar mergulhou, suas azas esticadas para trás para uma descida equilibrada. Então ele levantou outra vez entre as nuvens. O sorriso nos lábios de Lucerys era como o sorriso de uma criança que pela primeira vez montava um dragão. Agora com o voou mais calmo Aemond afrouxou as rédeas e abraçou com o antebraço a cintura de Lucerys. O garoto ainda ria descontroladamente. Mas as palavras de Aemond fizeram que o sorriso sumissem imediatamente de seu rosto fofo e vermelho.

-Arrax deve está magoado, sobrinho. Aemond não podia perder essa chance. Não foi por mal, mas ver o rosto envergonhado de Lucerys era fascinante. O jovem senhor de Driftmark estava a ponto de chorar quando o nome de seu dragão soou em seu ouvido.

-Você acha... Lucerys sentiu-se culpado por estar montado em outro dragão e sentir-se feliz por isso, Arrax não iria devora-ló, iria?

-Tenho certeza que sim. Aemond completou de forma divertida. Seu sobrinho forte agora não parecia tão forte assim. Notando o estado murcho de Lucerys Aemond o apertou levemente.-Estou brincando,Lucerys. Isso não pode quebra sua concessão com arrax, não sinta-se culpado. Lucerys desviou o olhar pensativo. Aemond riu um pouco.
Vhagar voava pelas nuvens tranquilamente. Tio e sobrinho aproveitando a companhia um do outro. Lucerys se inclinou um pouco para trás alçando as costas de seu tio. Os fios escuros e macios batendo suavemente contra o rosto de Aemond que o tocava com a ponta dos dedos.

Dois corações em paz, isso definia os dois na quele momento. 

Aquela, provavelmente foi a primeira vez que Aemond ficou em paz consigo mesmo. Mas, era Lucerys que proporcionava isso a ele. O caolho deitou a cabeça sobre os ombros de Lucerys, sentindo o cheiro dele, sentindo sua pele, Aemond conseguia senti-lo apenas por tocar sua pele. Mas, essa paz lhe trazia tanta angústia, era como se isso fosse errado, mas de fato isso era, porque sua irmã não aceitaria isso fácil, e o peso que Aemond carrega em seus ombros e maior que seu dragão.