O medo ainda esta lá

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Os dois caminhavam no mesmo ritmo, mas seu tio caminhava um pouco a frente dele. Lucerys estava atrás observando se alguém estava prestando atenção neles. Na fortaleza vermelha todos sabem o que aconteceu entre o terceiro filho de viserys e o segundo filho de Rhaenira, mas desde que foi proibido comentários sobre isso pelo próprio rei, ninguém ousou por a língua a risco comentando sobre o ocorrido. 

Lucerys observa atentamente os passos de Aemond, a forma como ele anda, como seus cabelos balançam com o vento, sua postura rígida, dando a ele um tom ameaçador. Isso estranhamente o deixava mais atraente. Lucerys o admirava, ele é quem ele queria ser um dia, alguém que não tenha medo de empunhar uma espada, alguém que não sente enjoou apenas por estar perto de um navio, alguém notável entre tantos outros. Mas, Lucerys é tudo isso e muito mais, ele só não sabe disso ainda.

Ele é o mais forte mesmo estando com medo.

Ele sempre se pegou com isso na cabeça, ele queria ser forte, queria ser forte por sua mãe, queria dar orgulho a ela, mas, ele duvidava de si próprio, duvidava que conseguiria dar orgulho a ela um dia. 
Ele não é como Jace, ele tem medo, ele sempre terá.

Mas, não ter medo não significa que você é o mais forte, o mais forte é aquele que tem medo e mesmo assim é corajoso.

A cabeça do futuro senhor da marés estava tão imersa aos próprios pensamentos que não notou que já havia chegado ao seu destino e acabou indo de encontro as costas de seu tio. Lucerys amaldiçoou a si mesmo por se distrair de tal forma.
Aemond virou-se encontrando a face envergonhada de Lucerys que riu torto tentando disfarça seu nervosismo. Aemond apenas riu e passou um de seus braços pelos ombros de Lucerys.

Já na entrada do fosso, os dois príncipes foram recebidos pelos cuidadores do fosso, esses que cuidavam dos dragões. Um dos homens, o que parecia ser o mais velho se curvou aos príncipes, mas suas palavras seguintes foram para Aemond.

-Meu príncipe, em que posso ajudá-lo. Saudou respeitosamente. Aemond passou pelo homen sem olhar para trás.

-Creio que posso me virar sozinho, saia. O homen saiu imediatamente gesticulando o mesmo para os companheiros que estavam um tanto... surpresos? A interação dos dois jovens, atualmente era novidade para eles. Lucerys olhou para os homens e os deu um sorriso gentil,e então se virou para seu tio.

-Não seja tão cruel, eles cuidam bem de nossos dragões.

-Eu fui o mais gentil possível, sobrinho.

Lucerys suspirou derrotado e manteve sua atenção a escuridão do fosso, mesmo que aja tochas acesas, ainda era escuro. A enorme abertura na parte de cima parecia inútil. Aemond retira suas mãos dos ombros de Lucerys e caminha para mais a fundo na escuridão, Lucerys permaneceu parado. De repente, ele se deu conta do que estava fazendo e de onde de fato estava. Claro que quando Aemond o chamou ali, ele não pensou em nada, se isso acontecesse antes da conversa dos dois, ele poderia até acreditar que agora ele morreria, que Aemond arrancaria seu olho e teria sua vingança. Mas ele jamais teria ido ali se os dois não tivessem de alguma forma se "acertado"

-Me espere aqui. Aemond falou e continuou caminhado para a escuridão do fosso. Lucerys apenas balançou a cabeça em confirmação. Mas por dentro ele estava com medo. Aemond não faria a mesma brincadeira que ele fará no passado, mesmo que, agora não faça muito sentido.

Lucerys pensou em muitas coisas que Aemond faria agora, mas suas muitas tentativas de saber foram arrastadas quando seu tio saiu da escuridão com o imenso corpo de Vhagar logo atrás dele. Lucerys imediatamente recuou para trás. Ele achou que poderia lidar com aquilo, mas vendo de perto, sentindo o pavor que o enorme dragão causava nele, faz com que ele tenha medo de Aemond, medo do que ele pode fazer quando monta o maior dragão vivo. Porque ali ainda é Aemond. 

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