15- Henrique Cavaliere

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Segunda feira chegou e finalmente eu vou poder conversar com a professora Cintia, quero muito perguntar qual igreja ela frequenta para ir junto com ela.

- Está animado Hoje Henrique, viu um passarinho verde? - Michel pergunta com seu habitual bom humor abrindo porta para mim que entro rapidamente.

- Digamos que hoje vai ser um dia especial, pois Jesus está comigo. - Digo piscando para ele que sorri imediatamente.

-Então pelo visto você está conhecendo melhor o meu melhor amigo? - Pergunta com sorriso de canto fechando a porta.

- Eu tive o prazer de sentir o seu amor na pele, apesar dos momentos de tribulação, creio que vou aprender muito com Jesus. - Digo sinceramente cruzando os braços em frente ao corpo olhando o homem negro a minha frente com um brilho diferente em seu olhar.

- Fico Feliz de ouvir isso, nada hoje poderia deixar me mais contente. -Se ajeita no banco e da partida no carro.

- Nem mesmo um beijo de sua digníssima esposa? - Minha feição de menino sapeca o faz rir e balançar a cabeça levemente.

- Não faça perguntas que eu não posso te responder garoto. - É assim finalizamos a conversando comigo rindo e ele também.

Michel aproveita do meu sentimento por Jesus estar crescendo e coloca uma playlist desconhecida por mim no carro, que são provavelmente as suas músicas gospeis preferidas. É devo admitir são mais animadas do que imaginava.

- Obrigada por me trazer, vá com Deus Michel. - Aceno com a cabeça em sinal de agradecimento e ele sorri mais ainda, seus dentes são tão brancos que poderiam refletir a luz do sol. Eu já disse como sou fã do Michel? Serio como esse homem não é modelo?

- Que a paz do Senhor esteja contigo filho. - Pisca para mim e saio logo em seguida em direção a nossa casa.

Entro na escola calmamente, ainda era cedo e tinha poucos alunos no corredor, por ser uma escola prestigiada todos tinham seus uniformes e cada estação de ano eles mudavam, como estávamos na primavera eram calça social de tecido leve e uma blusa também social e sem necessidade de gravata. Tudo fabricado pelas empresas do meu pai para terem o tecido mais leve é confortável possível, dobrando facilmente as mangas.

- Henrique posso falar com você? - Senhorita Michelle segura meu braço com delicadeza, meus olhos se encontram com os dela, o azul de seus olhos era profundo como topázio, me senti prezo neles.

- Não temos tempo para isso agora, quem sabe depois da aula? - Cruzo as pernas e olho para suas mãos ainda em meus braços, ela solta sem graça e mesmo com aflição em seus olhos ela balança a cabeça em um sinal positivo.

- Tudo bem, só por favor não fuja de mim, não fuja da sua mãe. - Fala calmamente e passa as mãos delicadamente pelo meu rosto como um gesto de carinho, não me afasto.

- Promessa de mindinho. - Levo as mãos até ela que sorri com o gesto e liga suas mãos com as minhas e fazemos a promessa. Logo em seguida ela sai em direção a sua sala.

Chegando na sala coloco minha bolsa na segunda carteira do lado da janela e saio em busca do meu tio, queria avisa-lo que ficaria depois da aula para conversa com Michelle. Quando vou bater na porta escuto a voz da professora Cintia e paro no lugar, cogito ir embora e avisa-lo depois, mas o meu modo Maria fofoqueira foi acionado com sucesso ao perceber o tom de voz alterado do meu Tio Alex.

- Como a Justiça no Brasil pode ser tão precária ao ponto de soltar um homem como aquele? - Sua voz esbanjava transtorno.

- Alex por favor se acalme. - Pede professora Cintia com suavidade

Cingida de GraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora